quinta-feira, 3 de julho de 2014

A GRANDE DIVA



Edith Piaf

50 anos de saudades

José Eduardo Vilar Cunha (eduvilacunha@gmail.com)

Jornalista e Escritor



Os raios do alvorecer iluminavam a janela do quarto da residência Aragon, em Antibes, era uma manhã de outubro e, a pouca claridade espraiada na vidraça, sinalizava o final de verão e início de outono.

 A estação de trem encontrava-se bem próxima da residência Aragon onde passei minha temporada de estudos da língua francesa. Naquela manhã de outubro após o “petit déjeuner”, dirijo-me a Gare Juan Le Pain, compro o bilhete do primeiro trem que saía para Cannes.

Durante o rápido percurso que o trem percorre, menos de 10 minutos de trajeto, relembro Cannes, como a da cidade do consagrado festival de cinema francês. Nesse interim, a locomotiva para na estação, desço e, caminhando lentamente pelas estreitas ruas que dão acesso a praia, vislumbro o Carlton Hotel, que foi construído em 1911, possui estilo “Belle Époque” e é o hotel mais luxuoso da cidade. A caminhada prossegue pela calçada da praia e, com minha digital, registro o que acho de mais interessante.  De passagem por uma banca de jornal, leio a manchete estampada na primeira página do nice-matin, Edith Piaf, môme inoubliable, paro, e compro o jornal.

Aqui faço um breve relato sobre a vida e morte de Edith Piaf. Assim sendo, em 10 de outubro de 1963, Edith Piaf aos 47 anos de idade morre nas proximidades da cidade Grasse, a capital do perfume francês. Edith Piaf, todavia, depois de morta foi levada para Paris e enterrada no cemitério Père Lachaise, seu funeral foi acompanhado por uma multidão de franceses. Em 10 de outubro de 2013, computamos, portanto, 50 anos do seu desaparecimento.

Edith Giovanna Gassion nasceu em 19 de dezembro de 1915 em Quartier Belleville à Paris. Ela é filha de Louis Alfhonse, artista contorcionista e de Anette Maillard, cantora de rua. Edith praticamente passou toda sua infância convivendo com a pobreza.

Ao término da primeira guerra mundial, ela passa alguns anos ao lado de seu pai em pequenos circos. Nos anos 30 ela começa cantando nas ruas o repertório de Fréhel. Nesta época ela é descoberta por Luis Leplée proprietário do Cabaré Gerny’s  que ficava situado na Champs Elysée, em Paris.  Luis Leplée também a denominou de “La môme Piaf” que significava "pardalzinho" apelido adequado para uma jovem de aparência frágil e de voz poderosa.

As primeiras composições musicais que ela cantou foram feitas por Raymond Asso e Marguerite Monnot. Em 1936 lança o seu primeiro disco. Em 1937 sua carreira é iniciada e Jean Cocteau a prestigia escrevendo especialmente para ela  Le bel Indifférent.

Em 1943 ela canta em Berlim, todavia, depois da ocupação dos germânicos ela resolve proteger seus amigos judeus da milícia e da Gestapo.

Em 1956 no Carnegie Hall em New York, Edith canta explendorosamente e é prestigiada por pelo menos três milhões de telespectadores.

Edith Piaf teve uma vida amorosa muito tumultuada, com muitos amantes, entre eles, o comediante Paul Meurisse, Yves Montand, Eddie Constantine, o boxeador Marcel Cerdan, o cantor Georges Moustaki e por fim Théo Sarapo, um jovem cantor de 20 anos que em seguida foi seu marido, quando ela tinha 46 anos.

Seus maiores sucessos foram: La Vie rose, L’Hymme à l’amour, Milord, Non Je Ne Regrette Rien, La Foule, Mon Légionnaire, L’Accordéoniste, Mon Dieu, Johnny tu n’es pás un Ange, L’homme à La moto, Plus bleu que tes yeux, entre outras.

De constituição física frágil, Edith Piaf, sofreu desde a infância. Com 17 anos foi mãe e com apenas dois anos de idade perde sua filha. Ela tornou-se alcoólatra e dependente de morfina para lutar contra a polyarthrite. Outra grande tragédia de sua vida foi perda do seu grande amor Marcel Cerdan num acidente de avião em 1949.

O povo francês tem uma verdadeira veneração por Edith Piaf, as suas músicas foram consagradas durante todo o período em que ela esteve nos palcos e, permanece por assim dizer, até os dias de hoje.




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