domingo, 10 de fevereiro de 2013


MEUS VELHOS CARNAVAIS. 3
Carlos Roberto de Miranda Gomes,escritor


O carnaval, em sua concepção original, era considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo e sempre teve um significado ligado à liberdade total de dizer e fazer, gerando as críticas e sátiras. 
Com as sucessivas crises econômicas e políticas já não persiste a alegria espontânea do folião, pois tudo é artificial, promovido pelos órgãos municipais, sem o interesse da totalidade da população, ou, palcos com músicas tocadas por bandas contratadas – algumas “fajutas” e causadoras, posteriormente, de inquéritos em razão de irregularidades cometidas.
O carnaval de rua ainda é mantido, com suas tradições originais na região Nordeste do Brasil, notadamente nas cidades de Recife e Olinda, onde as pessoas saem às ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu, com desfiles de bonecos gigantes representando pessoas populares em todo o mundo. Também na Bahia, em especial na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas agitadas defendidas por cantores e grupos típicos da região, como são exemplos os blocos afro-brasileiros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi. 
Desfile terminou no Largo do Rosário dos Homens Pretos (Foto: Luna Markman/G1)    
No eixo Rio - São Paulo, o carnaval é um espetáculo para atrair turistas, sem mais a espontaneidade dos primeiros tempos, embora sua magnitude atraia as vistas de todo o mundo.
 
Este ano em nosso Estado, então, chegamos ao pico do fracasso, pois com o estado de calamidade rondando a maior parte dos municípios potiguares, receberam advertência do Ministério Público para declinarem do patrocínio oficial. Natal, em particular, não pode disponibilizar recursos em razão de sua situação financeira precária, herança da alcaidessa Micarla de Souza, detentora de um marco de descrédito da gestão política, só deixando coisas por fazer e dívidas a saldar.
Alguns folguedos esporádicos, como "Velhos Carnavais",organizado por Gtenberg Costa e o Baile de Máscaras, no largo do Atheneu.
Resta, neste ano, a fuga para as praias para uma alegria “forçada”, à custa de muita bebida e zoada. Esperam-se melhores augúrios para os próximos anos.

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