UM
PROFETA DO NOSSO TEMPO
Valério
Alfredo Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
O escritor, jornalista, advogado e
professor Otto de Brito Guerra nasceu em 02 de julho de 1912, na cidade de
Mossoró. Em julho passado foi comemorado os seus 110 anos de nascimento. Foram
seus pais Felipe Neri de Brito Guerra, desembargador e escritor e sua mãe
senhora Maria Gurgel.
Formado em direito pela Faculdade do
Recife, turma de 1933, era amigo do macaibense Octacílio Alecrim. O professor
Otto Guerra teve uma vasta atuação no cenário intelectual do estado. Foi um dos
fundadores da Academia Norte-rio-grandense de Letras, advogado, promotor
público, consultor jurídico, professor de Direito Civil, Comercial e
Trabalhista. Some-se ainda o trabalho como jornalista, ensaísta e intelectual
católico. Teve o reconhecimento da Santa Sé quando condecorado Comendador da
Ordem de São Gregório Magno, destacado como membro da Comissão Pontifical do
Vaticano.
Sua pesquisa era vasta e metódica.
Publicou cerca de vinte livros e inúmeras monografias, entre as obras
principais destacamos: “A Batalha das Secas” (1950), “Necessidade de Renovação
da Família” (1965), “O Desenvolvimento a Serviço do Homem” (1973), “Tragédia e Epopeia
do Nordeste” (1983), “Vida e Morte do Nordestino” (1989).
Iniciou a carreira jornalística em 1928,
trabalhando e escrevendo no “Diário do Natal”, à época, periódico católico da
Diocese de Natal. Foi redator e depois diretor do jornal “A Ordem” de
Educador emérito foi um dos fundadores da
Escola de Serviço Social e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da
qual foi 2º vice-reitor, sendo igualmente professor e diretor da então Faculdade
de Direito por dez anos.
Como membro do Conselho Estadual de
Cultura, proferiu parecer favorável ao tombamento das ruínas do Casarão de
Guarapes, em Macaíba, no ano de 1991. Foi casado com a macaibense Catarina
Selda de Castro Guerra, com quem teve 13 filhos.
O Dr. Otto de Brito Guerra estava
assistindo missa na capela do Colégio Marista, quando se sentiu mal. Socorrido,
não resistiu e faleceu no dia 16 de março de 1996.
Mas, o que impressionava nele era o lado
humano, modesto, quase canonizado
Foi líder da doutrina social defendendo
que Jesus Cristo é o melhor que a humanidade produziu. Esse homem simples,
abordável, sensível, solidário, excelente esposo e pai, creio que o horizonte
da história cultural do Rio Grande do Norte se empobreceria se ele caísse no
esquecimento. Salve, portanto, os seus 110 anos de nascimento.
(*) Escritor.
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