DEMOCRACIA
X GUERRA CIVIL
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Os confrontos entre
cidadãos de uma mesma nação constituem fatos rotineiros na prática democrática
face aos naturais interesses antagônicos.
Para dirimir
eventuais conflitos temos à disposição os aparatos constitucionais exercidos
pela Administração Pública, em especial, pelo Poder Judiciário, pelo Ministério
Público e pela Polícia, de uma maneira geral.
No Brasil
não é diferente quando no frontispício da Carta Política Nacional institui um
Estado Democrático de Direito, destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias.
Acontece, no
entanto, nas hipóteses em que a sociedade, de quando em vez, se depare com
enfermidades políticas e sociais que lhe retiram a harmonia preconizada e o
aparato constitucional perde a força de combate e atuação regular, entrarmos
inevitavelmente numa luta de classes, do
homem contra o homem (homo homini lupus), sentença latina preconizada
por Thomas Hobbes, que resulta numa guerra civil.
Entende-se
por guerra civil quando o confronto se estabelece entre grupos procurando impor
suas regras de conduta em desrespeito às posturas do direito posto, gerando um
conflito de alta intensidade, onde tem vez a violência e vítimas, além de uma
oneração substancial do erário público, sem a correspondente volta ao estado
anterior.
O Brasil
vive nos últimos tempos momentos de conflitos entre grupos sociais
representando, de um lado, um grito de alerta ou de protesto e de outro um
grupo afeito ao vandalismo infiltrado entre os manifestantes bem intencionados,
confrontos que se repetem e já demonstram a supremacia dos que professam o lado
negativo e de simples anarquia em seu sentido pejorativo, por ser sem objetivo
definido.
Ônibus são
queimados, arrastões e roleis nas praias e em supermercados, clínicas,
hospitais, condomínios, nas ruas, deixando a população atônita e sem força para
reagir.
Os Poderes constituídos
não têm conseguido coibir os abusos ou separar o joio do trigo. O Executivo
quando não fornece o necessário ao combate à marginalidade, deixando à sorrelfa
as prioridades preferindo investir em equipamentos urbanos secundários, como
exemplificam os gastos com arenas esportivas em detrimentos das obras de
mobilidade e outras que garantam melhor qualidade de vida.
Os políticos
não estão tomando posição isenta, pois não sugerem medidas concretas, apoiando
as ordens governamentais sem quaisquer questionamentos, ou pecam por omissão.
Até a oposição se comporta oportunisticamente, combatendo por combater, sem
justificativas sustentáveis, aumentando o estado de caos e a incerteza que
continua prevalecendo.
O turismo
sem um projeto definido, sem fiscalização, gera inflação nos custos da
subsistência, incentiva a especulação imobiliária, a prostituição infantil e
aumenta o desencanto do povo, enquanto a mídia é obrigada a veicular propaganda
enganosa dos Partidos Políticos nos horários nobres, sob a ineficaz supervisão
dos que comandam o processo eleitoral.
Vivemos hoje
mercê dos abusos da assistência médica, da falta de segurança, obrigados a
instalar verdadeiras fortalezas nas residências, o ensino público e particular é
de qualidade discutível, e temos a ampliação cada vez mais evidente do tráfico
de tóxicos e da incoerente restrição ao direito de posse de armas defensivas
pelos cidadãos.
Resta a
indagação: isto é uma democracia ou um estado de guerra civil?
Valorize o
seu voto e saiba escolher os seus candidatos pela sua história de lutas, e não
pela beleza física, condição financeira ou simpatia familiar. É agora ou nunca!
Nenhum comentário:
Postar um comentário