TAMBORES
DE GUERRA E DE PAZ
Valério
Mesquita*
mesquita.valerio@gmail.com
Macaíba
precisa ser considerada acima dos nomes que postulam a prefeitura e dos
partidos. Acompanho, preocupado, a luta sucessória. Já se perdeu muito tempo
com divergências e querelas paroquiais. Elas não levam a nada. Apenas alimentam
vaidades. O município está empobrecido. A população deve cobrar dos seus
agentes políticos propostas concretas e não promessas que resolvam problemas
pontuais tais como: o das enchentes, o da saúde pública (Hospital Alfredo
Mesquita), empregos, segurança, tráfico de rogas, educação, melhoria de vida
das comunidades suburbanas e interioranas, além de outras ações voltadas para a
cidadania.
Macaíba
atravessa uma quadra atípica e grave de sua vida. Ela precisa de uma liderança
que possa reordenar e comandar as ações políticas, governamentais em favor da
população. Saí dessa atividade mas não deixo de me afligir como cidadão,
eleitor, ex-prefeito, ex-deputado e filho de Macaíba. Onde estão os que arrecadaram
votos na última eleição para senador, deputado federal e estadual que não
cobram da governadora e do presidente a solução dos problemas? Por que os
outros municípios da Grande Natal são atendidos e Macaíba não?
Tempos
atrás, encontrei-me casualmente com a governadora e conversamos sobre Macaíba.
Abordamos assuntos de natureza administrativa porque me são pertinentes e não
os de características eleitorais. Visualizei para a chefe do executivo todas as
carências que citei no início. Mas, reconheço que a tarefa não me cabe mais.
Entendi que o apreço da governadora se constituiu numa deferência especial em
função do meu passado político e por assimilar que o momento exige a
participação e o somatório de todos que têm uma parcela de responsabilidade nos
destinos de Macaíba.
Escrevo
para pedir um momento de reflexão aos meus conterrâneos. E, por extensão, à
classe política da terra de antepassados tão notáveis que não precisam ser
mencionados. A defasagem no seu crescimento econômico é tão acentuada que
qualquer administração convencional não recupera o tempo perdido. As ações
governamentais, por isso, devem ser urgentes e estruturais. Nenhum município
pode prescindir do apoio do governo do estado e nem este da presidência da
república. Não temos recursos extras que possam ativar o desenvolvimento
municipal. Daí ser preciso, inadiável, um pacto pelo desenvolvimento de todas
as forças políticas e das classes produtoras, além de segmentos da cultura, da
educação, da juventude, dos profissionais liberais pela salvação de Macaíba que
dorme e geme num berço esplêndido. Comecem a bater os tambores do diálogo e da
paz.
(*)
Artigo Publicado no livro “INQUIETUDES” - 2004
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