sexta-feira, 24 de julho de 2015



CENAS DE UM MUNDO ONÍRICO

Jansen Leiros*


A madrugada parecia ter-se acomodado e adormecido a sono solto! Os que dormiam, projetavam-se nas regiões oníricas e caminhavam pelas veredas dos sonhos, sonhando que sonhavam.

Essa era a suposição dos que assim observavam as cenas, surgidas e mergulhadas em seus cenários, acomodados às projeções do passado, como se simplesmente prosseguissem aleatoriamente pelos caminhos do ontem, vivenciando as sensações do reconforto que abriga desejos e os sonhos projetados nas telas do amanhecer.

Essas são imagens que veem lá do mais profundo das almas sonhadoras, mas que dificilmente chegam à tona, como se frustradas as alegrias sonhadas.

Certa vez, despertei de um desses sonhos e, para ter certeza de que estava acordado, apalpei-me para ter essa convicção. Mas, para minha tristeza, eu ainda sonhava pelos caminhos de uma noite infindável, onde as imagens eram elaboradas a partir de desejos que não se concretizavam nunca.

Esse era um despertar que trazia frustrações! Muitas tristezas!

Essas, são cenas de um mundo de sonhos! Um mundo que não parecia estar desperto!

Mas, o dia começava a dar o ar de sua graça! As barras do horizonte se iam chegando para clarear as nuvens, como o canto de um amanhecer que se sonoriza ou de um dia que amanhece, projetando a luz!

Certa madrugada, as barras da manhã começaram a despertar gaivotas, cujos agudos projetavam os raios de um sol nascente e, com ele, o caminhar dolente das mucamas despertas para o amor, plangente, brindando o sol, o dia e o tilintar de taças, envolventes, beijos ardentes, docemente, sonhando um penetrar profundo...

E o gingar, em ritmo de orgasmo, se projetava num quase alucinar, no contorcer de corpos agitados, sonhando sonhos de eterno  gozar.

E foi assim que o mundo de meus sonhos me acudiram para o despertar, abrindo os olhos já tão bem distantes, me conduzindo para o acordar.

Sonhos, após sonhos, só me rodeavam
E me envolviam p’ra não acordar
Me remetendo para o mundo onírico,
Aquele mundo do não despertar.
Mas o meu Sol, que me vitaliza,
Que me energiza, para o levantar
É o mesmo Sol que me revigora
Que me abre os olhos
E me faz andar.
E já desperto para o novo dia
Verticalizo o corpo!  Vou caminhar!
Saldando o Sol,
Saldando o novo dia,
Saldando a VIDA
E o verbo A M A R.

 

Jansen Leiros*

Da Academia Macaibense de Letras;
Da Academia Norte Rio Grandense de Trovas;
Da União Brasileira de Escritores;
Do Instituto Norte Rio Grandense de Genealogia;
Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.

 

 

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