Cartas de Cotovelo
2013/2014 (2)
Por: Carlos Roberto de
Miranda Gomes
O dia acorda
radiante de luz, pois hoje se iniciam as comemorações do nascimento do Menino
Jesus.
A natureza
oferece de pronto, com os primeiros raios solares, o desabrochar de plantas
nativas e o mar acolhe os banhistas madrugadores numa calmaria própria de
dezembro. A fotografia retrata uma planta que ainda não identifiquei, lado a
lado das sempre alegres xananas.
Um tanto
diferentes os cenários naturais, pois as pedras resolvem sair do seu abrigo e
ficarem à mostra, como já não fazia nos últimos anos.
O lodo deixa
aparecer os seus cabelos verdes num belo contraste com o escuro ou amarelado dos
paredões de pedras e os ‘aratus’ caminham apressados e em desordem em busca de
alimento farto.
A brisa
acalenta os corpos suados do calor do verão.
E o mar –
prefiro o da tarde, pois numa temperatura paradisíaca, renovando os encontros e
reencontros com a areia, cobrindo as inscrições dos românticos ou das crianças
feitas em seu regaço – ‘areias portadoras de saudades, saudades de quem tem
amizade de um alguém, muito além’ (na inspiração de Dozinho em sua Ode a Ponta
Negra).
Cotovelo,
infelizmente, já não tem os coqueiros que cresciam bastante, querendo o céu
alcançar, nem os seus frutos que desciam constantes, querendo ficar com o mar
(ainda na invocação de Dozinho).
Há um
encantamento que nos traz a infância quando a criançada empina as suas pipas na
direção do infinito.
Contudo, no barulhar
das ondas e passar do tempo, o céu exagera em sua beleza, já no começo do
adormecer do sol, onde as nuvens nos surpreendem criando formas no desenhar de
cada olhar.
Tudo indica
que teremos um Natal de beleza e paz, de amor para muitos, de tristeza para
alguns e até de indiferença para outros.
Encontros e
desencontros podem acontecer, mas é Natal. Benvindo Menino Deus.
FELIZ NATAL
PARA A HUMANIDADE.
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