DE
VOLTA AO PASSADO VII – ANTIGOS BLOCOS CARNAVALESCOS – Parte IV
Ormuz Barbalho Simonetti
A partir de 1966 entrei para o Lord’s,
levado por meus irmãos mais velhos Arnaldo e Marcelo Simonetti, de saudosas
memórias, porém sua fundação deu-se no ano de 1962. Na época existia nos blocos,
a figura do “mascote” que se constituía
no componente bem mais
novo que os demais, que foi o meu caso. O busto do Tio Patinhas com cartola e
bengala simbolizava a agremiação. O emblema era afixado no bolso da frente e na
parte de trás da blusa. O presidente era Haroldo Pacheco, filho de “Seu
Pacheco”, figura conhecida em nossa cidade. Começou sua trajetória de
comerciante bem sucedido com uma pequena fábrica de pipocas, na Avenida Deodoro
defronte ao CIC – Colégio da Imaculada Conceição, local que também residia. Tempos
depois construiu e administrou, por vários anos, o Posto da Tamarineira localizado
na Rua Apodi, ao lado do colégio Marista. Posteriormente passou a administração
para seus filhos Haroldo e Amaro. O velho “Pacheco”, de temperamento irrequieto,
logo encontra outra atividade no ramo da hotelaria. Construiu o Motel Tirol, no
cruzamento da Avenida Hermes da Fonseca com a Rua Alexandrino de Alencar. Após
alguns anos de funcionamento, resolveu alterar o nome do estabelecimento para HOTEL TIROL. Os MOTEIS, muito utilizado
nos EUA para pequenos pousos, passou a ter em nosso país, e principalmente no
nordeste, outro significado, substituindo com modernidade e sofisticação, às
antigas “casas de recursos”. Até os dias de hoje os MOTEIS ficaram estigmatizados
como locais para encontros amorosos.
O
bloco se reunia na antiga Palhoça, - bar e restaurante localizado na Avenida
Deodoro, muito famoso na década de 60, que pertencia ao velho Damasceno. Faziam
parte do Lord’s na sua primeira fase, os seguintes foliões: Jorge Moura, atleta
e treinador de voleibol de várias gerações em nosso Estado; João Marinho,
fiscal de rendas; meus irmãos Arnaldo e Marcelo Simonetti; Bel, um dos grandes
atletas de futsal do nosso Estado, que juntamente com seu imão Baito, Artuzinho,
Dodoca, Eunélio Silva, Edval Germano – goleiro -, Toinho Barbosa e Joca (João
Batista Barbosa), chegaram a disputar o campeonato interclubes (Taça Brasil), na
nossa Capital, em 1970, representando o América F.C. Sagraram-se vice-campeões
disputando o título com o Palmeiras de São Paulo, do lendário Serginho,
considerado na época, o Pelé do futsal. No ano seguinte, essa mesma formação
representou o Rio Grande do Norte no campeonato Brasileiro realizado na capital
paulista.
Faziam parte ainda do Lord’s Eunélio
Silva – acima citado- atualmente membro do CREA, filho do saudoso Eugênio
Silva, juiz de futebol da década de 50/60. Lembramos inclusive das figuras João
Cádimo e Geovane de Freitas, nessa época também ganharam destaque como juizes
de futebol; Duílio Barbosa, que pertenceu à Justiça Eleitoral, genro do
inesquecível fotógrafo José Seabra, que tinha seu estúdio fotográfico - Estúdio
Seabra - na Av. Deodoro nr. 608, onde também residia; João Barbosa; Jairo Lins,
mais conhecido como Jairo Bode, freqüentador assíduo do Bar Azulão. Jairo
profissionalizou-se como jogador de futebol e teve posição de destaque como atletas
do ABC F. C., junto com meu irmão Arnaldinho que jogava no juvenil do mesmo
clube; Esdras Aquino, funcionário do BANDERN irmão de Eudes Aquino; Paulo
Herôncio, primava por uma cabeleira sempre bem penteada adubada com generosas
dedadas de brilhantina Glostora; Douglas, também funcionário do BANDERN;
Franklin, funcionário do Colégio São Luiz do rigoroso Padre Eimar. A
estudantada traquina gostava de cantarolar, na ausência do austero diretor, que
também era Capelão do Exército, a famosa modinha: Padre Eimar foi à casinha. Prosseguimos com outros integrantes do
Lord’s: Paulo Unca, que residia na Rua Potengi, próximo ao Atheneu, onde atualmente
funciona a ADENE, antiga SUDENE; Washington Barbalho, funcionário do BANDERN; Maninho
Barbosa, o popular Cambraia, funcionário da Caixa Econômica Federal, irmão de
Toinho Barbosa atleta de futsal. Moravam nessa época na Praça Deodoro por trás
do Estádio de Futebol Juvenal Lamartine local que outrora se situava uma vila
de sargentos PM; Lailton Bastos, morador
da Av. Deodoro que tinha grande semelhança com “O Amigo da Onça”, de quem
ganhou gratuitamente o apelido. Seu pai era proprietário de um local
especializado na venda de carnes e queijos na Rua Ulisses Caldas, aonde depois
veio a funcionar “O Galo Vermelho”. Sua família mudou-se para o Rio de Janeiro no
ocaso dos anos 60 e dela nunca mais se teve notícias. David Simonetti, que se
acidentou no primeiro dia de carnaval do ano de 1967, primeiro e único ano que
participou. Escorregou quando dançava ao lodo do trator que puxava a alegoria e
teve sua perna comprimida pela roda traseira. Como eu caminhava ao seu lado,
consegui num golpe de sorte, arrastá-lo pela camisa, evitando assim que sua
perna fosse esmagada pela roda do trator.
Não poderia esquecer, também, de Rui
Galego – farmacêutico -; Nino, que trabalhou um tempo com Chico Miséria na Butique
Hombre, localizada na Avenida Deodoro 622, endereço que morei até meus 18 anos
de idade; Oberúdison, falecido prematuramente; Eduardo Caldas, filho do
Procurador do Estado Pedro Rodrigues Caldas, por vários anos diretor do DETRAN,
Ronaldo Borges, proprietário do Versális e outros.
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