UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL
Recebi, através da imprensa, a informação que nesse pleito teremos a oportunidade de escolher candidatos ainda não contaminados pelos vícios da política. Pessoas que podem apresentar um
currículo de prestação de serviços à comunidade, com tempo suficiente para se dedicar totalmente
às atividades parlamentares, curso superior, com
boa situação financeira, fato esse de muita relevância, pois diminui o risco de cair em tentação
e, principalmente, poder apresentar aos eleitores
sua FICHA LIMPA, componente tão sonhado
pelos cidadãos de bem deste país.
O ideal seria que o cidadão quando se
lançasse a um cargo eletivo, por um determinado partido político, procurasse, em primeiro lugar, conhecer e se identificar com ideologia do partido escolhido.
Os dogmas partidários, ultimamente sempre relegados, consistem num conjunto de orientações políticas que o partido define por ocasião de sua fundação, que o torna de esquerda, de centro ou de direita. Essas idéias podem mudar de acordo com
o crescimento do próprio partido, decorrente de mudanças no contexto social.
A ideologia dos partidos políticos em nosso país resume-se a um simples calhamaço de papéis, que
na maioria das vezes não é de conhecimento nem de seus dirigentes, tampouco dos seus filiados.
E com a incrível quantidade de 30 partidos políticos atualmente existentes em nosso país, em
sua maioria, “de aluguel”, a ideologia partidária
transforma-se em um verdadeiro samba do crioulo doido.
Os partidos menores tentam pegar carona se filiando a uma orientação política, que no meio de tantas legendas, terminam por não se definirem se,
de centro, de direita ou de esquerda, o que para eles, não tem a menor importância, uma vez que as legendas são meras manifestações de interesse pessoais.
Nos programas eleitorais apresentados, principalmente os televisivos, quase nada se aproveita como informação ou mesmo orientação
verdadeira lavagem de roupa suja recheada de acusações de corrupção, peculato, mau uso do dinheiro público, demonstrando que aqueles que
lá estiveram exercendo seus mandatos foram maus administradores. Mesmo assim fazem de tudo para ludibriar a população, na pretensão de poder retornar. Para isso, os candidatos contam com
a inegável famigerada falta de memória da população. E, pasmem, para justificar e conquistar
a admiração do eleitor, costumam exibir, como principal troféu aos apáticos (INACAUTOS) eleitores, apenas uma administração pior que a
sua, como se esse comparativo lhe credenciasse a novamente exercer o cargo, naquela velha máxima que diz:ruim por ruim, votem em mim.
Além do mais, o que costumamos ver no horário eleitoral gratuito em sua maioria se assemelha a
um espetáculo de circo mambembe. Os nomes acompanhados de apelidos grotescos dão o tom
dos pretensos administradores. Fulano do pão
doce; cicrano borracheiro; beltrano prestanista, e assim por diante. Um absurdo!
Portanto, se pretendemos mudanças no país, essas mudanças passam, inevitavelmente, pela política. Como não conseguimos mudar os políticos, vamos tentar mudar o sistema, elegendo pessoas descomprometidas e descontaminadas dos vícios que impregnam o nosso atual sistema político.
Tenho esperança que num futuro próximo,
nossas cidades sejam administradas por pessoas
em condições de exercerem, na íntegra, as obrigações para as quais foram eleitas. Sem corporativismo, sem negociatas, sem troca de
favores, enfim, respeitando aqueles que lhes confiaram o mandato.
Nossa sociedade não precisa de políticos profissionais. Precisamos, sim, de homens de boa vontade que queiram lutar pela melhoria de seus concidadãos tornando a sociedade mais justa e igualitária.
Atualmente, nosso sistema político assemelha-se ao passado sombrio ocorrido na Grécia Antiga quando, a sociedade ateniense padecia da total corrupção dos costumes. Fazia-se mister providências urgentes para salvar aquela alquebrada sociedade. Em discussão acalorada dos anciãos em busca de uma solução, surge a figura de Parrásio,(400 anos a.C.) que sacando das pregas da toga uma maçã podre, a esmaga contra o polido chão de mármore. E, à interrogação que se lia em todos os olhares, respondeu: a maçã está podre, porém boa estão as sementes. Cuidemos da juventude.
Portanto, enquanto esperamos que se forme
uma juventude livre da contaminação e dos maus costumes que assola de maneira avassaladora a nossa célula social, procuremos votar com responsabilidade, pois não temos o direito de continuar errando em nossas escolhas.
Utopia? Devaneio? Talvez. Mas, o que seria de nós, pobres eleitores, constantemente ludibriados pelos falsos salvadores da pátria, se não tivéssemos, pelo menos, o simples direito de sonhar?
A democracia talvez não seja o melhor dos sistemas políticos, porém nos permite, de tempos
em tempos, continuar escolhendo nossos
administradores, na eterna procura de homens honrados para dirigir com altivez e competência o nosso amado país.
Natal/RN setembro 2012.
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