Por Antenor Laurentino Ramos
Li o livro de Carlos Gomes, ilustre professor de Direito. É um registro importante para a história potiguar. Dá-nos informes preciosos do que aqui se passou nos tempos dos grandes aviadores franceses, Mermoz e Saint-Exupèry. Tirando o assunto da polêmica, se Saint-Exupèry esteve, ou não, aqui, a obra contribui, não só para o conhecimento de uma fase áurea e heroica da aviação em Natal, mas também para se saber mais sobre uma figura bastante conceituada em nossa capital, Rocco Rosso. Lembro bem dele. Eram os meus tempos de juventude no Barro Vermelho. Todas as vezes, meus companheiros de geração, Radyr, de Capitão Modesto, Luis Silvério de Dona Elita e eu, passávamos frente à sua casa, dávamos a ele e à Dona Rosa, sua esposa, bom dia ou boa tarde. Achávamos bonito, cumprimentar os mais velhos. Queríamos que eles nos vissem como rapazes de boa família. E eles correspondiam. São personagens marcantes enfim de uma Meira e Sá dos bons tempos. Sabíamos que se tratava “Seu Rosso” de um respeitável cidadão, de quem todos davam boas referencias. Recordo também o autor do livro, ainda no saudoso Ginásio Natal, depois como estudante universitário e professor de Ciências Jurídicas. Através de sua pena, retornei aos tempos idos e vividos. O que mais me chamava a atenção era a figura humana do biografado, sua simplicidade, sua história de vida. Gostaria de que Carlos tivesse falado mais sobre ele. Tenho certeza de que, teríamos mais coisas a saber. Emocionaram-me bastante o relato de seus filhos e netos, assim como de seu poema para Natal. “Seu Rocco Rosso”, repito, merece uma biografia mais extensa. No pouco que nos foi dito sobre sua presença em Natal, natalense adotivo, e não menos potiguar que foi, é digno de ser mais estudado. Parabéns, Carlos! É a memória que imortaliza as pessoas, aqueles por quem devotamos grande amor. E nada mais oportuno relembrar isso, esse celebre italiano, mais natalense do que muitos de nós e por isso mesmo, merecedor do nosso reconhecimento. Fiquei com um gostinho de quero mais, Carlos! Quando você começava a falar dele, lá vinha o fim. Focalize-o mais do ponto de vista humano! Acho que há mais coisas em sua biografia de que você não tratou. E não seria menos interessante pelo que você dele falou. Como foram os seus primeiros dias em Natal, suas vicissitudes, sua vida em família e entre amigos. Não há nada de mais nisso. Revelaria, com certeza, muitos aspectos de sua figura ricamente humana, de sua luta, a viver em duas pátrias, compartilhando com elas o mesmo sentimento filial. Bem que gostaria de saber. Vá em frente, Carlos! De qualquer modo, expresso a satisfação de ver realizado este bom trabalho seu. Parabéns! Saímos enriquecidos de história, história desse povo potiguar do qual “Seu Rosso” foi parte relevante. Aguardo outros livros da mesma lavra. De seu admirador.
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