(A BLOGUEIRA PROSCRITA)
Um fato que vem ocupando o
espaço da imprensa brasileira, nesta semana, é a visita da jovem Yoani Sánchez, cidadã cubana, que teve a” audácia” de
manter um blog na rede social de computadores, dando conta da falta de liberdade
em seu País e violação de direitos humanos, situação que a impediu de obter
autorização para se ausentar do seu domicílio.
Com a assunção do
Presidente Raúl Castro, afinal, recebeu o visto autorizando o seu deslocamento
de Cuba, o que permitiu a sua vinda ao Brasil, com a esperança de beber um
pouco na fonte da democracia, que supunha existir no maior nação da América do
Sul.
Ledo engano da blogueira,
aqui chegou debaixo de protestos veementes dos baianos de Feira de Santana,
cercada de um aparato inusitado para lhe dar garantia de vida, haja vista que
alguns dos nossos “democratas” armaram uma arapuca para mantê-la silente.
A sua visita a Brasília
não foi diferente, pois a convite do Parlamento brasileiro, ali foi vítima de
protestos de pessoas e de parlamentares, deixando-a aturdida e sem entender
aquela postura tão castradora quanto fora no período da ditadura do Estado Novo
getulista e do governo militar, bem próximo das restrições comuns adotadas por
Fidel.
Em São Paulo nem foi
possível lançar um livro e ter um diálogo com os leitores, sendo forçada a
retornar ao seu hotel, possivelmente para retornar ao seu País, onde poderá
merecer menos hostilidade.
Que democracia estranha é
esta nossa! Que demonstra intolerância a uma desconhecida blogueira,
impedindo-a de exercer o seu direito de ir, vir e falar, tolhida até do direito
de assistir um documentário do seu interesse e tudo isso por iniciativa de alguns
militantes de esquerda.
Aqui convivemos pacificamente
com os integrantes esquerdistas, sejam comunistas ou socialistas, que têm a
liberdade de concorrerem a cargos eletivos, escrevem os seus princípios
ideológicos, sem censura. Conversei com alguns e estes não concordaram com essa
atitude radical de alguns militantes.
Temos engolido a eleição
de alguns “fichas sujas” para altos cargos no Parlamento, a intromissão de
forças políticas em assuntos que não lhes pertencem, mas não admitimos a fala de
uma mulher simples, de nacionalidade cubana, que tem pensamento contrário aos
dirigentes de seu País, numa atitude estritamente de liberdade de expressão,
ainda que sua interpretação não seja a mais correta, o que mereceria
contestação, mas sempre pela via de mão dupla.
Que Brasil é esse? Qual nome
deve ser dado a esse tipo de democracia?
Esperamos uma resposta
convincente nos próximos dias!
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