quinta-feira, 1 de maio de 2014

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            Influência dos Anos 50 - II
Juarez Chagas/Professor do Centro de Biociências da UFRN (Juarez@cb.ufrn.br)

                       One, two, three o'clock, four o'clock rock,
                         Five, six, seven o'clock, eight o'clock rock.
                                Nine, ten, eleven o'clock, twelve o'clock rock,
                            We're gonna rock around the clock tonight.
                       Put your glad rags on and join me hon',
                                    We'll have some fun when the clock strikes one.
                            We're gonna rock around the clock tonight,
                                    We're gonna rock, rock, rock, 'till broad daylight,
                                                        We're gonna rock we're gonna rock around the clock tonight.
                                                                                   -Bill Halley & His Comets, 1954

          Não se pode negar que, apesar de Chuck Berry e depois do garoto Elvis, nos meados dos anos 50, a voz de Bill Halley and his Comets, foi uma das que mais cantou e incendiou o Rock and Roll, nos quatro cantos do mundo! A banda esteve duas vezes no Brasil, a primeira em 1958 e a segunda em 1975, ambas apoteóticas.
          A chegada dos primeiros astros do rock no Brasil, Bill Halley e seus Cometas (1958) e Neil Sedaka (1959) sedimentaria de vez a explosão musical da juventude e, a partir daí, a juventude brasileira teria, além de seus ídolos americanos, seus próprios cantores e representantes musicais.
         Quando veio ao Brasil pela primeira vez, Halley teve a oportunidade de ver e sentir também a força pujante do Rock na América do Sul, inclusive com sua dança que virou febre nacional. Surge assim uma simples pergunta a nível local e potiguar: de onde vieram nossos “Assustados?” seria mais que pertinente, uma vez que antes do Rock n Roll e do Twist, terem invadido o Brasil e, especialmente Natal pós-guerra, a juventude de sua época correspondente, não dançava assim, solto no meio do salão, dancing ou onde fosse dançar juntinho, embora bem comportado fosse o habitual e da moda.
          A resposta é simples e verdadeira: veio das “Festas Americanas” que, em Natal foram impulsionadas pela SCBEU que realizava (além de sua programação cultural, shows, bailes, festividades nacionais, etc) os happy hours e as “festas americanas”, onde os jovens se reuniam em suas próprias casas, geralmente nas áreas ou organizavam as salas para adequar o espaço e ali, sob o som do Rock, bebiam caipirinha, batida,  “Leite-de-Onça”, Rum com Coca-Cola e refrigerantes e, dançavam “soltos” freneticamente. Estava, portanto, inventado o “Assustado”.
          O fenômeno “Jovem Guarda”, só botou mais lenha na fogueira e, conseguiu, com bom gosto, sensibilidade e capacidade, tirar do rock e jogar no “som pop rock” vertentes que atendiam aos anseios musicais e comportamentais da juventude. E, por isso, esses anos foram, muito felizmente, chamados de Anos Dourados...
          Não é pertinente, nem oportuno no momento, discorrer sobre a origem do Rock com suas raízes no Jazz, Country, Rythhm e Blues, porém o irrefutável e importante papel que este teve na revolução jovem social dos tempos pós-guerra e que, posteriormente, nortearia e influenciaria os vários estilos musicais, em todo o mundo, é incontestável.
          Paul Friedlander (Rock and Roll, uma História Social, 2002), hoje um professor universitário de música, que viveu o auge do Rock and Roll, com sua própria banda, mostra o valor dessa fantástica revolução social que foi o Rock, para o mundo, não apenas em termos musicais, mas, sobretudo comportamental, principalmente nos meios de comunicação de massa.
          Ele diz, didaticamente, como o rock “viaja” na pessoa provocando as mais variadas emoções, ou seja, primeiro atingindo o cérebro, em suas diversas áreas importantes. Daí seguindo para o coração, onde para muitos se atribui o emocional, descendo para a genitália, onde as manifestações sexuais afloram e, por último, chegando aos pés, traduzindo em dança. Friedlander foi feliz em sua afirmação, admitamos, porque na verdade o rock and roll, “balança e rola” a pessoa com seu ritmo inconfundível!
          Evidentemente que, sabemos haver muito mais conteúdos do que os descritos por Friedlander e que todos eles juntos resultam nas mais variadas manifestações que o Rock causava (e ainda causa) na juventude que só precisava de um “reagente” e um vetor para a explosão social jovem que seria inevitável, acontecer.
          Com algum esquecimento sem obedecer a uma cronologia rigorosa, é fácil hoje rebuscar a trajetória do Rock and Roll puramente americano, de Chuck Berry a Elvis Presley, até a inevitável e rica invasão das três maiores bandas inglesa: Beatles, Rolling Stone e The Who.
          Portanto, pra quem ainda duvida da força do velho Rock and Roll, ainda não conseguiram derrubar (e nem vão conseguir) o velho e imbatível Rock que, como diz a estrofe “Rebole e Role” ou “Mexa-se e Role” around the clock tonight!...ou quem sabe, around the clock forever! (Continua no próximo artigo).


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