sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

 

Hoje o próprio nome de Walflan de Queiroz é muito pouco lembrado e assim mesmo em teses de mestrado, de circulação restrita aos meios acadêmicos, ou em conversas nostálgicas entre amigos que o conheceram e dele guardam lembranças repletas de admiração e respeito por seu grande valor intelectual. Na verdade, todos reverenciam o seu talento, a sua erudição, o seu abrangente conhecimento da literatura ocidental, através do perfeito domínio de vários idiomas. Muitos o têm até mesmo na conta de gênio irrealizado, vítima do ambiente hostil e estéril de uma cidade asfixiantemente medíocre e da grave doença mental que o submetia a periódicas, dolorosas internações em clínicas especializadas.
Há muitas histórias a seu respeito. Algumas exaltando o seu talento que, sem exagero apologético, tinha características excepcionais, pela espantosa capacidade de apreender, memorizar, interpretar e analisar as grandes obras da literatura universal. Embora, na minha opinião, sua produção poética não estivesse à altura de seu talento, bem como do profundo conhecimento que tinha de geniais poetas que lia e relia constantemente e cujos poemas gostava de recitar, valendo-se de uma memória prodigiosa. Fala-se sobre suas aventuras errantes de marinheiro, durante as quais percorreu praticamente todo o mundo, numa fase muito jovem da vida. E existem ainda especulações fantasiosas sobre sua experiência de monge trapista – a sua religiosidade mística e a sua identificação com filósofos, escritores e poetas comprometidos ardorosamente com a fé e os sentimentos cristãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário