sábado, 29 de junho de 2013


DE VOLTA AO PASSADO VII – ANTIGOS BLOCOS CARNAVALESCOS – Parte IV
Ormuz Barbalho Simonetti
 

A partir de 1966 entrei para o Lord’s, levado por meus irmãos mais velhos Arnaldo e Marcelo Simonetti, de saudosas memórias, porém sua fundação deu-se no ano de 1962. Na época existia nos blocos, a figura do “mascote” que se constituía no  componente bem mais novo que os demais, que foi o meu caso. O busto do Tio Patinhas com cartola e bengala simbolizava a agremiação. O emblema era afixado no bolso da frente e na parte de trás da blusa. O presidente era Haroldo Pacheco, filho de “Seu Pacheco”, figura conhecida em nossa cidade. Começou sua trajetória de comerciante bem sucedido com uma pequena fábrica de pipocas, na Avenida Deodoro defronte ao CIC – Colégio da Imaculada Conceição, local que também residia. Tempos depois construiu e administrou, por vários anos, o Posto da Tamarineira localizado na Rua Apodi, ao lado do colégio Marista. Posteriormente passou a administração para seus filhos Haroldo e Amaro. O velho “Pacheco”, de temperamento irrequieto, logo encontra outra atividade no ramo da hotelaria. Construiu o Motel Tirol, no cruzamento da Avenida Hermes da Fonseca com a Rua Alexandrino de Alencar. Após alguns anos de funcionamento, resolveu alterar o nome do estabelecimento para HOTEL TIROL. Os MOTEIS, muito utilizado nos EUA para pequenos pousos, passou a ter em nosso país, e principalmente no nordeste, outro significado, substituindo com modernidade e sofisticação, às antigas “casas de recursos”. Até os dias de hoje os MOTEIS ficaram estigmatizados como locais para encontros amorosos.

  Foto histórica do Lord's - 1968 - Acervo Baíto.

 O bloco se reunia na antiga Palhoça, - bar e restaurante localizado na Avenida Deodoro, muito famoso na década de 60, que pertencia ao velho Damasceno. Faziam parte do Lord’s na sua primeira fase, os seguintes foliões: Jorge Moura, atleta e treinador de voleibol de várias gerações em nosso Estado; João Marinho, fiscal de rendas; meus irmãos Arnaldo e Marcelo Simonetti; Bel, um dos grandes atletas de futsal do nosso Estado, que juntamente com seu imão Baito, Artuzinho, Dodoca, Eunélio Silva, Edval Germano – goleiro -, Toinho Barbosa e Joca (João Batista Barbosa), chegaram a disputar o campeonato interclubes (Taça Brasil), na nossa Capital, em 1970, representando o América F.C. Sagraram-se vice-campeões disputando o título com o Palmeiras de São Paulo, do lendário Serginho, considerado na época, o Pelé do futsal. No ano seguinte, essa mesma formação representou o Rio Grande do Norte no campeonato Brasileiro realizado na capital paulista.

Faziam parte ainda do Lord’s Eunélio Silva – acima citado- atualmente membro do CREA, filho do saudoso Eugênio Silva, juiz de futebol da década de 50/60. Lembramos inclusive das figuras João Cádimo e Geovane de Freitas, nessa época também ganharam destaque como juizes de futebol; Duílio Barbosa, que pertenceu à Justiça Eleitoral, genro do inesquecível fotógrafo José Seabra, que tinha seu estúdio fotográfico - Estúdio Seabra - na Av. Deodoro nr. 608, onde também residia; João Barbosa; Jairo Lins, mais conhecido como Jairo Bode, freqüentador assíduo do Bar Azulão. Jairo profissionalizou-se como jogador de futebol e teve posição de destaque como atletas do ABC F. C., junto com meu irmão Arnaldinho que jogava no juvenil do mesmo clube; Esdras Aquino, funcionário do BANDERN irmão de Eudes Aquino; Paulo Herôncio, primava por uma cabeleira sempre bem penteada adubada com generosas dedadas de brilhantina Glostora; Douglas, também funcionário do BANDERN; Franklin, funcionário do Colégio São Luiz do rigoroso Padre Eimar. A estudantada traquina gostava de cantarolar, na ausência do austero diretor, que também era Capelão do Exército, a famosa modinha: Padre Eimar foi à casinha. Prosseguimos com outros integrantes do Lord’s: Paulo Unca, que residia na Rua Potengi, próximo ao Atheneu, onde atualmente funciona a ADENE, antiga SUDENE; Washington Barbalho, funcionário do BANDERN; Maninho Barbosa, o popular Cambraia, funcionário da Caixa Econômica Federal, irmão de Toinho Barbosa atleta de futsal. Moravam nessa época na Praça Deodoro por trás do Estádio de Futebol Juvenal Lamartine local que outrora se situava uma vila de sargentos PM;  Lailton Bastos, morador da Av. Deodoro que tinha grande semelhança com “O Amigo da Onça”, de quem ganhou gratuitamente o apelido. Seu pai era proprietário de um local especializado na venda de carnes e queijos na Rua Ulisses Caldas, aonde depois veio a funcionar “O Galo Vermelho”. Sua família mudou-se para o Rio de Janeiro no ocaso dos anos 60 e dela nunca mais se teve notícias. David Simonetti, que se acidentou no primeiro dia de carnaval do ano de 1967, primeiro e único ano que participou. Escorregou quando dançava ao lodo do trator que puxava a alegoria e teve sua perna comprimida pela roda traseira. Como eu caminhava ao seu lado, consegui num golpe de sorte, arrastá-lo pela camisa, evitando assim que sua perna fosse esmagada pela roda do trator.

Não poderia esquecer, também, de Rui Galego – farmacêutico -; Nino, que trabalhou um tempo com Chico Miséria na Butique Hombre, localizada na Avenida Deodoro 622, endereço que morei até meus 18 anos de idade; Oberúdison, falecido prematuramente; Eduardo Caldas, filho do Procurador do Estado Pedro Rodrigues Caldas, por vários anos diretor do DETRAN, Ronaldo Borges, proprietário do Versális e outros.

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