DECIFRA-ME SE FORES CAPAZ!
Não está sendo
fácil identificar as causas e os objetivos das manifestações populares
eclodidas simultaneamente na maioria das capitais brasileiras dois dias após a
estrondosa vaia dirigida à presidente Roussef, no último sábado, por ocasião da
cerimônia de abertura da Copa das Confederações transmitida pela televisão para
o Brasil e para o mundo. A população foi às ruas e os fatos estão aí, sem versões,
sem “resgate da memória” e sem história reescrita, à semelhança de um tsunami a
derrubar o que parecia sólido, sendo lícito imaginar que a data de 17 de junho passará
a ser um marco da democracia e do desmonte pacífico (ou quase) da farsa de um
governo que busca, pelo uso continuado da mentira e pela distribuição de
benesses, dissimular a sua incapacidade de bem governar e de querer ser
popular.
Seria miopia
atribuir os acontecimentos em foco apenas a um protesto pelo aumento no preço
do transporte público urbano, em verdade um estopim do extravasamento da
insatisfação e do basta de um povo carente também de seus direitos
constitucionais de saúde, educação e segurança e ciente de que para tanto não
há falta de recursos financeiros, abundantes para a construção de estádios de
futebol e para outras obras que tanto contribuem para a corrupção contumaz da
vida pública nacional.
Só não vê quem não
quer e parece chegada a hora da voz das ruas reclamar também da ausência de um
estadista à frente dos destinos do país para substituir o governo da famosa “base aliada” capaz de viabilizar
desmandos, justificar erros e legalizar ações criminosas. E o povo se fez
ouvir!
Louvores à
democracia certamente não faltarão, o que é bom, mas não se deve esquecer que é
indispensável ao seu pleno exercício a presença de instituições fortes que
assegurem à população o expurgo pronto e imediato de seus inimigos tais como os
vândalos que mancharam as ordeiras e pacíficas marchas, afrontando a lei, a
ordem e autoridades constituídas. Ser democrata não obriga ao medo de não
reprimir e nem à covardia de assistir à distância o quase linchamento de um
agente incumbido da proteção da cidadania e do patrimônio público.
A voz do povo é a
voz de Deus! Que sejam poucos os ateus! Amém!
(Gen Ex José Carlos Leite
Filho-linsleite@supercabo.com.br-18/06/13)
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