terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


QUASE CARTA AOS INTELECTUAIS DO MEU ESTADO

ORMUZ BARBALHO SIMONETTI



QUASE CARTA AOS INTELECTUAIS DO MEU ESTADO


         Em outubro de 2012, estive na cidade de João Pessoa-PB a convite da ALAN-PB, Academia de Letras e Artes do Nordeste, para a posse do novo presidente, o acadêmico Ricardo Bezerra. Representei na ocasião, a instituição que presido o INRG-Instituto Norte-riograndense de Genealogia e, por delegação do presidente Jurandyr Navarro da Costa, representei o IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e também a ACLA - Academia Cearamirinense de Letras e Artes, a qual tenho a honra de ocupar a cadeira 24 cujo patrono é o escritor Bartolomeu Correia de Melo, que no último dia 01 de fevereiro perdeu o seu presidente, o mecenas e lutador acurado em defesa da memória cultural de Ceará-Mirim, sua terra de coração, o advogado e escritor acadêmico Pedro Simões Neto.
           
         Fiquei surpreso e ao mesmo tempo, com uma pontinha de inveja, de como os nossos irmãos paraibanos, tratam a cultura naquele estado. O auditório estava completamente lotado. Havia representantes de várias instituições culturais, como também autoridades de diversas áreas administrativa do estado.
            
         Na ocasião foi entregue aos ganhadores do concurso de poesia “Augusto dos Anjos”, promovido pela ALAN/PB, prêmios em dinheiro e também coleções de livros. O concurso, realizado em escolas públicas, tinha como finalidade incentivar a poesia e conhecimento da obra desse grande poeta paraibano.
          
         Pelo que pude observar, as instituições culturais são muito valorizadas e costumam contar com apoio dos governos, das universidades, de entidades particulares e o mais importantes, de voluntários.

         Os discursos, pronunciados na medida certa, do tipo que não enfada os ouvintes e diz tudo o que é importante naquela ocasião. As diversas personalidades que se destacaram na formação cultural do Estado, são enaltecidas sem apoteose nem exageros desnecessários, apenas na mesma medida correta de seus esforços, em prol da cultura de seu torrão e por extensão, do seu país.

         Aqui em nossa aldeia, os pobres potiguares continuam esquecendo, ou talvez não querendo lembrar, de tantos valores que deixaram sua marca indelével na nossa cultura. Continuamos com “dantes no quartel de Abrantes”, cultuando o monoteísmo cultural, transformando as belas Bachianas, em um “samba de uma nota só”.
            
         Isso não significa que as "vestais" não sejam cultuadas, mas não com exclusividade, pois pode passar a falsa impressão que a cultura em nosso estado morreu no tempo.


         

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