segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O velho catador de lixo
Por Augusto Leal, engenheiro.

                Estava sentado no alpendre de minha casa, olhando o mar e o nascer do sol, sentido a orquestra tocando a canção da vida, com os acordes do vento, das ondas do mar, o abanar das folhas dos coqueiros. Quando procurava conversar com Deus, lembrando que este ano perdi a convivência material de muitos amigos, espiritualmente eles continuam comigo. Como estarão suas famílias, nesta época de festas – Natal e Ano Novo- muitas, acho consoladas com a Paz de Cristo, outras talvez não. Senti uma tristeza, mas procurei entender os passos da vida, todos nós seguiremos o mesmo caminho.
                Um pouco distante, vejo um senhor velhinho,já com a sua coluna vertebral se curvando, fazendo com que a sua aparência seja de uma pessoa que sempre olha para o chão e com passos lentos revirando o lixo, procurando ali o seu sustendo e provavelmente dos seus dependentes. Lembrei-me que aquele cidadão que é brasileiro igual a mim, faz este triste percurso há mais de trinta e oito anos e nada ou quase nada foi feito neste lugar para que as pessoas melhorem sua posição social, para que se viva com um pouco mais de dignidade, que já é hora para os políticos tomarem vergonha na cara e parar de ser hipócritas, para que pelo menos as crianças que nasceram nas próximas décadas não vejam cenas tristes como eu estou vendo.
                O velho homem passa por mim lento e triste, em um esforço físico procura levantar o rosto e me dar bom dia,  para minha surpresa deseja-me Feliz Natal. Olhei para a minha consciência, os olhos lacrimejaram. Como eu que venho há trinta e oito anos neste local, nunca dei um grito de alerta para que me poupassem daquela cena, ao contrário, sempre assisti calado. Eu uma pessoa que tive bem mais oportunidades na vida, eu uma pessoa que pude estudar, não fiz nada e como a maioria dos veranistas da Praia de Cotovelo, não fez nada por aquelas pessoas que tanto poderiam ter sido ajudada por nós. Erramos sim, só olhamos do portão das nossas casas para dentro, até para o lado, não olhamos, para dar um alô ao o vizinho. É difícil, esta é a nossa sociedade consumista, “venha a nós o vosso reino.” Vivemos em uma sociedade, que pensamos em ter um super carro, sem termos uma boa casa, que temos uma boa casa, mas vendemos para comprar uma em um condomínio de luxo, pois lá estão as pessoas ditas ricas. Não vamos aos hospitais fazer um pouco de caridade, não passamos nos bairros humildes para levarmos um cobertor aos que não tem roupas, não levamos uma ceia para os que mendigam nas ruas, para os que tem fome, e ainda falamos que somos Cristãos.
                De longe no imaginário ouvi uma valsa que minha tia Cristina tocava muito em seu piano na casa de meu avô, Fascinação – Os sonhos mais lindos sonhei /De quimeras mil/Um castelo ergui. Pensei comigo, quais foram ou são os sonhos deste velho homem, quais são os seus castelos? Será que foi ou é justo ele ter passado a sua vida assim? Não sei, talvez se Charlie Chaplin tivesse visto este senhor e esta cena, ele fosse um dos seus personagens nas suas tristes comédias. Embora tenha aprendido cantando: “Que na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri,” não me sentia confortável, para mim era triste.
Mas o ato daquele simples homem mostrou-me que podemos viver cordialmente, aprender que ao passar por outro devemos pelo menos dar um bom dia, uma boa noite, de sentir a dor alheia, de falar com Deus e pedir perdão das nossas omissões, dos nossos pecados, de procurar amar o próximo. Que mesmo tendo as adversidades da vida é possível olhar para o seu semelhante e desejar pelo menos um Feliz Natal.

                “Este ano quero paz no meu coração, quem quiser ser meu amigo, me dê à mão.” Vamos fazer um novo ano mais caridoso, vamos compartilhar amor e amizade, vamos procurar amenizar a dor dos mais carentes, vamos procurar valorizar a família, vamos não só ir aos cinemas, teatros, boates, restaurantes caros, vamos também aos hospitais, as casas de caridades, aos lares mais carentes. Esses são meus desejos de um Feliz Ano Novo.

Rinaldo Barros
Para rbEu
Dez 28 em 10:09 AM
O tempo está acabando
"O contrário do amor não é ódio, mas a indiferença". (Friedrich Nietzsche, 1844 a 1900)

(*) Rinaldo Barros
            Grandes terremotos na China... Ciclones em Mianmar... Furacões no Caribe... Tsunamis na Ásia, incêndios na Austrália, Califórnia... Falta d’água na Austrália... Inundações na China, Alemanha, Coréia, Peru, Espanha, Paquistão, Brasil...
            Essas são mensagens de catástrofes naturais que diariamente nos chegam das mais variadas partes do mundo, e de tal forma já incorporadas ao nosso dia-a-dia, que não nos causam mais tanto espanto. Integra o quadro da banalização da vida.
            Vale registrar que, segundo relatórios da ONU e Cruz Vermelha Internacional, nos últimos 10 anos, o número de catástrofes naturais aumentou em 60% e o número de mortes passou de 600 mil para 1 milhão e 300 mil pessoas! Só o Tsunami na Ásia matou 230 mil pessoas e os recentes ciclones em Mianmar na Ásia e terremotos na China mataram mais de 150 mil pessoas. Esses números são catalogados como catástrofes naturais e tendem a aumentar.
            Apesar da seriedade da situação, a Terra continua também a receber diariamente notícias sobre a contínua devastação da floresta amazônica, vazamentos de óleo nos oceanos, derretimentos das grandes geleiras, buracos na camada de ozônio, poluição do ar e águas, aquecimento global, resultando no iminente esgotamento dos recursos naturais.
            Na outra face da moeda, a desvalorização do ser humano, o aumento das drogas, o efeito devastador do desequilíbrio ecológico, a perda da dignidade, a inversão dos valores sociais, o aumento da massa humana sem rumo, a fome, as desigualdades sociais, os preconceitos, as guerras, o terrorismo, a globalização da miséria, a insegurança, o medo, a incerteza do futuro, tudo isto cria uma névoa espessa de energia negativa em volta de nosso (?) mundo.
            É a aura doente do planeta, como conseqüência de milhões de almas doentias.
            Relembro que tudo está ligado! A degradação do ser humano e a do planeta estão intimamente unidos
e da mesma forma as soluções para o problema. 
            A Terra está sendo saqueada por quem deveria protegê-la! Separamo-nos da Natureza.
            O progresso materialista e tecnológico sem cuidados, a ganância sem ética; cobra um preço alto.  
            Concordo com Nietzsche, apud "Nietzsche para estressados", de Allan Percy; quando nos ensinou "voltar à Natureza não significa ir para trás e sim para a frente!"
            ─ "Ajuda-me, diz a Mãe-Terra, a dissipar essa nuvem escura que está ofuscando a luz, exaurindo minhas forças, acabando com minha vida!"  
            É a mãe pedindo para que seus filhos escutem seu apelo.
            A seu modo, o planeta está gritando aos quatro ventos, mas o Homem está tão desequilibrado que perdeu a capacidade de ouvir e ver os sinais.  
            Aprendi que tudo é energia, tudo é uma simples equação de ação e reação. Trate bem que será bem tratado! Destrua e será destruído!
            Ame e será amado! É plantar e colher! Esta regra vale para qualquer situação, desde uma simples equação de física elementar ou convivência pessoal até uma relação Homem-Homem ou Homem-Terra.
            Dar coisas boas e receber coisas boas! Dar ódio, destruição e receber ódio e destruição! É uma regra válida para tudo e para todos! Vale para o microcosmo e para o macrocosmo da mesma forma.
            É uma lei cósmica! Nós decidimos o nosso futuro. 
            É preciso, porém, atentar para o fato de que a nossa espécie "homo sapiens" não tem o poder de destruir o planeta, mas apenas de gerar sua própria destruição. O lindo planeta azul continuará girando em torno do Sol e, daqui a hum milhão de anos, fará surgir uma nova espécie de macacos, armados com paus e pedras, para atacar outro grupo de macacos...começando tudo de novo. 
Ingenuamente, talvez, como queria Agostinho (354 a 430 d.C), continuo com a Esperança, ao lado de suas duas filhas lindas: a Indignação e a Coragem, para lutar por um mundo melhor.
            Felizmente, temos o poder ao nosso alcance e a chance de evitar o desastre ainda está em nossas mãos. Comecemos já, o tempo está acabando.

                Rinaldo Barros é professor - rb@opiniaopolitica.com
Verdades cruzadas - VII
CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, Professor aposentado do Curso de Direito da UFRN e Presidente da Comissão da Verdade. Sócio do IHGRN.

Pode-se considerar que o agravamento da crise de populismo no Brasil que levou a ascensão dos militares, em 1964, ocorreu a partir do breve governo do Presidente Janio Quadros, que só durou alguns meses do ano de 1961.
Carlos H.P.Cunha e Walclei de A.Azevedo – Podres Poderes-política e repressão. Natal: Infinita imagem, 2013.

 “Depois de passar 19 anos sendo convocado por políticos para debelar crises, o Exército interveio mais uma vez em 1964, desta vez num golpe de Estado que exilou o presidente João Goulart. O governo não foi entregue aos civis: os militares resolveram exercer eles mesmos o poder, acreditando que seriam os únicos a ter a disciplina e a honestidade necessárias para a função.
Foram tragados para um turbilhão de autoritarismo, disputas internas, guerrilha, inflação, tortura nos quartéis e atentados que desmoralizaram a instituição e seus generais-presidentes, apesar da censura importa à imprensa. No governo do último general-presidente, João Figueiredo, a ditadura havia se tornado um labirinto cuja saída foi a devolução do poder aos civis, com a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985.” [1]
Começava no Brasil o caminho dos tanques, um período de mordaça dos segmentos sociais e a censura à imprensa sob uma divulgação de combate à subversão e corrupção – temas profundamente contraditórios em razão da história do País, usando-se para isso a força bruta e a grotesca ostentação de armas, torturas, perseguições e mortes, com a conivência e o apoio de parcelas importantes da sociedade – empresários, proprietários rurais, parte da imprensa, a igreja católica e influentes governadores de estados e o silêncio do Supremo Tribunal Federal.
Os golpistas sabiam que teriam problemas a enfrentar e para tanto não usaram o diálogo, mas o convencimento pela repressão, pela truculência, manipulando o processo democrático, cassando mandatos e orquestrando uma farsa eleitoral de dois partidos apenas – ARENA e MDB.
A moldura do governo militar passou a ser  “o milagre econômico”, com projetos de mega dimensão como a Transamazônica e a Perimetral Norte, fomentando um ufanismo nacionalista retratado no slogan “Brasil – ame-o ou deixe-o”.
O Ato Institucional nº 5, em 1968, recrudesceu a ditadura e as forças democráticas repeliriam a violência de todas as maneiras que podiam, ostensivas ou alternativas, estas desenvolvidas no Teatro, no Cinema e na Música.
             Entretanto, as conquistas vão acontecendo paulatinamente no percurso dos governos Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médice.

A partir do general Ernesto Geisel foi anunciado um programa de “abertura lenta, gradual e segura”, num processo político que passou a ser o ponto fundamental da luta nacional pela transição do regime no caminho da verdadeira Democracia, com a revogação dos atos institucionais e reforma da Lei de Segurança Nacional, das eleições legislativas de 1974, com as manifestações da sociedade em favor da redemocratização do país, do Movimento Feminino pela Anistia em 1975, o Comitê Brasileiro pela Anistia em 1978, que permitiram efetivamente a sua aprovação na Lei 6.683, de 28 de agosto de 1979, no Governo João Figueiredo, e finalmente com a emenda Dante de Oliveira de 25 de março de 1984 abrindo o caminho da restauração do processo político. Registre-se que estes últimos Presidentes já trabalhavam no sentido do cumprimento das promessas de retorno à normalidade democrática

Forças reacionárias ainda tentaram reverter o processo de abertura, mas mesmo com o atentado fracassado no Riocentro, em 1981, não foi suficiente para interromper o movimento das “Diretas Já” que preparou a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985.
  “A ditadura terminara – e o novo desafio era consolidar a democracia.”[2]
As eleições se sucedem. Tancredo Neves – a velha raposa mineira que se tornara símbolo da redemocratização ao derrotar o candidato Paulo Maluf, coincidentemente, adoece e é internado na véspera de sua posse, em seu lugar assume interinamente José Sarney, em solenidade no dia 15 de março de 1985, um político comprometido com a ditadura, assustado com o encargo que não cogitava..
Não foi um recomeço fácil. A fatalidade de Tancredo deixa atônito o País, notadamente com o seu falecimento em 21 de abril de 1985 – Dia de Tiradentes.
A economia atinge patamar de inflação nunca antes ocorrido, produzindo drástica corrida ao mercado de capitais, fomentando falências e concordatas.
Contudo, a penosa reconstrução da democracia contava com um grande aliado – Deputado Ulisses Guimarães, ganhando força na Nova República de Sarney, como Presidente do Congresso e da Assembleia Nacional Constituinte, dando ao Brasil a sua nova Carta Política de em 05 de outubro de 1988, denominada de “Constituição Cidadã”, com instrumentos jurídicos e políticos modernos para retomar o caminho da normalidade.
Mas o destino fez desaparecer o “Senhor das Diretas”, num desastre de helicóptero em 12 de outubro de 1992.


               





[1] DN Especial – (8) Anos de Chumbo12/7/2005.
[2] Diário de Natal, 12/7/2005.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

C A S C U D O  S E M P R E   L E M B R A D O


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

UM PERÍODO PARA A REFLEXÃO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...
DO PAPA FRANCISCO NA HOMILIA DA MISSA DO NATAL: JESUS CRISTO FOI A COISA MAIS IMPORTANTE QUE ACONTECEU NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE...

CONCORDO!!! SEM DÚVIDAS!!

           HOJE É O DIA MAIS IMPORTANTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE:

O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS...

NÃO EXISTE NINGUÉM MAIS IMPORTANTE QUE O FILHO DE DEUS...

CHEGOU AO MUNDO DITANDO O PARÂMETRO DA SIMPLICIDADE...

UM PARTO NUM CURRAL, NO MEIO DOS BICHOS, MAS JÁ ILUMINADO PELAS ESTRELAS, JÁ APONTANDO PARA O CÉU,ONDE SE ENCONTRA A ALMA E O ESPÍRITO...

          FELIZ DE QUEM PEDE AO CÉU...

DE QUEM TEM OS OLHOS PARA DEUS...

FELIZ DE QUEM TEM DEUS COMO SEU REFÚGIO...
SABE BATER A SUA PORTA...
NA DOR....
NO SOFRIMENTO,
NO SEU SUPLÍCIO...
ESTÁ ESCRITO...

          A SÚMULA DA VIDA COMEÇA COM O NASCIMENTO DE JESUS CRISTO, E TERMINA NA QUINTA FEIRA SANTA,

 COM O SUPLÍCIO,
 A VIA CRUCIS, DESTE MENINO,
 CUJO NASCIMENTO COMEMORAMOS HOJE...

UMA CRIANÇA PERSEGUIDA DESDE O DIA DO SEU NASCIMENTO, ATÉ O SEU  ÚLTIMO SUSPIRO...
A SUA AGONIA...

UM HOMEM BOM, CUJA HUMANIDADE,O DESPREZOU, EM DETRIMENTO DE UM LADRÃO...

HÁ SEMPRE UMA FORMA DE RENASCER NO NATAL...AMACIAR O CORAÇÃO...PERDOAR...

SE LIVRAR DA VAIDADE E DA PREPOTÊNCIA QUE SUJA OS HOMENS...

RESPONSÁVEIS PELA SUA ANGÚSTIA, PELA SUA SOLIDÃO INTERIOR...

PELO SEU DESESPERO...


NA ÓTICA HUMANA, A VIDA DE JESUS CRISTO FOI UM FIASCO....

UM HOMEM QUE SE PROCLAMOU O FILHO DE DEUS...

RESSUSCITOU LÁZARO...

RESTITUIU A VISÃO A CEGOS...

FEZ TODO TIPO DE MILAGRE,
MAS TEVE MEDO,
SENTIU-SE ABANDONADO,
TEVE TODAS AS FRAQUEZAS HUMANAS NA SUA VIA CRUCIS,

INCLUSIVE SE DEIXOU SER CRUCIFICADO...

A MORTE DO FILHO DE DEUS, DEU PARA TODOS OS HOMENS ,

UM CARTÃO DE CRÉDITO ILIMITADO,PARA SER USADO POR SÉCULOS E SÉCULOS,

TODA VEZ QUE A DOR BATER NA NOSSA PORTA...

TODA VEZ QUE A DESESPERANÇA DESTRUIR O NOSSO EU...

A MORTE DE JESUS CRISTO É UMA CARTA DE CRÉDITO DE VALOR ILIMITADO,

PARA SE RESGATAR A PAZ...

A PAZ SÓ CHEGA POR JESUS CRISTO...

NÃO SE ILUDA COM A PSEUDO PAZ, QUE MOMENTANEAMENTE PODE SER ENCONTRADA NOS PRAZERES DO MUNDO...

NÃO HÁ PAZ QUE NÃO VENHA DE DEUS...

DO PONTO DE VISTA RACIONAL, NINGUÉM EXPLICA A VIDA...

SOMENTE COMPREENDENDO-A  COMO UM MISTÉRIO, ELA SE TORNA CLARIVIDENTE...

ESTE MISTÉRIO, ESTA COMPREENSÃO, SÓ BROTA DA FÉ...

DA SINTONIA DO ESPÍRITO COM DEUS E O CÉU.

          DESEJO A TODOS, AOS AMIGOS  E AOS INIMIGOS,

TODA A FELICIDADE DO MUNDO...UM FELIZ NATAL...

PROCUREMOS  RENASCER NESTA NOITE MILAGROSA,

 E  ENCONTREMOS  A PAZ QUE SÓ VEM DE DEUS...
26.12.2013

CONVITE PARA A POSSE DA NOVA DIRETORIA DA

UBE/RN, DIA 26-12-2012.

 
 EDUARDO ANTÔNIO GOSSON-PRESIDENTE
ROBERTO LIMA DE SOUZA
- PRESIDENTE ENTRANTE

CONVITE
 O Presidente da União Brasileira de
Escritores - UBE/RN
 - EDUARDO ANTÔNIO GOSSON, convida
Vossa Senhoria e família para a Sessão
Solene de posse da nova Diretoria da
entidade, a transcorrer
no dia 26 de dezembro, às 16h, no
auditório da
Academia Norte-Rio-Gradense de
Letras - ANL, oportunidade em que a chapa
A UNIÃO FAZ A
 FORÇA, liderada pelo professor Roberto Lima de
Souza, assumirá para o biênio 2014/2015. 

 Local: ANL - Rua MIpibu, 443 - Petrópolis
 Hora: 16h 
 Data: 26.12.2013 (quinta-feira) 

 Presidente Eduardo Antonio Gosson Gosson.

Cartas de Cotovelo 2013/2014 (2)

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes


            O dia acorda radiante de luz, pois hoje se iniciam as comemorações do nascimento do Menino Jesus.

            A natureza oferece de pronto, com os primeiros raios solares, o desabrochar de plantas nativas e o mar acolhe os banhistas madrugadores numa calmaria própria de dezembro. A fotografia retrata uma planta que ainda não identifiquei, lado a lado das sempre alegres xananas.

            Um tanto diferentes os cenários naturais, pois as pedras resolvem sair do seu abrigo e ficarem à mostra, como já não fazia nos últimos anos.

            O lodo deixa aparecer os seus cabelos verdes num belo contraste com o escuro ou amarelado dos paredões de pedras e os ‘aratus’ caminham apressados e em desordem em busca de alimento farto.

            A brisa acalenta os corpos suados do calor do verão.

            E o mar – prefiro o da tarde, pois numa temperatura paradisíaca, renovando os encontros e reencontros com a areia, cobrindo as inscrições dos românticos ou das crianças feitas em seu regaço – ‘areias portadoras de saudades, saudades de quem tem amizade de um alguém, muito além’ (na inspiração de Dozinho em sua Ode a Ponta Negra).

            Cotovelo, infelizmente, já não tem os coqueiros que cresciam bastante, querendo o céu alcançar, nem os seus frutos que desciam constantes, querendo ficar com o mar (ainda na invocação de Dozinho).

            Há um encantamento que nos traz a infância quando a criançada empina as suas pipas na direção do infinito.

            Contudo, no barulhar das ondas e passar do tempo, o céu exagera em sua beleza, já no começo do adormecer do sol, onde as nuvens nos surpreendem criando formas no desenhar de cada olhar.

            Tudo indica que teremos um Natal de beleza e paz, de amor para muitos, de tristeza para alguns e até de indiferença para outros.

            Encontros e desencontros podem acontecer, mas é Natal. Benvindo Menino Deus.  

            FELIZ NATAL PARA A HUMANIDADE.
HOMENAGEM AO VOVÔ BOTELHO


VÔ FIZ ESSA HOMENAGEM AO SENHOR ALGUNS DIAS ATRÁS NA MINHA REDE SOCIAL:

Muitas vezes dizemos que somos fortes, que jamais ninguém irá nos influenciar, está ai minha maior influência. Dizemos também que os pensamentos de pessoas mais velhas são ultrapassados, está ai o meu maior conselheiro. Achamos que os idosos não vão mais nos surpreender, está ai o meu maior orgulho. Meu espelho, meu amor mais puro, minha inspiração, meu admirador! Muitas vezes esquecemos de dizer o quanto amamos as pessoas de dentro de casa, e infelizmente so nos damos conta quando elas passam dessa terra pra um mundo melhor. Pelos calos que tenho nos pés, pelos obstáculos que a vida ja me pregou, eu digo todos os dias o quanto eu o amo e o quanto ele e essencial na minha vida! Que Deus me dê a oportunidade de viver por muitos anos ao seu lado! #voinho #oduliobotelho

terça-feira, 24 de dezembro de 2013


2013-2014
 

 
“Vinde a mim, todos vós que estás cansados
e carregados de fardos, e eu vos darei descanso.
Tomai sobre vós o meu jugo
e sede discípulos meus,
porque sou manso e humilde de coração,
e encontrareis descanso para vós.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Mt 11,28-30
FAZEI O BEM SEM OLHAR A QUEM!
 
FELIZ NATAL – PRÓSPERO ANO NOVO
Carlos  Roberto de Miranda Gomes e Família

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013


PÁGINA DO VEREADOR GEORGE CÂMARA
Ano: I nº 10 - Natal/RN, 18 de dezembro de 2013.

Crimes contra direitos humanos serão investigados por Comissão

Fórum recebeu nome de Luiz Ignácio Maranhão Filho – militante torturado e assassinado pelo Golpe Militar no Brasil.

No dia em que o Ato Institucional n° 5 (AI-5) – último decreto promulgado pelo regime militar de 1964 e que provocou uma série de cassações, prisões, torturas e perdas de direitos no Brasil – completou 45 anos, a Prefeitura Municipal do Natal abriu suas portas para a instalação da Comissão Municipal da Memória, Verdade e Justiça, tendo como patrono, Luiz Ignácio Maranhão Filho, preso e assassinado pela ditadura. A solenidade ocorreu no último dia 13 de dezembro no salão nobre do Palácio Felipe Camarão. Participaram da instalação do Comitê, o coordenador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), Roberto Monte, o presidente do Comitê da Verdade da UFRN, Carlos Roberto Gomes, além de vários militantes dos Direitos Humanos na capital.
Presidida pelo advogado e ex-presidente da Comissão de Justiça e Paz nos anos 1970, Horácio Paiva, a Comissão terá mandato de um ano para analisar delitos cometidos pelo regime de exceção, podendo ser prorrogada por igual período. Ao final de cada processo, o grupo apresentará um relatório circunstanciado sobre a investigação dos fatos históricos. O período a ser observado engloba os crimes e violações dos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988. Em breve, a Comissão Municipal vai estabelecer acordo de cooperação com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), afora o Comitê da Verdade local.
Para Horácio, a instalação da Comissão traduz um importante momento da história republicana de Natal. Ele afirmou que a Comissão nasceu de uma combinação entre os Poderes legislativo e executivo. Dessa junção, cumpre-se, conforme Horácio, mais um ciclo democrático: “A Comissão não é um tribunal de revanche. Sequer é um tribunal. Vamos examinar e esclarecer os excessos cometidos durante o regime autoritário”, explicou.
 
Autor da lei que criou a Comissão Municipal da Memória, Verdade e Justiça - Luiz Ignácio Maranhão Filho, o vereador George Câmara (PCdoB) destacou a inserção da capital potiguar no calendário da Comissão Nacional da Verdade, lançando Natal no palco da revisão histórica. Em seu entendimento, a Comissão irá tratar dos atos iníquos cometidos pela repressão, entre eles a violação dos direitos humanos. “A Comissão era um anseio dos Movimentos Populares que lutam até hoje pelo esclarecimento dos crimes e abusos cometidos naquele período ditatorial”, frisa George.
 
O prefeito Carlos Eduardo considerou ser de fundamental importância investigar e esclarecer os crimes contra os direitos humanos ocorridos durante o regime ditatorial em Natal. “A investigação dos atos é um instrumento que devemos considerar, sem revanchismo. Queremos lançar uma lupa sobre o esclarecimento de fatos passados. Nossa ideologia, neste caso, é o compromisso com a verdade e a revisão histórica”, falou o Prefeito.
 
Na opinião da socióloga e ex-secretária do Comitê Norte-rio-grandense pela Anistia, criado em 1979, Rizolete Fernandes, a Comissão dará oportunidade para que a verdade sobre os crimes cometidos no período da ditadura militar venha à tona: “Natal era uma das poucas capitais do país que não havia instalado sua Comissão”, informou.
 
Constituída por personalidades com experiência na área da cidadania, dos direitos humanos e da revisão histórica, a Comissão é composta pelos membros Horácio Paiva, Afonso Laurentino, Jeane Fialho Canuto, Luciano Capistrano, Rizolete Fernandes, Roberto Furtado e pelo vereador George Câmara.
Separador

Projeto Municipal busca reintegrar Mandatos de Djalma Maranhão e Luís Gonzaga dos Santos

Iniciativa pretende anular cassação injusta sofrida pelos comunistas durante Regime Militar

Na última semana, o vereador George Câmara (PCdoB), apresentou aos colegas parlamentares, o Projeto de Resolução nº 20/13 que objetiva reconhecer como atos antidemocráticos e injustos a decretação do impeachment e a cassação dos mandatos e direitos políticos do Prefeito e Vice-Prefeito de Natal, Djalma Maranhão e Luís Gonzaga dos Santos na década de sessenta. Neste sentido, a proposta pretende anular a decisão da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Natal ocorrida no dia 3 de abril de 1964 devolvendo (in memoriam) aos mesmos, os mandatos cassados naquele ano.
De acordo com o vereador George, autor do projeto, a iniciativa pretende repudiar a decisão tomada em 3 de abril de 1964 pelos 21 vereadores daquela legislatura quando aprovaram o decreto que acatava os argumentos do Exército Brasileiro: que o Prefeito e o Vice-Prefeito de Natal, sendo comunistas, estavam impedidos de exercer seus mandatos. “Como forma de corrigir essa injustiça histórica, os nomes de Djalma Maranhão e Luís Gonzaga dos Santos, eleitos democraticamente, serão inscritos nos anais da Câmara Municipal, bem como, na sede da Prefeitura, como dignos representantes dos cidadãos natalenses”, explicou George.
A proposta prevê ainda que no dia 3 de abril de 2014 - data em que se completam 50 (cinquenta) anos da decretação do impeachment e da cassação dos mandatos – seja realizada uma Sessão Solene na Câmara Municipal de Natal para a devolução, de forma simbólica, dos mandatos conquistados de forma democrática com o voto do povo.
A solenidade contará com a entrega de certificados de diplomação às famílias e com a inauguração de uma placa com os nomes do Prefeito Djalma Maranhão e de seu Vice, Luís Gonzaga dos Santos, reparando a violência cometida contra a democracia naquela época.

REMINISCÊNCIAS DA RUA PRINCESA ISABEL – A SAGA DE FLORIANO “EL BODEGUERO”. ÚLTIMA PARTE.

Em uma noite do mês junho de 1972, despedi-me da turma da Princesa Isabel, dos meus amigos do Atheneu, da minha cidade de Natal, e rumei para São Paulo onde iria assumir no Banco do Brasil, o que seria o meu primeiro emprego.
 
Pouco me recordo daquela última semana passada junto com essa turma. A expectativa de viver e trabalhar em outra cidade, não me deixava pensar em mais nada. O foco era a viagem. O desconhecido me assustava, ao tempo que também me atraia. Como seria morar sozinho? O que me esperava naquela cidade grande? A verdade é que eu pouco conhecia além das fronteiras de minha cidade, já que meu vôo fora de Natal tinha apenas  conseguido alcançar as cidades de João Pessoa, com os pic-nic do professor Humberto do Atheneu, que de tanto fazer esse tipo de viajem, terminou recebendo o apelido de “Humberto Pic-nic” e a cidade do Recife, onde fui assistir o casamento de um primo.
 
Hoje escrevendo essas crônicas, vagas lembranças fragmentadas daquela época, chegam-me à memória como fleches daqueles últimos dias que antecederam a minha viagem a São Paulo. Recordo que saímos pelos bares da vida, tomamos umas cervejas e, como de costume, tudo terminou em serenatas.
 
Ao retornar nos anos seguintes, o tempo era curto para dividi-lo entre os familiares e os velhos amigos. E como sequência natural das coisas, cada um foi tomando o seu rumo pela vida. Uns mudaram-se para outros estados, outros para ruas mais afastadas e lá formaram novas turmas. O ensino superior, outra fase importante na vida dos jovens, obrigatoriamente abriria espaço para a convivência com novos amigos que estudariam e se divertiriam juntos.
     
      Quando deixei Natal em 1972, a turma de frequentadores da “Bodega de Floriano” já estava se dissipando. Faço aqui uma retrospectiva dos que me chegam à memória e as profissões que abraçaram pela vida: Jairo (engenheiro); Adauto (advogado e escritor); Levi (artista plástico); Jaime Ninho (economista); Adilson Gurgel (advogado); Hamilton Gurgel (bancário); Chiquinho (serviços de telecomunicação); Leonardo Naná (engenheiro); Rominho (comerciante); Leo Leite (matemático); Gilson Leite (bancário); Beto Coronado (psicólogo e professor); Zé Ivo (odontólogo); Jorge Chopp (médico); João Bosco (professor universitário); Cacá (pintor), Paulinho (médico); Alberto (engenheiro); Carlos Castim (advogado) e Thales (engenheiro), todos morando atualmente em Natal.
Barroca, Carlinhos, Mario Maromba e Sérgio China faleceram. Josemar (odontólogo) mora em (Brasília; Zezé (bancário) mora em Caruaru-Pe; Maninho mora em Maceió; Túlio e Calabé moram em Recife.
 
Quanto a essas reuniões, tudo começou quando no final da década de 80, por ocasião das festividades natalinas, Beto e Jairo se encontraram e, pela primeira vez, trataram do assunto. Comentaram sobre a possibilidade de reunir alguns componentes da turma, para uma confraternização na época natalina. Dez anos depois, em 1999, meia dúzia dos amigos daquela época reuniu-se no hotel Barreira Rocha para um almoço de reencontro. Aquele almoço seria o pontapé inicial para a sucessão ininterruptas dessas reuniões, que no próximo sábado completam 15 anos.
 
Nesse dia faremos uma homenagem especial ao nosso patrono Floriano, proprietário da bodega, que deu nome a nossa confraria, onde essa e outras turmas no passado se reuniam diariamente para conversar, fazer amigos e beber na fonte do conhecimento de um dos bodegueiros mais festejados e admirados de nossa cidade.
 
Viva Floriano “El Bodegero”! 

domingo, 22 de dezembro de 2013

 
CARTAS DE COTOVELO, versão 2013/2014 (1)
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
 
Aviso aos navegantes que cheguei ontem, dia 21. Banho com maré muito forte, pedras à mostra, um pouco de sargaço, mas com promessa de melhorar. Uma chuva fraca de verão para cumprimentar os veranistas. Fiz a minha tarefa praiana com Carlos Neto, logo cedinho. Depois lavei o carro, desentupi o esgoto, um bom banho e computador.
A novidade, negativa por sinal, é que temos na rua de trás um pessoal adepto da barulheira, sem respeitar o direito alheio. Não sei ainda se é apenas folia de começo de veraneio. Vou aguardar.
No meu primeiro caminhar vi nova vegetação nativa - flores pequenas, brancas com tom de azul. Vou perguntar aos nativos o seu nome. Sei que não é xanana.
No corre-corre da mudança esquecemos coisas importantes, dentre outras alguma comida e material de limpeza.
A antena da televisão carece de um reparo, uma limpeza, vou tratar disso amanhã, pois já fiquei viciado em assistir "Jóia Rara" e "Amor à vida".
A 'internet' me deu uma surra, mas graças ao meu neto Raphael, hoje consegui conectar e começo o meu trabalho nas redes sociais.
Um nota rui para a "Oi", em decorrência de vários pedidos de ligação com cabo da internet andaram desligando a minha linha - fiz duas reclamações, a primeira não cumprida e a segunda termina hoje. Depois eu conto o resultado dessa comédia.
Este domingo está prometendo - um sol acanhado, é verdade, mas a inauguração da "churrasqueira" já exala aquele cheirinho especial de comida caseira. O mestre cuca é Ernesto Flor.
Os netos me pediram o violão para afinar - vou ver se dessa mato sai alguma lebre, pois ignorava alguma habilidade instrumental de qualquer deles, embora saiba da boa performance musical de Carlos Victor, nas versões em inglês e japonês - pode?
Carlinho foi para o Clube de Tiro de Marcelo Porpino, em Pirangi e Roquinho com Clarinha e Guigui são esperados.
Rosa Ligia 'curtindo' um refluxo misturado com gripe. Teta e Lucas vigiando Malu e Bibi vigiando Todinho, animais heteros é preciso cuidado! O som está com a gota lá em baixo, tem até o finado Reginaldo Rossi (minhas homenagens).
Eu e minha 'velha' arrumando a casa para recepcionar os amigos.
ALÔ MOACYR, estou esperando você para terminarmos o livro "O menino do poema de concreto". Idem Zeca e Zezinho de Leta, que sempre passam por aqui.
DIDI AVELINO, DOMILSON e IARA BASTOS, precisamos repetir nossas serestas. Convidarei Odúlio Botelho (Obdúlio Varela) e os Pipeanos Ormuz/Geisa (ou é Pipeiros?)
Esperamos que no dia 25 próximo cheguem seu Luiz Marinho e família. Será que Thiago chegou de Portugal? Ah, mesmo com a glicose alta vou arriscar uma 'loura gelada'.
Cleide gritou anunciando que Roquinho chegou com os meninos. Vou descer. Tchau!!!!!! 
 


Verdades cruzadas - VI

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, Professor aposentado do Curso de Direito da UFRN e Presidente da Comissão da Verdade. Sócio do IHGRN.

                Eis que surge um novo tempo na terra potiguar, mais precisamente nas cercanias da Cidade do Natal, quando o povo elegeu como seu líder maior a figura popular e ativa de Djalma Maranhão, irmão de Luiz Ignácio Maranhão Filho, ambos simpatizantes da esquerda.

            Implanta-se no Rio Grande do Norte uma verdadeira revolução no ensino, através de um Projeto voltado para a educação das nossas crianças e também a alfabetização de adultos, despertando a admiração da maioria e o ressentimento de outros, como passamos a melhor explicitar.

A administração de Djalma Maranhão na Prefeitura de Natal será a mais democrata que a cidade já teve. Destacam-se entre as suas realizações a ‘Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler’, o Centro Popular de Cultura e o Fórum de Debates, que trouxe a Natal intelectuais de nomes renomados para discutir temas relevantes da conjuntura nacional e internacional.

Homero Costa (Caderno de História), 1996 apud Carlos H.P.Cunha e Walclei de A.Azevedo – Podres Poderes-política e repressão. Natal: Infinita imagem, 2013.

Durante esse período os segmentos político, da Igreja Católica Apostólica Romana e da administração do Estado tomam iniciativas marcantes na direção da difusão do ensino e conscientização da população, surgindo campanhas em três frentes - inicialmente distintos, mas que se entrelaçaram no idealismo dos seus construtores: o Prefeito Djalma Maranhão e a campanha De pé no chão também se aprende a ler”, na defesa da dignidade da pessoa humana e pela opção libertária “é caminhando que se faz o caminho”, incrementando vários núcleos de Cultura Popular, como grupos de Teatro, Rádio, de Cinema, de Alfabetização e Educação de Base, de Canto e Música Popular, de Dança, desenvolvimento de habilidades manuais e profissionalizantes, prática de Ecologia e outros, com localização nos bairros periféricos.

A ideia era também de interiorização, o que teve início com a adesão de algumas prefeituras. Registram-se, até então, cerca de nove acampamentos e 300 escolinhas e a procura por outros Estados brasileiros, Conchas Acústicas, Galerias de Arte, Museus, Coral.

Faziam parte, ainda do revolucionário Projeto a construção de Teatrinhos do Povo.

Para bem difundir o perfil da Campanha “De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler” foi composto um hino pelo potiguar Dôsinho:

Povo pobre, Natalense!

Chegou a vez para quem quer aprender.

Como sofre o ser humano,

Quando o seu nome não sabe escrever.

A Prefeitura abre a campanha,

Para ajuda de ensino e do saber.

Pela meta do Prefeito Maranhão,

De Pé no Chão Também se Aprende a Ler.

 

Tinha, também, uma bandeira, outro fator de orgulho da campanha, apresentando dois pés impressos a preto sobre um pano branco, com a legenda em azul: “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Projeto e desenho do pintor Newton Navarro e tudo isso, quando não gratuito, era realizado com recursos nativos.

 

Foram criadas Praças de Cultura com o apoio dos novos intelectuais da terra, como Newton Navarro, Sanderson Negreiros, Zila Mamede, Nísia Bezerra, Paulo de Tarso, Marcelo Fernandes, Yaponi Araújo, Nei Leandro de Castro, Berilo Wanderley, Ticiano Duarte, Luis Carlos Guimarães, Moacy Cirne, Miguel Cirilo, sob a coordenação de Mailde Pinto, dentre outros. [1]

Para todo esse trabalho o Prefeito contava com o apoio dos seus auxiliares Moacyr de Góes, Professoras Mailde Pinto, Denise Felippes, Zilda Lopes, Lourdes Varela, do Pastor da Igreja Presbiteriana do Alecrim Herly Parente. Ainda, Omar Pimenta, Hélio Xavier de Vasconcelos, Olívia Marinho, Lia Campos, Severino Fernandes de Oliveira, Eunice Rocha, Eulina Agra, Osvaldo Carlos, Ilza Soares, Maria das Dores, Cleomar Dantas, Isabel Alves, Nandí, Maria Salviano, Lenira de Souza, como também de estudantes universitários como Margarida de Jesus Cortez a quem foi confiada a coordenação pedagógica e, ainda, Maria Laly Carneiro, Diva da Salete Lucena, Josemá Azevedo, Geniberto Campos, Juliano Siqueira, Ivis Bezerra, Edisio Pereira, Icleiber Calife, Olindina Santos, Anaíde Dantas, Francisco das Chagas Alberto Pinheiro, Antonio Campos, Berenice de Freitas, Terezinha Braga, Danilo Bessa, José de Ribamar, Francisco Ginani, Socorro Barreto, Gileno Guanabara, Carlos Lima, Carlos Lyra, Padre Manoel Barbosa, Pastor José Fernandes Machado e outros.

Também estiveram compondo essa gama de atividades os Sindicatos, a UFRN através de convênios com as Faculdades de Farmácia, Odontologia, Medicina – tudo na direção do futuro.[2]

A citação de tantos nomes não representa exagero porquanto o projeto era de uma vastidão nunca vista, tendo como fundamento o ensino e a cultura, representados em expressões próprias da época: “Nenhum povo é dono do seu destino se antes não é dono de sua cultura.”

Várias foram as fases em que se desenvolveu, daí a arregimentação de tanta gente.

Outro construtor desse ideário foi Dom Eugênio Sales, fundador da Rádio Rural e Escolas Radiofônicas, responsável pelo projeto do “Movimento de Educação de Base” (MEB), arregimentando universitários como Marcos Guerra, Ney Lopes, Jardelino Lucena, Safira Bezerra, Otomar Lopes Cardoso, Marco Antônio Rocha, Francisco de Assis Câmara, Pedro Neves Cavalcanti e a Professora Maria Rodrigues, contando com o apoio do português Manuel Chaparro, dos religiosos José Penha Filho e Nivaldo Monte e do Professor Otto de Brito Guerra, com a direção do jornal “A Ordem”, contando com um corpo de redatores como Otomar, Ney, Marco Antônio, Tarcisio Monte, Jardelino, Arlindo Freire e outros. Compunham o que se conhecida por “Movimento de Natal”.

Um terceiro segmento era arregimentado pelo Governador Aluízio Alves, que mandou buscar em Recife o Professor Paulo Freire, criador de um método revolucionário de alfabetização de adultos, implantando um Projeto de Alfabetização de Adultos no Município de Angicos, também com o recrutamento de jovens universitários, como Ivis Bezerra, Geniberto Campos, Arruda Fialho, Francisco Ginani e outros, aquele movimento revolucionário no campo educacional, que tantos benefícios trouxe para a população daquela região.

A tônica era, igualmente, a tarefa de alfabetização pelo rádio e presencial, numa ação paralela com os ideais da Campanha do Prefeito Djalma Maranhão e do Movimento de Natal comandado por Dom Eugênio Sales e auxiliado pelo estudante João Faustino Ferreira Neto diretor do SAR – Serviço de Assistência Rural.

Esses movimentos pioneiros, que tiveram até o reconhecimento da UNESCO e OEA, foram interrompidos com o golpe de 31 de março de 1964, por terem sido considerados como de caráter subversivo e aqueles que emprestaram o seu entusiasmo e engajamento foram presos, perseguidos e processados pelo governo militar e, estranhamente, também pelo Governo do Rio Grande do Norte e até pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, embora tenham contribuído para o desenvolvimento daquelas experiências, seja diretamente executando programas ou mediante a celebração de convênios.[3]


[1]  Trabalho de Djalma Maranhão ‘De Pé no Chão Também Se Aprende a Ler’, 1964, concluído no
exílio no Uruguai. Cap. V, n. 1.
[2] Idem Cap. III, 7, ‘e’.
[3]  Djalma Maranhão, ob. Cit,. Cap. II – Apresentação; 7. Uma experiência de Educação de Massas.