UM ABRAÇO FRATERNO
Carlos Roberto de
Miranda Gomes, escritor
Neste sábado que passou estava em minhas peregrinações
triviais de um dia de nada fazer, quando, em uma loja adentram dois jovens, um
casal, e indagam se eu aceitava um abraço. O gesto, num misto de surpresa e
alegria tocou-me profundamente e, com emoção aceitei aquela afetuosa e sincera
oferta, sem que nada fosse solicitado de volta, que aliviou o meu caminhar.
Não sei se estavam a serviço de alguma religião, talvez da
campanha da fraternidade, ou não, mas isso não importa, o que vele é o
desprendimento, o propósito, a iniciativa, verdadeira semente para elevar o
espírito, notadamente de criaturas que já carregam o peso da canseira do dia a
dia ou do tempo presente, prenho de maldade, de violência e de busca de
vantagens nem sempre elogiáveis.
Aproveitei, então, para meditar um pouco sobre aquele
proceder e,em silêncio roguei a Deus que aumentasse esse exército de amor,
principalmente neste momento propício da quaresma, preparação para a páscoa e
no limiar da renúncia do Chefe maior da Igreja Católica, Papa Bento XVI..
Dentro desse clima, fiz breve reflexão sobre o papel das
religiões e fui obrigado a reconhecer a importância da Igreja Católica no
correr do tempo, mantendo vivos os escritos dos nossos ancestrais, berço da sabedoria
e do conhecimento teológico e mesmo científico de dois milênios, desde os
monges copistas que, sob a pressão dos bárbaros, souberam preservar nos
mosteiros todos os escritos, desde fragmentos da Bíblia, Cartas, Sermões, Atos
e instrumentos da conservação da grandeza de Jesus e dos seus seguidores até os
dias presentes.
Não fosse a Igreja Católica, também através das Escolas e
Universidades criadas em todos os recantos da terra, estaríamos amargando a
ignorância da criação e da vida santa dos nossos obreiros.
Diante disso meditei a atitude repulsiva de alguns cristãos
de outras igrejas, embora do mesmo credo, que insistem em postergar valores das
santas criaturas que carregaram física e emocionalmente, os ensinamentos teológicos
através dos tempos, que merecem ser reverenciados como heróis e aos quais
devemos ser eternamente gratos.
Não compreendo como alguns rejeitam o culto a Maria, mãe do
Nosso Senhor Jesus Cristo, consagrada por Deus para gerar o Redentor da
Humanidade. Também não vejo explicações para a crítica ao culto aos nossos
ancestrais, representados por imagens esculpidas, como poderiam ser através de
fotografias, que somente nos permitem lembrá-los para um agradecimento justo
pelo papel que exerceram, com risco da própria vida.
Irmãos em Cristo, vamos nos unir para fortalecer a fé, a
caridade e o amor pelo próximo, cada um adotando a formalística que cada igreja praticar, mas sem ressentimentos, sem fanatismo, com racionalidade.
Certa vez enviei para uma aluna uma bela mensagem de Chico
Xavier e ela depois me informou que nem chegou a abrir o e-mail, pois
mencionado o nome daquele bom cristão, ela não ousaria sua leitura, por ser um
agente do demônio.
Apenas, intimamente, lamentei o ocorrido e constatei como
alguns não sabem interpretar a mensagem do Senhor e cada dia mais se afastam da
máxima de uma igreja única e um só Pastor para dar sequência à nossa vida
religiosa,ainda que em casas diferentes.
Uni-vos Igrejas de todos os matizes e vamos trabalhar pelos
necessitados, sem disputa de quem dá ou faz mais, mas quem reparte com mais
intensidade o amor.
Rogo ao Cristo Jesus, como poderá ser a Buda, Maomé ou Alá
pela paz entre os povos e pela erradicação da dor, da fome, da ignorância e da
miséria, para que todos os irmãos se abracem todos os dias, fortalecendo e
valorizando a vida e possibilitando uma páscoa universal ad aeternum.
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Comentário:
Wellington Leiros
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Comentário:
AMOR FRATERNO
(quartetos em decassílabos)
Eu vejo a vida por um outro prisma:
Pela beleza fraternal do amor,
Que não tem credo e muito menos cor,
E nem se curva a qualquer sofisma.
E não comporta, nele, qualquer cisma.
Amor amigo, não vê nenhum defeito.
É sentimento sublime, e com efeito,
Se sobrepõe a tudo o que há na terra.
Disse Jesus, e sua palavra encerra:
Que nos amemos “a perder de vista”,
Pois é amando, assim, que se conquista,
A paz nos corações, e não a “guerra”.
(12.12.2012)
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