UM RECANTO PRIMOROSO
Jansen Leiros*
A impressão que tínhamos era a de que estávamos nos
encaminhando para um sítio de vegetação primorosa. As árvores estavam quase
todas floridas. Percebia-se, também, que as edificações eram amplas e haviam sido construídas
com esmero; com certo requinte.
Estávamos nos dirigindo para o vale do Pium, na região
sudeste de nossa capital. Região dos vales úmidos! Sítios do cultivo dos horte
granjeiros.
Esses vales haviam sido descobertos já há algum tempo, porém,
nenhum projeto parecia ter sido planejado ou elaborado com vistas à utilização
da área. É o que se presume, pois, tudo
o que agora existe, são edificações recentes.
Informações que nos chegaram com algumas pesquisas, nos
diziam da presença do Estado, cuidando de fazendas agrícolas, com criação de
gado selecionado, equinos de criação controlada, suínos importados, aves de
variada origem e finalidades destinadas à produção de carne e ovos.
Numa das fazendas do Estado, havia criação de palmípedes,
tais como o marreco de Pequim, marrecos de Ruão, gansos de quatro ou cinco
variedades, destinados à povoação de sítios, granjas e chácaras do Vale.
Na fazenda principal (Fazenda do Estado) havia pomares com
fruteiras de variadas espécies, destinadas ao incremento de suas plantações,
como havia, também, pessoas gabaritadas para desenvolver esse tipo de fomento.
Falava-se de um certo Dr. Malta, Dr. Cristovam, os quais não cheguei a conhecer!
Todavia, agora, estava evidente a presença do Poder Público nos planejamentos
direcionados ao desenvolvimento daquela área.
Fizemos uma parada de percurso e identificamos que estávamos
nos aproximando da região dos condomínios, das granjas e, mais adiante, estavam
os balneários.
Especificamente, nos dirigíamos à vivenda dos Matsunae. Era
um casal, cujo marido, Kenji Matsunae, nativo do Japão, chegara ao Brasil no
Kasato-Maru, nos idos de 1956. Hoje, Kenji está casado com Gelza, uma paraense
“multifária”, de simpatia irradiante e que tornou-se o suporte emocional do
marido, após o falecimento de seus familiares.
Kenji, chegado aos 11 (onze) anos, para estudar no Brasil,
teve de recorrer a um processo legal e seu pai adotivo foi o Sr. José Leiros,
funcionário público federal, lotado no antigo SAPS, que tornara-se intérprete
do grupo nipônico.
Sexagenário, Kenji aposentou-se dos quadros da Petrobrás e, ele e Gelza, moram na bela mansão onde,
Edgard e eu, viemos para entrevista-lo, com vistas à “PRESENÇA NIPÔNICA NO RIO
GRANDE DO NORTE!”
Eis a finalidade precípua desta crônica! Apresentar esse
simpático casal aos nossos leitores e, como complemento ou suplemento, dizer
que, além dessa condição empática, o casal tem refinado bom gosto na decoração
da casa e mais, cuida de uma coisa primorosa.
O casal cultiva orquídeas!
Após nossa entrevista, fomos convidados a conhecer o
“orquidário” e nos impactamos com o “layout” que nos foi mostrado.
O ambiente é amplo! Plantas variadas estão expostas aos
visitantes! No primeiro corredor, tem-se
uma variedade de “dendróbios” que são plantas bem adaptadas ao clima do
nordeste; em seguida, vemos as “catleias”, das mais variadas cores, delicadas
“Lélias”, “catacetuns”, “cirtopódiuns”, “renânteras” e uma variada gama de espécies cultivadas por esse casal de
irradiante simpatia.
Parabéns aos Matsunae, pela encantadora vivenda, pelo fino
trato, belo atendimento na recepção de nossa equipe e pela atenção, admiração e
carinho que nos inspirou.
A direção do IHGRN, por seu Presidente e por nós, formula
seus agradecimentos.
Jansen Leiros*
Da Academia Macaibense de Letras;
Da Academia Norte-rio-grandense
de Trovas;
Da União Brasileira de Escritores;
Do Instituto Histórico e
Geográfico do RN.
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