quarta-feira, 18 de maio de 2011


PACOTE DE BONDADES

Natal vive o apogeu do ridículo. Dos quatro cavaleiros ou cavaleiras do apocalipse, me perdoem a Guerreira e a Borboleta, quem realmente domina a paisagem é a Rosa e seus escudeiros, geniais engenheiros especializados em demolições e grandes sacadas econômicas de fazer inveja a Delfim Netto.
As duas anteriores só conseguiram demolir uma creche, mas a última, com uma só marretada, (já que a implosão pifou em Brasilia) vai demolir, o Machadinho, o Machadão o Juvenal Lamartine e vai construir a Arena das Dunas – “Novo Machadão “, o JL “Novo Juvenal” (deixaram Nesi de fora), ainda de quebra vai dar uma melhorada no Nazarenão de Goianinha para os torcedores do Alecrim, América, viajarem de ida e volta mais de 130 quilômetros para ver seus times (se não contratarem um Leonel Messi não vai dar).
Juntando toda essa generosidade que não ficará, por menos de dois bilhões de reais o “pacote de bondades”, (bota ridículo nisso)a grande benfeitora dos esportes potiguares, ainda oferece um patrocínio (esmola) de um milhão de cruzeiros para ser dividido desigualmente, dependendo do prestígio de cada mendigo. Uma vez distribuído o pacotinho de pirulitos, saíram todos satisfeitos, com o gostinho doce na boca, e todos viverão felizes para sempre. Eu imagino a camisa dos clubes com uma rosa no lugar do escudo tradicional. Quanta subserviência, meu Deus. Eu, heim ?
Não há duvida de que Natal oscila entre a “Disney da Borboleta” (Vide Florentino Vereda) e o surrealismo de Bünuel, pois, um simples ataque de juízo mostraria que tudo que vão gastar só no novo Juvenal , no Nazarenão mais a “mobilidade urbana” naquele trecho da Av. Hermes da Fonseca, daria para fazer do Machadão um dos melhores estádios do Brasil para o torcedor brasileiro e potiguar, desde que construíssem o Elefante Branco dos torcedores europeus (se não for visagem) EM OUTRO LUGAR, só pra bacanas. A solução está na cara, mas ninguém quer ver (Será que há um tesouro escondido em baixo do Machadão? ou em cima?).
Garanto que os nossos patrões Blatter e Ricardo Teixeira ficariam tão satisfeitos que seriam capazes de mandar o final da Copa para Natal, pois, se der Brazil (é BRAZIL mesmo) na final, e Uruguai do outro lado, no Maracanã, corremos o risco de outro “Maracanazo”.
Que saudade do futebol do RN no tempo dos homens sérios. Hoje está difícil botar a cara na rua e dizer que é brasileiro e potiguar.
Moacyr Gomes da Costa
Arquiteto

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