Getúlio nunca aderiu a qualquer doutrina ideológica. Conforme as conveniências manipulava este ou qualquer aspecto de todas elas afastado de ambos os extremos.
Otávio Frias Filho - Folha de São Paulo 18/8/2013 (Crítica)
Mais uma vez a repressão policial renova os desencantos e protestos acontecem no mês de março de 1932 nas ruas de São Paulo, notadamente em 07 de julho, com resultado de quatro estudantes mortos. Plínio Salgado criava a Ação Integralista Nacional, de cunho fascista, de extrema direita que combatia o fervor do comunismo, embora não contasse com a adesão da população brasileira.
Em 1935 eclode novo e mais forte movimento de rebeldia, conhecido como Insurreição Comunista ou Revolta Vermelha em novembro de 1935 nas cidades de Natal – que se instalou entre os dias 23 a 25. Na verdade o levante contra o governo fascista tinha o apoio do Partido Comunista em nome da Aliança Nacional Libertadora, não necessariamente comunista, com repercussão ainda em Recife e Rio de Janeiro, que findou conhecido como “Intentona Comunista”.
A Revolta Vermelha de 1935 inscreve-se como conspiração de natureza político-militar, pelas suas reivindicações políticas imediatas (de protesto político-institucional contra um governo autoritário), tendo como objetivos:
· O não pagamento da dívida externa;
· A nacionalização das empresas estrangeiras;
· O combate ao fascismo;
· A reforma agrária.
Por deficiência na condução das ações por Carlos Prestes e Agildo Barata, resultou num movimento precipitado, de vida efêmera, tendo como resultado 22 mortes, deixando um lastro sempre aproveitado para servir de marco forçado de um fantasma e pretexto contra a esquerda e que perdura até os dias presentes fazendo, imediatamente (10 de novembro), nascer o Estado Novo em 1937, com duração de 8 (oito) anos (1937-1945). Estava implantada a ditadura getulista, marco de um período reacionário, de cunho autoritário.
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Carlos de Miranda Gomes, escritor
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