QUASE CARTA AOS INTELECTUAIS DO MEU ESTADO
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
QUASE CARTA AOS INTELECTUAIS DO MEU
ESTADO
Em outubro de 2012, estive na cidade de
João Pessoa-PB a convite da ALAN-PB, Academia de Letras e Artes do Nordeste,
para a posse do novo presidente, o acadêmico Ricardo Bezerra. Representei na
ocasião, a instituição que presido o INRG-Instituto Norte-riograndense de
Genealogia e, por delegação do presidente Jurandyr Navarro da Costa,
representei o IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e
também a ACLA - Academia Cearamirinense de Letras e Artes, a qual tenho a honra
de ocupar a cadeira 24 cujo patrono é o escritor Bartolomeu Correia de Melo, que
no último dia 01 de fevereiro perdeu o seu presidente, o mecenas e lutador
acurado em defesa da memória cultural de Ceará-Mirim, sua terra de coração, o
advogado e escritor acadêmico Pedro Simões Neto.
Fiquei surpreso e ao mesmo tempo, com
uma pontinha de inveja, de como os nossos irmãos paraibanos, tratam a cultura
naquele estado. O auditório estava completamente lotado. Havia representantes
de várias instituições culturais, como também autoridades de diversas áreas
administrativa do estado.
Na ocasião foi entregue aos ganhadores
do concurso de poesia “Augusto dos Anjos”, promovido pela ALAN/PB, prêmios em
dinheiro e também coleções de livros. O concurso, realizado em escolas
públicas, tinha como finalidade incentivar a poesia e conhecimento da obra
desse grande poeta paraibano.
Pelo que pude observar, as instituições
culturais são muito valorizadas e costumam contar com apoio dos governos, das
universidades, de entidades particulares e o mais importantes, de voluntários.
Os discursos, pronunciados na medida
certa, do tipo que não enfada os ouvintes e diz tudo o que é importante naquela
ocasião. As diversas personalidades que se destacaram na formação cultural do
Estado, são enaltecidas sem apoteose nem exageros desnecessários, apenas na
mesma medida correta de seus esforços, em prol da cultura de seu torrão e por
extensão, do seu país.
Aqui em nossa aldeia, os pobres
potiguares continuam esquecendo, ou talvez não querendo lembrar, de tantos
valores que deixaram sua marca indelével na nossa cultura. Continuamos com
“dantes no quartel de Abrantes”, cultuando o monoteísmo cultural, transformando
as belas Bachianas, em um “samba de uma nota só”.
Isso não significa que as
"vestais" não sejam cultuadas, mas não com exclusividade, pois pode
passar a falsa impressão que a cultura em nosso estado morreu no tempo.
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