quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


DEMOCRACIA  X  GUERRA CIVIL
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

           Os confrontos entre cidadãos de uma mesma nação constituem fatos rotineiros na prática democrática face aos naturais interesses antagônicos.
            Para dirimir eventuais conflitos temos à disposição os aparatos constitucionais exercidos pela Administração Pública, em especial, pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e pela Polícia, de uma maneira geral.
            No Brasil não é diferente quando no frontispício da Carta Política Nacional institui um Estado Democrático de Direito, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.
            Acontece, no entanto, nas hipóteses em que a sociedade, de quando em vez, se depare com enfermidades políticas e sociais que lhe retiram a harmonia preconizada e o aparato constitucional perde a força de combate e atuação regular, entrarmos inevitavelmente numa  luta de classes, do homem contra o homem (homo  homini lupus), sentença latina preconizada por Thomas Hobbes, que resulta numa guerra civil.
            Entende-se por guerra civil quando o confronto se estabelece entre grupos procurando impor suas regras de conduta em desrespeito às posturas do direito posto, gerando um conflito de alta intensidade, onde tem vez a violência e vítimas, além de uma oneração substancial do erário público, sem a correspondente volta ao estado anterior.
            O Brasil vive nos últimos tempos momentos de conflitos entre grupos sociais representando, de um lado, um grito de alerta ou de protesto e de outro um grupo afeito ao vandalismo infiltrado entre os manifestantes bem intencionados, confrontos que se repetem e já demonstram a supremacia dos que professam o lado negativo e de simples anarquia em seu sentido pejorativo, por ser sem objetivo definido.
            Ônibus são queimados, arrastões e roleis nas praias e em supermercados, clínicas, hospitais, condomínios, nas ruas, deixando a população atônita e sem força para reagir.
            Os Poderes constituídos não têm conseguido coibir os abusos ou separar o joio do trigo. O Executivo quando não fornece o necessário ao combate à marginalidade, deixando à sorrelfa as prioridades preferindo investir em equipamentos urbanos secundários, como exemplificam os gastos com arenas esportivas em detrimentos das obras de mobilidade e outras que garantam melhor qualidade de vida.
            Os políticos não estão tomando posição isenta, pois não sugerem medidas concretas, apoiando as ordens governamentais sem quaisquer questionamentos, ou pecam por omissão. Até a oposição se comporta oportunisticamente, combatendo por combater, sem justificativas sustentáveis, aumentando o estado de caos e a incerteza que continua prevalecendo.
            O turismo sem um projeto definido, sem fiscalização, gera inflação nos custos da subsistência, incentiva a especulação imobiliária, a prostituição infantil e aumenta o desencanto do povo, enquanto a mídia é obrigada a veicular propaganda enganosa dos Partidos Políticos nos horários nobres, sob a ineficaz supervisão dos que comandam o processo eleitoral.
            Vivemos hoje mercê dos abusos da assistência médica, da falta de segurança, obrigados a instalar verdadeiras fortalezas nas residências, o ensino público e particular é de qualidade discutível, e temos a ampliação cada vez mais evidente do tráfico de tóxicos e da incoerente restrição ao direito de posse de armas defensivas pelos cidadãos.
            Resta a indagação: isto é uma democracia ou um estado de guerra civil?
            Valorize o seu voto e saiba escolher os seus candidatos pela sua história de lutas, e não pela beleza física, condição financeira ou simpatia familiar. É agora ou nunca!

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário