domingo, 29 de junho de 2014

NUM DOMINGO DE INVERNO


"O CEGO, COM DEDOS CERTOS,
TANGE A SANFONA DORIDA,
E EU, COM DOIS OLHOS ABERTOS,
ERRO NAS TECLAS DA VIDA".

(desconheço a autoria)



TRANSCENDENTAL...  VOCÊ, A LUA E EU.
... E FOI ASSIM...  AMANHECEU O DIA.
                (décima em decassílabos)


Um “cabernet”, chileno, especial,
Para uma noite morna, terna e nua,
Você tão linda quanto linda a lua,
E eu sem saber quem mais original.
Houve um sorriso, um beijo... o trivial...
Você sorria e eu também sorria.
E a nossa lua, que nos assistia,
Nos viu amando aos braços de  “Morfeu”.
TRANSCENDENTAL...  VOCÊ, A LUA E EU.
... E FOI ASSIM...  AMANHECEU O DIA.

Wellington Leiros


MEU DITIRAMBO

(Décima em decassílabos)

Recebe, meu amor, com meus “quindins”,
Meu ditirambo de flores perfumosas,
Nas cores, com que “mãos mui caprichosas”,
Fizeram florescer em meus jardins.
Colhi crisântemos, rosas e jasmins,
E às dálias e às tulipas, reuni.
Nesse buquê, a tua imagem, eu vi...
Por nosso amor... por tudo que há mais puro,
Eu juro aqui, por Deus, aqui eu juro:
Tu és a flor mais bela que eu colhi.

Wellington Leiros



*************
PENSO EM VOCÊ.
Ivam Pinheiro.

Hoje me encontro tão leve assim...
e feliz como serve toda poesia ...

- Para sonhar o amor e a alegria
basta eu pensar breve em você,
que o tempo muda, a vida cruza
céu da sua boca e desejo acusa
para içar olhar na luz o seu ser.

E feito jardim, sou voar passarim
pra planar leve o seu bem querer.



PASSIONATA

                        Ciro José Tavares
                       

            Teus silêncios noturnos, oh!  Bem amada, eram os meus,
            desde o dia em, apaixonada, lábios nos lábios,
            recebeste de mim os teus primeiros beijos de amor,
            doces beijos guardados nos escaninhos da memória,
            invulneráveis às ações do tempo e da distância.
            Ah! Despedidas ao crepúsculo das tardes estivais,
            doíam como se fossem para sempre
por causa das ruas diferentes que seguíamos.
porque nos proibiam  mãos entrelaçadas.
Ah!  Sagrados momentos dos encontros vespertinos,
ah! Saudades das lágrimas nos olhos neblinando.
Cegos da paixão de jovens esquecemos a hora e a vez
e foi isso o que nos afastou e destruiu.
Até que sem dizer adeus, definitivamente,
Saímos um do outro na busca de nossas noites de silêncios.





Mesmo antes do The Voice Brasil escrevi para essa grande artista esse poema.

CRISTALINA VOZ, MENINA.
Ivam Pinheiro.
...
Feito a luz num cristal
Cristalina voz, menina
Dois tempos - mar e cais
Flores de sonhos astrais
Desejo de cantar que é sina
Potiguara Guarani na rima
Encanto de som musical
Harmonia que seduz na paz
Turmalina na foz de rio e mina
Com jeito de luz de Natal.

Flui de Khrystal o cantar
Convida a Praieira Natália
Mas, sem ganzá coco não há
Na Usina ou na beira do mar.
Baião de Lacan fica na praia
Salão de Sete Meninas no clima
Coisa de Preto é luar potiguar
Com coco, reisado e boi calemba
Voz da cultura popular de prima
Trem de claves de sol no ar. 

                                   SOMBRAS...
                        Ciro José Tavares

            “Eis sobre ti a minha humilde pena:
             pesares, mágoas, infortúnios, tudo
            hás de agora sentir, oh! folha amena.”
            Adelle de Oliveira, in Pobre Folha.

            ...Foi quando eu cheguei, mas não pude ver.
            Contou-me sua irmã no meio daqueles olhos
            Confundindo verdes claros e azuis,
            depois que eu cheguei quando  do quarto e da sala tomei conta,
sóbrios,  amplos, espartanos, acolhedores
e neles mergulhado nas sombras dos avós nunca mais saí.
Aquela cor de ébano nos móveis espalhados
morria nas paredes alvas e no frio  piso dos tijolos brancos.
Foi quando eu cheguei para viver um tempo
entre peças ancestrais e aspirar o passado ali distribuído.
Quando também chegavam pelos fronteiros janelões
o frescor das manhãs, suaves madrigais de pássaros migrantes,
o adeus das tardes apunhaladas nos ocasos,
a voz silenciosa das noites estivais.
Havia um pálido conjunto de cadeiras, o oratório,
velas votivas, santos e Jesus crucificado.
a delicada escrivaninha nascente das  poesias,
algumas pobres folhas, a caneta  com ponta metálica  fendida
há muito deitada no vazio do tinteiro.
Foi quando cheguei para viver na companhia
daquela esquálida figura cheirando a alecrim.
Cheguei para viver e vivi como ninguém.
 




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