sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



ATO DE GRANDEZA
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor

Nos últimos dias a renúncia de Bento XVI ao Trono de Pedro, vem causando perplexidade no mundo religioso e político de todo o mundo.
Especulações têm sido levantadas a propósito dos motivos determinantes desse ato extremo, nem todos com a sensatez como deveria ser encarado.
A Igreja pode até ser eterna, mas os seus dirigentes são humanos e frágeis por natureza, daí não dever ser motivo de estranheza gestos como o do atual Papa Joseph Ratzinger (Bento XVI).
Em meu sentir, a sua decisão representa um ato de grandeza, ou de humildade como dizem alguns. Em verdade, vamos procurar nas Sagradas Escrituras, na epistola sobre os Pastores e seus deveres:

“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que Ele resgatou com Seu próprio sangue.” Atos 20.28

O Papa, com extrema benevolência e sabedoria tudo fez para cumprir a máxima bíblica, mas teve de lidar com a hipocrisia e divisão da Casa de Deus, sentindo-se, em razão de sua fragilidade física, incapacitado para dar o comando enérgico que a situação impõe.
A par de tudo isso, a humanidade vive uma crise de amor e compreensão, com a persistência da beligerância entre povos, a luta religiosa radical, pondo em risco a unidade da paz.
A saída do Papa do seu Pontificado não o retira da cena religiosa, pois a sua sabedoria é indispensável à estabilidade das mensagens da Igreja Católica que, certamente, dele se socorrerá em muitas oportunidades.
O Cardeal Ratzinger é prolífero em seus escritos desde o Concílio Vaticano II, continuando nos Papados posteriores, habilidade que sempre desenvolveu sem alarde ou ostentação.
Comenta-se que a sua obra é a mais exuberante dentre todos os sucessores de Pedro, tendo como ponto fundamental a serenidade.
Estamos, por conseguinte, num momento histórico da humanidade, quando todos, ainda que não cristãos, se preocupam com o sucessor de Bento XVI, augurando que sopros Divinos se estendam ao Colégio Cardinalício e, com a proteção de Deus, saiba escolher um novo Mandatário da Fé, do Amor, da Caridade e da Paz, para conduzir o rebanho nesse tumultuado Século 21.
É o que esperamos, Amém.

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