quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


Cemitério do Alecrim: memória roubada

Com este título, a colunista da Tribuna do Norte, edição do dia 22 passado, Eliana Lima, publicou um desabafo contra o descaso dos órgãos públicos em relação aos nossos cemitérios, em particular, o Cemitério do Alecrim, depositário de parte da memória da cidade.
Em verdade, os cemitérios são lugares sagrados onde estão sepultados os nossos mortos com lápides e jazigos de personalidades que marcaram história em todas as atividades regulares, nas artes, nas letras ou na música, na política, na guerra, na sociedade.
Diz a articulista:
“É o que se pode chamar de ‘arquivo morto’ que revive através da memória e da imponência do descanso eterno de seus moradores famosos, outros nem tanto assim, mas que chamam atenção pela beleza de seus túmulos.
Em Natal, lamentavelmente, o único cemitério que reúne memórias de fatos importantes e marcantes está entregue ao abandono.
Trata-se do Cemitério do Alecrim. Local do último repouso do único presidente República potiguar da história do Brasil: Café Filho. Também do historiador e folclorista Câmara Cascudo, do soldado-mártir Luiz Gonzaga, morto na Intentona Comunista; do ex-prefeito de pé no chão também se aprende a ler Djalma Maranhão, de militares alemães, americanos…(apesar de vários corpos terem sido transferidos para seu países).
Entre tantas, a ‘novidade’ que estarrece: o roubo das lápides de bronze dos pilotos alemães mortos em desastre aéreo no ano de 1931, mais precisamente no dia 12 de setembro. Conta a história que eles vinham do Rio de Janeiro e a aeronave caiu no Rio Potengi. Dos quatro pilotos, três morreram e foram enterrados no cemitério do Alecrim. Hoje, tristemente, 80 anos depois, já não descansam mais em paz.
Pela negligência do poder público, as lápides em bronze – que tem alto valor comercial – foram roubadas.
Para denunciar o descaso, o diretor da Fundação Rampa, Pedro Tavares, foi na manhã desta terça-feira (22) à 1ª DP denunciar a farra bandida.”

Eu comungo com essa 'ira santa' e parabenizo todos os que batalham pela preservação e pelo resgate da memória da nossa terra.Agradeço ao pesquisador Fred Nicolau, que vem difundindo a matéria na internet.

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