sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Sem medo de sonhar
Publicação: 25 de Setembro de 2013 

Ticiano Duarterte - jornalista

Estive recentemente, em São Luís do Maranhão, participando da 36ª Assembléia, dos Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito, da Excelsa Congregação Nacional, também filiada à Confederação Panamericana, bem como, da recém-fundada Associação Internacional Maçônica Escocesa, AIME. Somos a mais poderosa potencia filosófica das Américas, congregando 43 Supremos Conselhos, espalhados em 28 países. 

A reunião foi proveitosa e produtiva, em temos de avanços nos estudos e nas pesquisas dos ensinamentos filosóficos, na ação e difusão de preceitos, novas concepções modernas para o aprimoramento do nosso trabalho em conjunto com o simbolismo, com a nova visão sócio-política- maçônica, sobretudo, neste momento em que vive nosso país. Como afirmou, em recente proclamação um dos nossos líderes, o Grão Mestre de Honra do Rio Grande do Sul, José Aristides Fermino. Disse ele que qualquer cidadão de bem, no Brasil, não pode ficar inerte aos acontecimentos divulgados pela imprensa livre e do conhecimento público. 

São fatos alarmantes que deixam a opinião pública estarrecida. De roubo ao erário público, das corrupções em vários níveis, tudo divulgado pela imprensa livre, a imprensa que não é chapa branca. Aliás, a maçonaria tem denunciado não somente a imprensa chapa branca, mas, também, o estado caixa preta.

Quais são, portanto, os preceitos que a maçonaria defende na hora atual, de protestos e de clamor. É que o estado legítimo é o Estado de Direito, e o Estado de Direito é o Estado Constitucional. O Grão Mestre Fermino externou no seu pronunciamento que, “Por mais que as polícias civis, federais, o ministério público, tanto federal como estadual, (diga-se que estão sendo motivos de orgulho para a sociedade brasileira), façam os seus serviços, as nossas leis de forma casuística, oportunista e ideológica, de certa forma protegem o indivíduo delituoso, e menos a sociedade como um todo”.

Outro maçom gaúcho, Jarbas Lima, Venerável Mestre, tem denunciado nas Lojas do seu estado que a corrupção, como poder, cresce, avança, ramifica-se, envolve e irmana o corrupto e o corruptor. Por outro lado os ensinamentos maçônicos sinalizam que o fim é a sociedade solidária, justa, igualitária, com homens livres de bons costumes. Ainda é a palavra de Fermino que exorta: “A Loja é a oficina e não o paraíso.” A vida é também fora, e não só dentro da Loja. Da porta do Templo para dentro, só a nós interessa, mas da porta para fora, temos o dever sob juramento, de defender, proteger a sociedade, a humanidade. 

Concordo com algumas das lideranças da maçonaria quando dizem que estão batendo com insistência à porta dos nossos Templos. É preciso para que os ouvidos estejam atentos a essas batidas constantes. É a sociedade pedindo mais responsabilidade social. “A sociedade é o retrato dos seus valores”. A maçonaria tem dito e repetido aos seus militantes que deixar o Estado à mercê dos bandidos, é negar os direitos humanos. E bandidos não são só os que roubam e matam o cidadão ou a cidadã, “mas também os que usurpam e manipulam o poder do Estado, mesmo com a aura da representação política e o verniz da legitimidade”. 

A palavra de Fermino é também de advertência e exortação. Ele diz que o maçom íntegro faz-se em atitudes. A diferença entre estar maçom e ser maçom, está nas atitudes. “O maçom proclama a polaridade de duas funções fundamentais: a de receber e a de entregar. O maçom quer sonhar e realizar os seus sonhos, nós maçons não temos medo de sonhar, nem de concretizar os sonhos”.

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