OS 99 ANOS DO ABC E ALBERI
Em homenagem que prestei aos 99 anos do ABC FUTEBOL CLUBE, rememorando
fatos e citando ídolos de épocas remotas do Estádio Juvenal Lamartine,
pratiquei omissão imperdoável em não incluir o grande ALBERI, um dos mais
consagrados jogadores da história potiguar e, particularmente, do time
abecedista.
Leitores atentos, delicadamente, apontaram o meu esquecimento e a única
reparação que afirmei ser possível fazer é escrevendo um artigo exclusivo para
o renomado artista da pelota.
Pois bem, refiro-me ao cidadão Alberi José Ferreira de Matos, ou
simplesmente ALBERI, que iniciou sua rica trajetória por
insistência dos cartolas do Santa Cruz, quando tinha 23 anos, pois é
pernambucano do Pina. Em 1969 foi contratado
pelo ABC, mas a sua estréia ocorreu
antes, no dia 10 de abril de 1968 em partida realizada no estádio
Juvenal Lamartine contra o Ferroviária/RN, válida pelo Campeonato Potiguar. Na
oportunidade o ABC venceu por 3 a 2 e Alberi marcou 2 gols.
Seu crescimento foi uma constante e em
1972 recebeu a Bola de Prata da Revista Placar, aliás, o único potiguar a
obter esse laurel, atraindo o interesse de outros clubes, como o caso do
Fluminense do Rio de Janeiro, o que recusou todas.
Contudo, em 1974 saiu do ABC, foi e
só voltou ao Rio Grande do Norte em 1976 jogando pelo América do RN,
sendo campeão Potiguar no ano seguinte.
Além dos dois maiores times potiguares, no período
entre 1979 e 1981 jogou pelo Alecrim Futebol Clube, o mais simpático clube do
Estado.
Teve passagem marcante pelo Rio Negro-AM, Sergipe, Campinense-PB,onde
foi campeão em 1979, Ícara-CE e Baraúnas, de Mossoró.
Em 1983 retornou para o ABC, onde encerrou sua
carreira.
Suas conquistas são proclamadas como a de goleador
no ABC com 79 gols e em sua carreira o total de 283, além de contabilizar
inúmeros campeonatos, como em 1970, 1971, 1972, 1973 e 1983. Taça Cidade do
Natal em 1971 e 1983, pelo ABC e em 1979, pelo Alecrim.
Quando atingiu certa idade ele disse que “Quando as
pessoas começam a olhar para você com desconfiança por causa da idade, é melhor
deixar a bola de lado. Foi exatamente o que eu fiz”.
Em 2001 em eleição realizada pelo Jornal
Tribuna do Norte para escolher a seleção de todos os tempos do ABC e em
pesquisa semelhante realizada pelo ABC em virtude das comemorações dos noventa
anos do clube Alberi apareceu como titular nas duas seleções.
Fora das atividades futebolísticas escolheu morar
em Natal com sua esposa, nove filhos e treze netos (dados não atualizados) e tem
sido honrado pelo time do seu coração, o ABC, que tem em seu estádio um enorme
poster do festejado atleta.
A propósito, quando demoliram o Machadão eu me lembrei de Alberi:
Enquanto isso, constrangidamente faço o meu “Réquiem para um Estádio”:
A propósito, quando demoliram o Machadão eu me lembrei de Alberi:
Enquanto isso, constrangidamente faço o meu “Réquiem para um Estádio”:
Um dia, numa tarde - a grande festa.
A cidade se engalanava, em fantasia.
O povo, na sua incontida alegria,
Fazia um coro, como uma grande orquestra.
O tempo passa, a festa acaba – desilusão.
Momentos lúdicos ficam pra traz, sem constrangimento.
O povo, na sua infinita letargia, aplaudirá novo momento,
Da cruel, incontornável e definitiva demolição.
Não há certeza, se por algum milagre,
Um novo poema de concreto surja na cidade.
Se o povo, em dia de alegria, ainda poderá sentir,
O sabor de um gol perfeito de um Alberi.
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