domingo, 24 de fevereiro de 2013


MINHAS QUERIDAS AMIGAS POETISAS 

JÂNIA SOUZA

ABRAÇOS

Em teus braços
Aqueço-me no abraço
De gozo, desejo, ternura.
Fronteira indelével
Divisão inconteste
Entre mim e o mundo.
Nos círculos dos braços
Afago
Calor
Segurança
Carinho
Sentimento
Plenitude
Manancial de conforto
Mitigam dor, tormenta, tempestade
Ao inválido, carente, desabrigado.
Mesmo abraço dos braços
Na alegria
Euforia
Entusiasmo
Sexo
Amor
Comunhão do amor solidário
Exaltação ao ego, ao id
Transição, travessia, transferência
Do id, do ego, do íntimo
Corrente de luz
Na face oculta do mundo
Na face oculta de mim
Onde divino e humano
Confundem-se e são o mesmo fim. 


ENQUANTO VOCÊ ADORMECE
Lúcia Helena Pereira

Escrevi este poema em minh´alma
Enquanto você dormia
Tal anjo bom e terno, caído, liricamente,
Na linda alcova feita do mato verde e cheiroso.

Cantei nossa canção eterna
E vi um ricto em seu lábio, como quem cantava também
E dizia de amor, em frases sussurradas
Num rítmo torturado de notas musicais amenas...

Beijei sua fronte iluminada por aquele raio de sol
E seus olhos me salvaram da solidão e mágoa que a distância traz
E fiz carinhos em seu peito arfante
E me deitei sobre a sombra do seu corpo amado.

O amor chegava, a qualquer hora, sempre festivo,
Surpreendendo, cativando e me fazendo cativa,
Enquanto de suas mãos, o calor, o meigo toque
E sensações de momentos áureos, me fustigavam o ser.

Oh! Doce amor, meu doce amor,
Quero sempre esse pulsar de corações apaixonados,
Olhar em seu olhar de luz e ver todo o meu ser viver,
Viver em ti, eternamente, enquanto você adormece em mim.

Quero beijar o seu olhar e agradecer
Por me fazer completamente feliz,
Sem maiores ânsias, já que provamos todos os sabores,
Mas, por favor, deixe-me amá-lo enquanto adormece.

MARIA RIZOLETE

Tecelãs

Mulheres tecem o tempo
no ir e vir outras não
atinam para a matéria
que edifica destinos

Algumas carregam mundos
no ventre de amor os nutrem
com carinhosa energia
cosem futuros em segundos

De leves, umas quase voam
voam e detestam esquemas
desembaraçam problemas
da vida as dores ecoam

Misteriosas umas vão
dormi aconchego hoje
e quem sabe acordar ontem
em atemporal solidão







Myriam Coeli
Saudosa lembrança
Cantiga X

De minha torre mui alta
Teci cordões de cismares
Fina veste me assenta
Cor cinza de meus pesares.
Meu amigo
Por quem morro.

De minha torre mui alta
Teci capas com o fio
Loado em ais – minha lenda
Vera gesta que desfio.
Meu amigo
Por quem morro.

De minha torre mui alta
Com canções junquei estradas
Sejam albas ou serenas,
Trovares, chantos, baladas.
Meu amigo
Por quem morro.

Da torre descendo a seta,
De olhar firme no olhar.
Descerei, serei fanfarra
E viola de trovar.
Meu amigo
Por quem vivo.

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