quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

 

Minhas Cartas de Cotovelo – verão de 2021-48

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

Foi um sucesso o lançamento do livro “A Cidade em Chamas – o serviço de extinção de incêndios em Natal – 1917 a 1955”, da autoria do meu amigo e confrade Flademir Gonçalves Dantas, integrante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte.

O auditório da Governadoria ficou lotado, em sua esmagadora maioria, pelos companheiros de farda dos soldados do fogo. Ritual emocionante, com discurso do escritor e dos seus superiores, com o cântico do Hino do Corpo de Bombeiros, garbosamente cantado por todos a plenos pulmões, dando um ar de emoção ao evento.

Um trabalho, que tive a honra de prefaciar é indiscutivelmente de fôlego desenvolvido através de pesquisas junto a vários jornais, a teor de A República, Diário de Natal, A Ordem, Tribuna do Norte e outros periódicos aqui não enumerados, mas que não esquecidos pelo autor em sua obra.

Flademir foi beber nas fontes primárias, consultando boletins internos e outros documentos da nossa gloriosa Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, além de relatórios de governo, fotografias raras, biografias e escassas obras memorialistas de autores potiguares, alcançando o período que faz parte do nome complementar do livro.

O seu projeto tem a formatação da história da Cidade em Chamas em três volumes, alcançando este o primeiro ao período de 1917 a 1955, exatamente aquele em que os meios de comunicação eram precários e os instrumentos registrais de difícil visibilidade, sendo anunciado pelos toques do sino da Matriz..

Por integrar uma Corporação muito simpática, cujos integrantes gozam de um belo conceito – (Não somos heróis, apenas mais humanos que muitos humanos                          (Jackson Chevalier Pinto Mourão), esperava grande repercussão na imprensa local, falada, televisada e impressa. Tal não aconteceu injustamente, perdendo lugar para o noticiário pífio, laudatório de acontecimentos com poucos ou nenhum mérito para a sociedade.

Mais uma vez se faz presente uma frase muito difundida nos meios intelectuais – A cultura é uma atividade mendicante.

De repente foram esquecidos os soldados do fogo, notadamente os mais antigos, que combatiam na marra, como o caso do seu primeiro comandante, o famoso Joca do Pará.

Conversando com o meu irmão Moacyr Gomes da Costa – “O menino do Poema de Concreto”, dele recebi a crítica favorável, elogiosa que lhe proporcionou muitas lembranças dos seus 94 anos de vida, notadamente aqueles sinistros que marcaram a sua geração: aquele ocorrido em fevereiro de 1950 nas Lojas Brasileiras 4.400. Os jornais cariocas, Diário de Notícias e A Manhã, Diário da Noite de São Paulo, Jornal 104 do Commercio do Amazonas, Diário de Pernambuco, e dois jornais locais, Diário de Natal e A Ordem estamparam em suas páginas as agruras desse impiedoso incêndio que certamente foi um dos maiores e mais pavorosos. incêndios, tanto em prejuízos materiais como pela extensão e violência do fogo.

Ainda, o maior sinistro da cidade - do Mercado Público da Cidade Alta:

Ocorreu na manhã do domingo de carnaval de 1967. Um grande incêndio destruiu o Mercado Público Municipal, localizado na Avenida Rio Branco, no bairro Cidade Alta, zona Leste de Natal. Na época, Natal não havia supermercado e os mantimentos eram comprados neste mercado público. Por isso, lá vendia todos os produtos possíveis e impossíveis de se imaginar.

São tristes e fortes recordações, mas registros importantes da história do nosso eficiente e heroico Corpo de Bombeiros, apenas num espaço de tempo.

Vale a pena ler esse trabalho muito bem redigido e rico em documentação.

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Esta obra vem preencher uma lacuna importantíssima na vida do Corpo de Bombeiros Militar do RN, a sua história documentada.

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  2. Excelente leitura, mesmo a todos que gostam de história.

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