Coisas que só
acontecem comigo II
Por: Augusto Coelho
Leal, engenheiro civil
Acho
que nasci rindo, não chorando, adoro tirar uma prosa sadia, brincar com um e
com outro, jogar conversa fora, tocar teclado, cantar e ser cantado lógico, e
assim continuar até o último suspiro ou último riso.
Fui
no sábado 01 de fevereiro pelo Bar do GG. Como estava passando uns dias na
praia de Cotovelo, quando cheguei por lá, cada um dizia uma brincadeira, uns
queriam ouvir a resposta e outros tirar um “sarro” com a minha cara. E assim se
passaram duas horas. Como tinha algumas pessoas estranhas ao nosso convívio,
falei quando ia saindo, que se alguém soltasse uma piada eu mandava chumbo em
todos. Vou me dirigindo para o carro quando começaram os gracejos. Entrei no
carro e peguei uma caixa de chumbinho (aqueles de São João), enchi a mão e
disse – Lá vai chumbo mundiça, e sacudi em direção a mundiça. Quando “eles”
bateram nas mesas, chão e parede foram pipocando e nego pulando pra todos os
lados, Sai rindo e vingado.
Certa
vez, tinha saído de casa e ia demorar, Alzira aproveitou e foi fazer umas
compras em um supermercado. Voltei mais cedo, nisso ela liga para falar com a
nossa secretária e eu atendo.
-
Alô Augusto você já chegou em casa?
-
Não, estou em Londres almoçando com a Rainha.
-
Vá pra meeeeeeeeeeerda, e chame Antonia.
Já
que falei em esposa, vou continuar falando histórias da minha, porque se contar
aqui histórias das outras vai dar um qüiproquó dos infernos.
Houve
um tempo em que o meu grande amigo Humberto Azevedo, dono do restaurante Xique Xique
decorou o prédio iluminando a frente toda com lâmpadas amarelas, não era tempo
das festas natalinas. Saí da Confeitaria Atheneu, aproximadamente às dezesseis
horas e pego a Avenida Campos Sales, moro perto da Praça Augusto Leite.
Passando em frente ao Bar Azulão, do amigo Dequinha, vejo o colega e amigo
Lucio Flavio Othon que solitário deu-me com a mão. Aquele gesto doeu no meu
coração, fiz a volta e fui fazê-lo companhia. Ele estava bebendo uísque ou Whisky
e eu tinha bebido cerveja, mas inventei de acompanhá-lo também na bebida. Saí
de lá oito horas da noite, igual à Vadinho de Dona Flor. Como troquei de mão na
avenida, meu carro ficou de frente para o CCAB Norte, eu ia para casa. Comecei
a andar e nada de chegar na praça que é bem perto. Estou perdido, disse. Quando
chego em frente ao Xique Xique, que vejo aquele prédio todo iluminado, parei o
carro e pensei (pensamento de bêbado): realmente me perdi, vim parar em uma
cidade do interior e hoje é a festa da padroeira, a Matriz está toda iluminada,
vou telefonar para casa.
-
Alô Alzira, estou perdido, vou demorar a chegar em casa.
-
Filho pelo amor de Deus, você está onde? Dei uma risada e respondi
-
Se eu soubesse não estava perdido
-
Dane-se, durma onde quiser.
Certa
vez, estava em casa me preparando para sair, já atrasado, quando chega um
guarda sanitário, para verificar foco do mosquito da dengue. Ora já estava
atrasado, falei para o vigilante sanitário que estava de saída, mas ele
insistiu em entrar. Puto da vida permiti, aí apareceu meu anjo da guarda. O
cidadão leu em uma placa (só tem a placa, não tem cachorro) que tem no portão
da garagem “Cuidado cão Raivoso Pit bull,” e foi logo perguntando.
-
Senhor o cão está preso? Que cão? Perguntei.
-
Aquele que tem lá na placa do portão da garagem? Respondi que sim.
Foi
minha salvação, lembrei-me destas chamadas falsas que tem no celular, deixei o
cidadão chegar perto do final do terreno, eu acompanhando, liguei para o meu
celular sem ele perceber e gritei.
-
Alô pelo amor de Deus filha você deixou o cachorro solto, valha-me Nossa Senhora.
O
cidadão arregalou os olhos, saiu correndo em direção ao portão, como estava
fechado, pulou a grade e caiu sentado na calçada. Ainda olhei para ele que me
disse.
-
Doutor que susto hem? Escapei por pouco.
E
eu comigo mesmo, quem escapou fui eu.
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