Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Inimizade não faz parte do meu culto
e lamento a partida dos conhecidos e amigos, com maior intensidade daqueles com
quem convivi em algum momento da minha existência.
Parafraseando a conhecida canção
“Três Lágrimas”, imortalizada na voz de Sílvio Caldas, pranteio três amigos que
recente passaram para outra dimensão da vida.
Aluízio Menezes, extraordinário
jornalista esportivo, a quem acompanhei desde os tempos de menino nas narrações
das partidas de futebol no prefixo ZY-B5 Rádio Poti de Natal e depois em outras
emissoras. No velho estádio Juvenal Lamartine costumava ficar na arquibancada,
o mais próximo possível da cabine de transmissão, pois assistia a partida e
ouvia a narração e os comentários dos seus companheiros, dos quais lembro de
Mirocem.
Acompanhei a trajetória desse velho
amigo no correr da vida até abandonar o microfone, quando então, em eventuais
encontros, passei à cobrar-lhe um livros sobre os bastidores do rádio esportivo
e ele respondia que estava escrevendo.
Os momentos em que fiquei mais
ligados às suas transmissões foi quando estando longe de Natal, estudando em
Recife, paradoxalmente ficava mais próximo da terra potiguar ouvindo suas
transmissões através de um radinho “Spica”, em uma antena improvisada no meu
quarto da República da casa do Barão de São Borja, esquina com as ruas D. Bosco
e Visconde de Goiana, no bairro da Boa Vista.
Deus lhe abençoe querido amigo!
A segunda perda foi a de João
Faustino, que conheci menino, juntamente com seu irmão Astor, empinando pipas
na praia da Redinha. . Depois convivemos na Faculdade de Direito da Ribeira,
onde frequentava por conta do seu namoro com Sônia, minha colega da Turma 1968,
continuando os encontros em eventos culturais e nos passeios do veraneio de
Cotovelo, ele sempre acompanhado do filho Edson..
Tive um susto ao receber a
informação do seu subido falecimento, pois recentemente o encontrei sadio,
creio que no lançamento do último livro de Valério Mesquita na Academia de
Letras.
O terceiro impacto ocorreu com Baíto
(Maurício Gomes dos Santos), meu companheiro de peladas no sítio do meu avô na
Rua Meira e Sá, no Barro Vermelho, onde fomos vizinhos.
Esse campinho, sob a sombra de
mangueiras, pitangueiras e alguns coqueiros, o que facilitava os peladeiros do
local, conhecedores dos obstáculos naturais, hoje é, em parte, espaço onde
construí a minha moradia, na rua Coronel João Gomes, em homenagem ao velho
patriarca da família.
Foram três amigos que partiram na
minha frente, deixando boas lembranças e saudades. Certamente vamos nos
reencontrar, mas eu não estou vexado!
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