domingo, 2 de dezembro de 2012

EDIÇÕES E REEDIÇÕES POÉTICAS





MISTO CÓDICE

A príncipes e guerreiros
falavam poetas
de flores, aves e gemas.

Com três imagens
se fazia esta
poesia, e um tema:

a brevidade da vida
e a incerteza
da permanência de poema.

Orquídeas roçagavam
na floresta
peitos viris e coxas morenas

Pouco durava
a sensual
festa,
a juventude, apenas.

(Paulo de Tarso Correia de Melo - 
Misto Códice - Sarau das Letras
/Salamanca-Espanha, 2012).






SOUVENIR
Á Eulina Fonseca

N´um alegre recanto da campina,
N´uma nesga do Valle sorridente,
Sob um céo de escumilha transparente,
A´ frouxa luz d´aurora adamantina;

Foi que desabrochou, tão purpurina,
A flor angelical, meiga e innocente,
Do nosso doce affecto permanente,
Que nos encanta, e prende, e nos fascina.

O canteiro de rosas inda existe,
Embora solitário, meigo e triste,
Onde vejo cahir  a luz da lua ...

Era alli que minh´alma de creança
Embalava sorrindo uma esperança,
-Única estrella que em meu céu fluctua.

(Anna Lima – Verbenas – Açú, 1898
Ed. AZYMUTH - Natal, 2012)




NÔVO RUMO

Parti. Ninguém chorou pelas estradas,
No momento em que as velas me levaram,
Tôdas as môças do lugar cantaram
Trovas, ao som das cordas afinadas.

Na terra estranha muitas namoradas
Tive, que de ilusões me alimentaram ...
Ai, quantos lábios puros me beijaram,
Férteis em confissões apaixonadas!...

Piso outra vez o chão do velho abrigo:
Nem uma flor na quadra da vidima,
Quanto mais quem me estenda o colo amigo!

Coração, toma alento à luz da lua,
Deixa o solo natal, busca outro clima,
Que ninguém profetiza em pátria sua.

(Ferreira Itajubá – 
Terra Natal, 1914 e Poesias Completas, 1927 e 1965
Sebo Vermelho - Natal, 2012).


SÃO PAULO
(Homenagem a Luiz Gonzaga)

Todo o mundo te admira
O "Brasí" todo te "qué"!
Das nossas esperanças
És tú a formosa Sé!
O que há de mar em serra
Produto maior da terra ...
O teu e o nosso, Café.

São Paulo, cidade bela!
És do Brasil coração.
Eu te trago os parabens
Das terras do meu sertão,
Por êste gesto imortal
Seres quartél general
Do nosso, REI DO BAIÃO!

(Zé Praxédi - o poeta vaqueiro - Ed.Continental, SP, 1952
 - Sebo Vermelho, Natal, 2012).



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