sábado, 20 de julho de 2013

A MINHA REVOLTA PESSOAL



Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor e advogado.

Tenho acompanhado, com interesse e angústia, as movimentações de rua pela melhoria da qualidade de vida neste País.
As ações desenvolvidas têm oferecido desenvolvimento diferenciado, seja em quantidade de participantes ou de objetivos. Num primeiro momento aconteceram com público em grande proporção e indicativos claros, como a “Revolta do Busão”, moralização do serviço público, crítica à corrupção, gastança desproporcional, burocracia deletéria, falta de critério de prioridade para os gastos públicos, melhoria da educação, da saúde e da educação.
A esses movimentos, além da população brasileira, aderiram várias classes e categorias, tudo em razão das justas reivindicações. Contudo, pequena parcela, geralmente de rosto encoberto, se acercou dos manifestantes, derivando para depredações, destruição de patrimônio público e particular, saques e vandalismo de toda natureza, causando prejuízo ao Estado e às pessoas, deixando um fio de desconfiança em sua continuidade.
Passado algum tempo, novas manifestações foram ocorrendo, porém com redução drástica do número de participantes, mas com o aumento das ações nefastas, sem que a polícia tenha encontrado forças ou técnicas para separar o joio do trigo.
Recentemente, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio de Janeiro, repudiou os atos praticados contra a ordem pública e particularmente contra o Governador daquele Estado. Aqui em Natal, apoiei a atitude da nossa OAB/RN nos protestos contra a truculência dos guardas legislativos contra um pequeno grupo de estudantes que foram retirados de maneira absolutamente incompatível com as posturas democráticas.
No entanto, ontem, a cidade voltou a viver outro momento de preocupação, desta feita com quebra-quebra, saques e atos inconsequentes, com a população protegendo seu patrimônio contra as pedradas. Isso, certamente, não é postura dos estudantes, mas de aproveitadores ou manipuladores com outras intenções..
O grande problema é que se alega a “horizontalidade” do movimento, mas não se indica responsáveis pelas ações e a questão vem tomando proporções incontroláveis.  É um movimento sem cabeça, de consequências imprevisíveis.
Diante dessa incerteza, ao mesmo tempo que apresento a minha revolta pessoal, vou aguardar um posicionamento racional dos manifestantes, na esperança de que fique bem comprovada a existência efetiva de uma busca de novos rumos, evitando mais uma frustração das esperanças do povo brasileiro e a aparente comparação com o clima que reinava nos idos de 1964, com insinuações descabidas de outras forças ocultas, propugnando por uma intervenção. Sobre isso tenho recebido e-mails descabidos de "pretensos democratas"
O Brasil tem uma Constituição e possui Instituições capazes de contornar todos esses problemas dentro da legalidade democrática. Nada está perdido. É preciso apenas mais seriedade!

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