Verdades cruzadas - II
CARLOS ROBERTO DE
MIRANDA GOMES, Professor aposentado do Curso de Direito da UFRN e Presidente da
Comissão da Verdade. Membro do IHGRN.
Sequenciando o nosso estudo, vamos
verificar que em 1930 começa a entronização de uma era de restrições da
liberdade, agora fora da Monarquia e em plena República velha através do líder
gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, contando com o apoio das forças militares e
policiais.
Getúlio nunca aderiu a qualquer doutrina
ideológica. Conforme as conveniências, manipulava este ou qualquer aspecto de
todas elas afastado de ambos os extremos.
Otávio Frias
Filho - Folha de São Paulo 18/8/2013 (Crítica)
O novo mandatário, segundo registram alguns
historiadores, teve dúvidas sobre a viabilidade da revolução. Houve tempo em
que pairavam no ar notícias de conspiração e já então ventilava pagar uma
eventual derrota com a própria vida.[1]
Mais uma vez a repressão policial renova os
desencantos e protestos acontecem no mês de março de 1932 nas ruas de São
Paulo, notadamente em 07 de julho, com resultado de quatro estudantes mortos.
Em 1935 eclode novo e mais forte movimento de
rebeldia, conhecido como “Intentona Comunista” em novembro de 1935 nas cidades
de Natal – que instalou durante quatro dias um governo comunista, Recife e Rio
de Janeiro.
Por deficiência na condução das ações por Carlos
Prestes e Agildo Barata, houve precipitação dos descontentes, o que resultou
num movimento efêmero, tendo como resultado 22 mortes, deixando um lastro
sempre aproveitado pelos dissidentes para servir de marco forçado de um
fantasma e pretexto contra a esquerda e que perdura até os dias presentes
fazendo, imediatamente (10 de novembro), nascer o Estado Novo em 1937, com
duração de 15 anos. Estava implantada a ditadura getulista, marco de um período
reacionário.
O mundo vivia momentos difíceis, com o crescimento
afrontoso do fascismo e do nazismo no continente europeu do que motivou a
deflagração do 2º Grande Conflito Mundial em setembro de 1939, contando com o
apoio do Japão.
Getúlio,
que pendia para as ideologias do nazi-fascismo, episodicamente, voltou a se
alinhar com os Estados Unidos a partir de 1942, tornando o Brasil um
protagonista nos campos da Itália ao lado dos aliados,
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