INDEPENDÊNCIA
(Síntese
histórica)
Jurandyr Navarro
Da Comissão Estadual de Cultura
Um
Estado, para fazer parte do concerto das nações,
requer o requisito essencial e indispensável: a sua independência política. E
esta só podèrá ser alcançada mediante a consecução do triângulo basilar: um
território, uma população e um governo independente.
Ao ser
descoberto, em 1500, o Brasil, ocupado, primitivamente, por índios,
recebeu os novos visitantes que lhe deram o nome, ocupando, inicialmente, o seu
vasto litoral. Recebeu, assim, a
colonização portuguesa, sofrendo, em
seguida, invasões de franceses e holandeses.
Com o
passar do tempo, as gerações advindas das raças consideradas branca, indígena e
negra, formariam o perfil genético do povo brasileiro, antes mesmo do nosso
país tornar-se império sob o poder do soberano lusitano Dom João VI, fugido
de Portugal pela ameaça de Napoleão.
As
Capitanias, chamadas Hereditárias, assumidas por seus donatários escolhidos pela
Coroa Portuguesa, no interregno dos reinados de Pedro I e do
seu antecessor. O avanço da política transformou as ditas Capitanias em
Províncias, posteriormerite desligadas do jugo do colonizador. As dissensões de
Pernambuco (Guerra dos Mascates), e em Minas Gerais (Emboabas) afloravam o
sentimento nativista que resultaria na aurora da independência.
A rebeldia do então
comandante Jorge Avilez foi considerada afrontosa a Dom Pedro I que
não ocultou a mágoa, segundo autores credenciados. Tal, fato, ligado à
Revolução do Porto, em Portugal, propiciou a gravidade dos acontecimentos.
E a data da independência
se aproximava inelutável depois da proclamação do Fico, resultando, finalmente, no brado
às margens do Ipiranga. No Rio Grande do Norte, por esses dias de apreensão,
Tomás de Araújo Pereira foi alçado primeiro Presidente da Província.
A Carta Imperial de 25 de novembro de 1823 de
Dom Pedro I o nomeia nos.termos:
"Tomás de Araújo Pereira:
Eu, o
Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, vos envio muito, saudar.
Tendo consideração aos vossos distintos merecimentos, patriotismo, dedicação à
sagrada causa deste Império, e mais qualidades recomendáveis que concorrem na vossa
pessoa e que vos constituem digno desta Minha Imperial Contemplação; Hei por bem
nomear-vos Presidente para a Província do Rio Grande do Norte, em virtude da Carta
de vinte de outubro do corrente ano, de cujo lugar tomareis posse com as formalidades
que se acham estabelecidas, à qual vos será dada graduada pelo atual Governo
Provisório, que desde então não continuará as suas sessões, recebendo dela e da
Câmara da Capital as notícias que forem convenientes ao Serviço Nacional e procedereis imediatamente à eleição do Congresso
da Província na forma determinada na mesma Carta de Lei, cuja fidedigna
observância fareis manter para prosperidade dos povos que vos são confiados. O
que me pareceu participar-vos vossa inteligência e execução".
Escrito no Palácio do Rio de Janeiro, em vinte e cinco
de novembro de mil oitocentos e vinte três, segundo da Independência e do
Império.
Tomás de Araújo Pereira governou durante o curto período de
cinco de maio a oito de setembro de mil oitocentos e vinte e quatro. Foi
substituído por Lourenço José de Morais Navarro, então Presidente do Senado da
Câmara.
A independência do
Brasil acarretou "guerras" no seu. território: na Bahia, em primeiro a solidarizar-se com a Revolução,
do Porto em Portugal, tendo alcançado vitória contra as tropas lusitanas em
1923, com cerco dos navios sob comando do almirante Cochrane.
No Maranhão, o major Fidié, ao lado de tropas do Piauí
e Ceará, derrotaram os portugueses. Veio a consumação da revolta, no mês de
julho quando São Luiz, a capital, foi dominada pela esquadra de Cochrane.
O Pará também recebeu séria resistência a ideia da
Independência. À influência decisiva de
Grenfell, por mar, com apenas uma nau
solitária, intimidou a resistência lusitana, tendo, na ocasião, populares da região,
aproveitado a confusão reinante para dissolverem a Junta do Governo ali
implantada.
A primeira Nação a reconhecer a Independência Brasileira
foram os Estados Unidos da América do Norte (1824). Tal atitude diplomática e
política foi lavrada através da
Carta-mensagem remetida ao Congresso Norte-americano, 1823, pelo Presidente
Monroe, tendo ficado conhecida como Doutrina Monroe no Direito Internacional.
Referida doutrina proclamava que a América não acataria mais qualquer
intromissão ou ingerência por parte de países da Europa nos seus assuntos e
negócios políticos internos.
Seguiram-se a França,
1826, Rússia e Áustria um ano depois.
Em relação à Igreja Católica, o Papa permitiu a continuidade do Padroado,
pelo qual conferia-se ao Estado a capacidade de ingerência nos assuntos da
Igreja (casamento, obrigatório no religioso; beneplácito; nomeação e
remuneração das autoridades eclesiásticas).
A
primeira Carta Magna (1824), Constituição Outorgada por
Pedro I, selou
solenemente o pacto político.
Muitos
os heróis brasileiros da Independência dos quais, destaco: Tiradentes
e Miguelinho, que deram a vida à ação patriótica.
Segue-se a Abolição, com outros
heróis: José do Patrocínio, Castro Alves é o Padre João
Maria, este último, no Rio Grande do Norte.
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