Sem medo
de sonhar
Publicação:
25 de Setembro de 2013
Ticiano Duarterte - jornalista
Estive recentemente, em São Luís do Maranhão, participando da 36ª Assembléia,
dos Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito, da Excelsa Congregação
Nacional, também filiada à Confederação Panamericana, bem como, da
recém-fundada Associação Internacional Maçônica Escocesa, AIME. Somos a mais
poderosa potencia filosófica das Américas, congregando 43 Supremos Conselhos,
espalhados em 28 países.
A reunião foi proveitosa e produtiva, em temos de avanços nos estudos e nas
pesquisas dos ensinamentos filosóficos, na ação e difusão de preceitos, novas
concepções modernas para o aprimoramento do nosso trabalho em conjunto com o
simbolismo, com a nova visão sócio-política- maçônica, sobretudo, neste momento
em que vive nosso país. Como afirmou, em recente proclamação um dos nossos
líderes, o Grão Mestre de Honra do Rio Grande do Sul, José Aristides Fermino.
Disse ele que qualquer cidadão de bem, no Brasil, não pode ficar inerte aos
acontecimentos divulgados pela imprensa livre e do conhecimento público.
São fatos alarmantes que deixam a opinião pública estarrecida. De roubo ao erário
público, das corrupções em vários níveis, tudo divulgado pela imprensa livre, a
imprensa que não é chapa branca. Aliás, a maçonaria tem denunciado não somente
a imprensa chapa branca, mas, também, o estado caixa preta.
Quais são, portanto, os preceitos que a maçonaria defende na hora atual, de
protestos e de clamor. É que o estado legítimo é o Estado de Direito, e o
Estado de Direito é o Estado Constitucional. O Grão Mestre Fermino externou no
seu pronunciamento que, “Por mais que as polícias civis, federais, o ministério
público, tanto federal como estadual, (diga-se que estão sendo motivos de
orgulho para a sociedade brasileira), façam os seus serviços, as nossas leis de
forma casuística, oportunista e ideológica, de certa forma protegem o indivíduo
delituoso, e menos a sociedade como um todo”.
Outro maçom gaúcho, Jarbas Lima, Venerável Mestre, tem denunciado nas Lojas do
seu estado que a corrupção, como poder, cresce, avança, ramifica-se, envolve e
irmana o corrupto e o corruptor. Por outro lado os ensinamentos maçônicos
sinalizam que o fim é a sociedade solidária, justa, igualitária, com homens
livres de bons costumes. Ainda é a palavra de Fermino que exorta: “A Loja é a
oficina e não o paraíso.” A vida é também fora, e não só dentro da Loja. Da porta
do Templo para dentro, só a nós interessa, mas da porta para fora, temos o
dever sob juramento, de defender, proteger a sociedade, a humanidade.
Concordo com algumas das lideranças da maçonaria quando dizem que estão batendo
com insistência à porta dos nossos Templos. É preciso para que os ouvidos
estejam atentos a essas batidas constantes. É a sociedade pedindo mais
responsabilidade social. “A sociedade é o retrato dos seus valores”. A
maçonaria tem dito e repetido aos seus militantes que deixar o Estado à mercê
dos bandidos, é negar os direitos humanos. E bandidos não são só os que roubam
e matam o cidadão ou a cidadã, “mas também os que usurpam e manipulam o poder
do Estado, mesmo com a aura da representação política e o verniz da
legitimidade”.
A palavra de Fermino é também de advertência e exortação. Ele diz que o maçom
íntegro faz-se em atitudes. A diferença entre estar maçom e ser maçom, está nas
atitudes. “O maçom proclama a polaridade de duas funções fundamentais: a de
receber e a de entregar. O maçom quer sonhar e realizar os seus sonhos, nós
maçons não temos medo de sonhar, nem de concretizar os sonhos”.
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