Caros amigos, desculpem-me, mas redesenhei o último poema que lhes remeti. Fica a
fórmula atual, após uma pequena "gaveta":
SONHOS
“Yo sueño que estoy aqui
destas prisiones cargado”
- Calderón de la Barca –
e a conversa nunca chega ao fim
não há segurança e a cada dia
o domínio do vácuo se anuncia
em todos os sonhos e mesmo agora
tenho alertado que alguém nos sonha
e nos transmite o dom de sonhar
várias vezes sonhei que sonhava
e nos sonhos sabia que sonhava
e quando eu queria acordava
para cair noutro sonho
mas sem saber continuo
aonde agora sou levado
eis que vivo um grande sonho
após tantos sonhos sonhados
(Horácio Paiva)
O MEU PÉ ESQUERDO
(O vosso arco
inspirou-me este poema...)
o meu pé direito está nas
nuvens
o meu pé esquerdo teima e
protesta
nas nuvens respiro a
liberdade
mas o meu pé esquerdo
está sempre às voltas
com os tumultos do mundo
quando penso
que tudo é igual
e que enfim
alcancei a unidade
surge um grito
e vejo o meu pé esquerdo
ainda preso à terra
e me apresso em socorrê-lo
sob pena
de tudo perder
pois há um compromisso
e nesta aliança
não estou sozinho.
(Horácio Paiva - ante
o arco-íris, 5/6/2013)
AMANHECER
Lúcia Helena
Hoje é sábado e seu amanhecer chove.
Busco estrelas na madrugada e elas se escondem.
Tento abrir uma porta, ou janela, mas chove!
Meu coração está bem aquecido, com poesia,
Como as luzes de um girassol, em algum lugar.
Vai amanhecendo.
Nenhum ruído do cotidiano,
Só a chuva intermitente,
Cheia de um cinza - prateando os pingos d´água.
Sinto vontade de chorar,
Em vez disso, ouço Piaff
E minha alma se alumbra!
Hoje é sábado, no grande relógio do tempo
Quimeras vão refulgindo diante dos meus olhos,
Nas luzes de terraços de outrora,
Das casas da Hermes da Fonseca,
Cujo edifício, por descuido e displicência...
Não recebeu o nome de Madalena Antunes,
De Abel Antunes Pereira ou Gipse Pereira Montenegro...
Sábado! Um dia de férias para todos,
Passeios, festas, encontros,
Almoços em shoppings ou churrascos por aí...
Porque vai amanhecendo...
Lúcia Helena
Hoje é sábado e seu amanhecer chove.
Busco estrelas na madrugada e elas se escondem.
Tento abrir uma porta, ou janela, mas chove!
Meu coração está bem aquecido, com poesia,
Como as luzes de um girassol, em algum lugar.
Vai amanhecendo.
Nenhum ruído do cotidiano,
Só a chuva intermitente,
Cheia de um cinza - prateando os pingos d´água.
Sinto vontade de chorar,
Em vez disso, ouço Piaff
E minha alma se alumbra!
Hoje é sábado, no grande relógio do tempo
Quimeras vão refulgindo diante dos meus olhos,
Nas luzes de terraços de outrora,
Das casas da Hermes da Fonseca,
Cujo edifício, por descuido e displicência...
Não recebeu o nome de Madalena Antunes,
De Abel Antunes Pereira ou Gipse Pereira Montenegro...
Sábado! Um dia de férias para todos,
Passeios, festas, encontros,
Almoços em shoppings ou churrascos por aí...
Porque vai amanhecendo...
Prezada Lúcia:
ResponderExcluirQue belo poema este que você publicou no blog de Carlos Gomes (Blog do Miranda). Descrição da melancolia e da chuva como você fez, só vi em CONFESSO QUE VIV, de Pablo Neruda.
Parabéns!
Eduardo Gosson
Dudu, foi o confrade Carlos gomes quem postou.
grata pelo belo coment´rio.