Edith Piaf
50 anos de saudades
José
Eduardo Vilar Cunha (eduvilacunha@gmail.com)
Jornalista
e Escritor
Os raios
do alvorecer iluminavam a janela do quarto da residência Aragon, em Antibes, era
uma manhã de outubro e, a pouca claridade espraiada na vidraça, sinalizava o
final de verão e início de outono.
A estação de trem encontrava-se bem
próxima da residência Aragon onde passei minha temporada de estudos da língua
francesa. Naquela manhã de outubro após o “petit déjeuner”,
dirijo-me a Gare Juan Le Pain, compro o bilhete do primeiro trem
que saía para Cannes.
Durante
o rápido percurso que o trem percorre, menos de 10 minutos de trajeto, relembro
Cannes, como a da cidade do consagrado festival de cinema francês. Nesse
interim, a locomotiva para na estação, desço e, caminhando lentamente pelas estreitas
ruas que dão acesso a praia, vislumbro o Carlton Hotel, que foi construído
em 1911, possui estilo “Belle Époque” e é o hotel mais luxuoso da cidade.
A caminhada prossegue pela calçada da praia e, com minha digital, registro o que
acho de mais interessante. De passagem
por uma banca de jornal, leio a manchete estampada na primeira página do nice-matin, Edith Piaf, môme inoubliable, paro, e compro o jornal.
Aqui
faço um breve relato sobre a vida e morte de Edith Piaf. Assim sendo, em 10 de outubro de 1963, Edith Piaf aos
47 anos de idade morre nas proximidades da cidade Grasse, a capital do perfume
francês. Edith Piaf, todavia, depois de morta foi levada para Paris e enterrada
no cemitério Père Lachaise, seu
funeral foi acompanhado por uma multidão de franceses. Em 10 de outubro de 2013, computamos, portanto, 50 anos do seu
desaparecimento.
Edith
Giovanna Gassion nasceu em 19 de dezembro de 1915 em Quartier Belleville à
Paris. Ela é filha de Louis Alfhonse, artista contorcionista e de Anette
Maillard, cantora de rua. Edith praticamente passou toda sua infância
convivendo com a pobreza.
Ao término da primeira guerra mundial,
ela passa alguns anos ao lado de seu pai em pequenos circos. Nos anos 30 ela começa
cantando nas ruas o repertório de Fréhel. Nesta
época ela é descoberta por Luis Leplée proprietário do Cabaré Gerny’s que ficava situado na Champs Elysée, em Paris. Luis Leplée também a denominou de “La môme
Piaf” que significava "pardalzinho"
apelido adequado para uma jovem de aparência frágil e de voz poderosa.
As
primeiras composições musicais que ela cantou foram feitas por Raymond Asso e
Marguerite Monnot. Em 1936 lança o seu primeiro disco. Em 1937 sua carreira é
iniciada e Jean Cocteau a prestigia escrevendo especialmente para ela Le bel
Indifférent.
Em
1943 ela canta em Berlim, todavia, depois da ocupação dos germânicos ela
resolve proteger seus amigos judeus da milícia e da Gestapo.
Em
1956 no Carnegie Hall em New York, Edith canta explendorosamente e é prestigiada
por pelo menos três milhões de telespectadores.
Edith
Piaf teve uma vida amorosa muito tumultuada, com muitos amantes, entre eles, o
comediante Paul Meurisse, Yves Montand, Eddie Constantine, o boxeador Marcel
Cerdan, o cantor Georges Moustaki e por fim Théo Sarapo, um jovem cantor de 20
anos que em seguida foi seu marido, quando ela tinha 46 anos.
Seus
maiores sucessos foram: La Vie rose, L’Hymme à l’amour, Milord, Non Je Ne
Regrette Rien, La Foule, Mon Légionnaire, L’Accordéoniste, Mon Dieu, Johnny tu
n’es pás un Ange, L’homme à La moto, Plus bleu que tes yeux, entre outras.
De
constituição física frágil, Edith Piaf, sofreu desde a infância. Com 17
anos foi mãe e com apenas dois anos de idade perde sua filha. Ela tornou-se alcoólatra
e dependente de morfina para lutar contra a polyarthrite. Outra grande tragédia
de sua vida foi perda do seu grande amor Marcel Cerdan num acidente de avião em
1949.
O
povo francês tem uma verdadeira veneração por Edith Piaf, as suas músicas foram
consagradas durante todo o período em que ela esteve nos palcos e, permanece
por assim dizer, até os dias de hoje.
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