Natal, considerada uma das cidades mais lindas do Brasil em termos de beleza natural, afabilidade, boa cozinha e entretenimento, se depara hoje com uma situação inusitada, inóspita, vergonhosa, mal cheirosa e desprotegida pelo poder público. Não há como compreender tanto descaso com a população natalense destituída que foi de parte dos seus direitos constituídos que deveriam ser empregados em benefício da mesma. Quem não lembra à cobrança imoral do IPTU ano passado?
Famílias humildes com áreas de 50 metros quadrados tendo que pagar a peso de ouro por algo não correspondente a realidade. As débeis e injustificáveis declarações da prefeitura no que tangia o aumento substancial dos impostos dando-se em função de uma pesquisa aérea que atualizava todo o município de Natal com “muita precisão”. Hoje sabemos o “porque” do aumento do IPTU e de outros impostos mais; o resultado está estampado no descalabro da gestão fraudulenta, no cartão corporativo e na incompetente gestão perdulária.
Natal nesses dias anda com cara devastada, perdida na imensidão da desordem no trânsito, da violência, dos buracos nas avenidas, das calçadas transformadas em bares, estacionamento, escolas fechadas, professores sem receberem seus soldos, creches fechadas por falta de alimentação, unidades de saúde sem profissionais médicos, hospitais sem leitos, gestantes morrendo de parto por falta de assistência, natimortos sendo levados para suas casas por suas mães em caixas de cartão como se não representassem, obnubilando as dores do parto, da alma, da existência exclusa; por incrível que pareça Natal assume um estado de caos. E nós que pagamos impostos escorchantes apenas nos indignamos e seguimos acreditando nos “salvadores da pátria”, no discurso messiânico, nas alianças promíscuas. Será esse o preço de termos governos que merecemos? Ou serão nossas infelizes escolhas?
Natal vive um estado parcial de calamidade pública, entretanto não impediu que hostes poderosas passassem por cima da carne seca e trouxessem o famigerado lupanar chamado de carnatal/carnabahiano, emporcalhando as ruas, infernizando os moradores das redondezas por quatro dias de orgias, sodomias, estupros, roubos, drogas, prostituição, trânsito caótico além de escutarmos as mesmas musiquinhas impertinentes e caducas. Assim caminha a cidade perdida em festejos descabidos e insultantes, desgraças e pesadelos intermináveis; até quando, só a Destaque e o seu poder de mando sabe, assim como as milionárias bandas bahianas… .
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