domingo, 24 de novembro de 2013


Verdades cruzadas - II

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, Professor aposentado do Curso de Direito da UFRN e Presidente da Comissão da Verdade. Membro do IHGRN.

              Sequenciando o nosso estudo, vamos verificar que em 1930 começa a entronização de uma era de restrições da liberdade, agora fora da Monarquia e em plena República velha através do líder gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, contando com o apoio das forças militares e policiais.

Getúlio nunca aderiu a qualquer doutrina ideológica. Conforme as conveniências, manipulava este ou qualquer aspecto de todas elas afastado de ambos os extremos.

Otávio Frias Filho - Folha de São Paulo 18/8/2013 (Crítica)

O novo mandatário, segundo registram alguns historiadores, teve dúvidas sobre a viabilidade da revolução. Houve tempo em que pairavam no ar notícias de conspiração e já então ventilava pagar uma eventual derrota com a própria vida.[1]

Mais uma vez a repressão policial renova os desencantos e protestos acontecem no mês de março de 1932 nas ruas de São Paulo, notadamente em 07 de julho, com resultado de quatro estudantes mortos.

Em 1935 eclode novo e mais forte movimento de rebeldia, conhecido como “Intentona Comunista” em novembro de 1935 nas cidades de Natal – que instalou durante quatro dias um governo comunista, Recife e Rio de Janeiro.

Por deficiência na condução das ações por Carlos Prestes e Agildo Barata, houve precipitação dos descontentes, o que resultou num movimento efêmero, tendo como resultado 22 mortes, deixando um lastro sempre aproveitado pelos dissidentes para servir de marco forçado de um fantasma e pretexto contra a esquerda e que perdura até os dias presentes fazendo, imediatamente (10 de novembro), nascer o Estado Novo em 1937, com duração de 15 anos. Estava implantada a ditadura getulista, marco de um período reacionário.

O mundo vivia momentos difíceis, com o crescimento afrontoso do fascismo e do nazismo no continente europeu do que motivou a deflagração do 2º Grande Conflito Mundial em setembro de 1939, contando com o apoio do Japão.
Getúlio, que pendia para as ideologias do nazi-fascismo, episodicamente, voltou a se alinhar com os Estados Unidos a partir de 1942, tornando o Brasil um protagonista nos campos da Itália ao lado dos aliados,


 
 [1] Murilo Melo Filho – Testemunho Político, Ed. Bloch, 1997/7.

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