quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
            Inimizade não faz parte do meu culto e lamento a partida dos conhecidos e amigos, com maior intensidade daqueles com quem convivi em algum momento da minha existência.
            Parafraseando a conhecida canção “Três Lágrimas”, imortalizada na voz de Sílvio Caldas, pranteio três amigos que recente passaram para outra dimensão da vida.
            Aluízio Menezes, extraordinário jornalista esportivo, a quem acompanhei desde os tempos de menino nas narrações das partidas de futebol no prefixo ZY-B5 Rádio Poti de Natal e depois em outras emissoras. No velho estádio Juvenal Lamartine costumava ficar na arquibancada, o mais próximo possível da cabine de transmissão, pois assistia a partida e ouvia a narração e os comentários dos seus companheiros, dos quais lembro de Mirocem.
            Acompanhei a trajetória desse velho amigo no correr da vida até abandonar o microfone, quando então, em eventuais encontros, passei à cobrar-lhe um livros sobre os bastidores do rádio esportivo e ele respondia que estava escrevendo.
            Os momentos em que fiquei mais ligados às suas transmissões foi quando estando longe de Natal, estudando em Recife, paradoxalmente ficava mais próximo da terra potiguar ouvindo suas transmissões através de um radinho “Spica”, em uma antena improvisada no meu quarto da República da casa do Barão de São Borja, esquina com as ruas D. Bosco e Visconde de Goiana, no bairro da Boa Vista.
            Deus lhe abençoe querido amigo!
            A segunda perda foi a de João Faustino, que conheci menino, juntamente com seu irmão Astor, empinando pipas na praia da Redinha. . Depois convivemos na Faculdade de Direito da Ribeira, onde frequentava por conta do seu namoro com Sônia, minha colega da Turma 1968, continuando os encontros em eventos culturais e nos passeios do veraneio de Cotovelo, ele sempre acompanhado do filho Edson..
            Tive um susto ao receber a informação do seu subido falecimento, pois recentemente o encontrei sadio, creio que no lançamento do último livro de Valério Mesquita na Academia de Letras.
            O terceiro impacto ocorreu com Baíto (Maurício Gomes dos Santos), meu companheiro de peladas no sítio do meu avô na Rua Meira e Sá, no Barro Vermelho, onde fomos vizinhos.
            Esse campinho, sob a sombra de mangueiras, pitangueiras e alguns coqueiros, o que facilitava os peladeiros do local, conhecedores dos obstáculos naturais, hoje é, em parte, espaço onde construí a minha moradia, na rua Coronel João Gomes, em homenagem ao velho patriarca da família.
            Foram três amigos que partiram na minha frente, deixando boas lembranças e saudades. Certamente vamos nos reencontrar, mas eu não estou vexado!


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