DE POETAS E DE POESIAS
Tenho tanto de louco,
como de insano.
Sou um eterno apaixonado,
ou serei apenas estouvado?
Serei para ti desejado
ou um homem rejeitado?
Queres-me ou não me queres?
Afinal quem sou para ti?
Diz-me mulher,
Senão ensandeço.
Não me deixes enlouquecer.
Que lugar ocupo no teu coração?
Por favor amor!
Não me deixes morrer
Sem saber …
Se um dia te posso ter!
como de insano.
Sou um eterno apaixonado,
ou serei apenas estouvado?
Serei para ti desejado
ou um homem rejeitado?
Queres-me ou não me queres?
Afinal quem sou para ti?
Diz-me mulher,
Senão ensandeço.
Não me deixes enlouquecer.
Que lugar ocupo no teu coração?
Por favor amor!
Não me deixes morrer
Sem saber …
Se um dia te posso ter!
SUGAR E SER SUGADO PELO AMOR
"Sugar e ser sugado pelo amor
no mesmo instante boca milvalente
o corpo dois em um o gozo pleno
que não pertence a mim nem te pertence
um gozo de fusão difusa transfusão
o lamber o chupar o ser chupado
no mesmo espasmo
é tudo boca boca boca boca
sessenta e nove vezes boquilíngua."
(Carlos Drummond de Andrade)
DEUS NÃO
ESTÁ FORA
Horácio Paiva
Deus não está fora
não saiu a passeio
A linguagem de Deus se espalha
Há quem fale com os pássaros
e com os peixes
como Francisco e Antônio
Há quem fale com as pedras
e mesmo com o deserto
mas isto só os iluminados
como os velhos eremitas
E no pão consagrado
Deus está dentro
À porta de sua casa
Relembrando das minhas brincadeiras
Meu primeiro cavalo foi de pau,
E eu tentava acerta um bacurau
Ensaiando um galope nas ladeiras.
Minhas armas eram as baladeiras,
Mas na mira não era abalizado.
Passarim? Acertei só um: coitado!
Ao lembrar, desse dia, eu envelheço,
Pois eu enquanto for vivo não esqueço
Do lugar que nasci e fui criado
Menino,
Moleque Menino.
Ivam
Pinheiro
Cai à tarde
Menino, moleque descola.
Corre, joga essa bola.
Deixa, senta, fala e chora.
Conta às tristezas – incertezas,
que vem de toda a clareza
dessa transitória rotina cotidiana de uma vida nômade
cigana.
Chega à noite.
Menino, moleque esquece.
Corre, deita, agasalha e adormece.
Esquadrinha a fantasia de linda era,
E tolera, a magia é luz na rua lá fora.
O seu cândido rosto inocente se cora.
Do sonhar logo esboça um sorriso
e viaja livre para além-paraíso.
Vem o dia.
Acorda moleque menino.
O sol te reclama e cedo vem à labuta.
Prematuro te mostra à força bruta,
ou te caçam pras drogas a insidiosa garra.
Aprende o gol fazer – meta de difícil barra.
Recomeça tudo que o tempo é divino.
Refazer é ser sempre o seu destino.
Manuel Bandeira
Eu quis um dia, como Schumann,
compor
Um carnaval todo subjetivo:
Um carnaval em que o só motivo
Fosse o meu próprio ser
interior.....
Quando acabe,i -- a diferença que havia!
O de Schumann é um poema cheio de
amor,
E de frescura, e de mocidade...
E o meu tinha a morta mortacor
Da senilidade e da amargura...
O meu carnaval sem nenhuma alegria
!...
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