segunda-feira, 12 de agosto de 2013




TEM CELULAR NO CÉU? 
 Por Eduardo Gosson(*) 

 Dizia o saudoso poeta de Macau, Gilberto Avelino, que “é preciso preservar o sorriso bonito das crianças/pois há tanta beleza em seus olhares”. Hoje, Dia dos Pais, a minha primeira neta Rebeca fez-me o seguinte comentário: “- Vovô, no céu tem telefone celular?” “Não, querida. Por quê?” “Porque estou com muita saudade do meu tio Fausto. Eu preciso falar com ele”. Como é do conhecimento de todos, perdi o ano passado um filho -Fausto- em condições trágicas, vítima de uma overdose de cocaína. Por isso, meu Deus, tu que és onipotente e onipresente e onisciente atende este telefone de uma garotinha de 9 anos que, rompendo a lógica das coisas, nos leva a um mundo onde viver não custa muito ao pensamento e que faz da vida uma aventura errante. De repente, não mais que de repente. 

(*)Poeta, preside a União Brasileira de Escritores - UBE/RN

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