terça-feira, 17 de maio de 2011


A DISNEY DA BORBOLETA
DE Florentino Vereda
17 de março de 2011 às 11:30

A Natal dos sonhos Depois da Copa na pena de Woden Madruga
...Publicado em Artigos (da Abelhinha Eliana Lima)

O jornalista Woden Madruga é daqueles inigualáveis quando coloca sua inspiração letrada no papel, reunida em crônicas. Primorosas. Primazes. E tantos outros adjetivos que cabem no alto da sua sapiência.

Na sua coluna desta quinta-feira (17), nesta Tribuna do Norte, ele traz mais um texto digno de anais. Leitura daquelas imperdíveis. Neste momento em que o Estado está falido, com saúde, saneamento, educação, segurança…beirando o caos e não se vê solução nem a longo prazo por falta de dinheiro, vem a notícia de que o governo investirá R$ 1,288 bilhão para a construção do estádio que será palco de dois jogos na Copa do Mundo de 2014. Justifica-se no tempo: ah, mas é num prazo de 30 anos. E daqui a 30 anos não existem perspectivas para a saúde, nem para a educação, nem para a segurança…Pois.

Secretário da Copa, Demétrio Torres chegou à pachorra de dizer que daqui a 10 anos os R$ 9 milhões que o governo depositará mensalmente para a construtora será uma, digamos assim, mixaria. Nesse tempo, minha gente, daria para construir tantos e tantos leitos de UTI. A carência hoje no Estado supera os mil leitos. Para se ter idéia, a construção do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho demandou cerca de R$ 5 milhões, mais coisa de R$ 5 mi para equipar…Isso só para início de explicação.

Mas não precisa dizer mais nada. O texto de WM já diz mais que tudo. Como uma boa filosofia fernandiana, vai de heterônimo. Deleitem-se:

A Disney da borboleta

Mestre Florentino Vereda, que passou o carnaval ao redor da Chapada do Araripe, entre o cariri cearense e as ribeiras de Exu de Luiz Gonzaga, do lado pernambucano (me parece que se ensaia aí um futuro projeto de pesquisa sobre a caatinga), antes de retornar ao Jalapão deu uma esticada por Natal e arredores. Pelo que me falou, em rápido telefonema, foi apenas uma passagem sentimental pela Mata da Estrela, um guiné na cabidela no restaurante de Lula e rever a cidade antes que ela acabe. Na conversa pediu notícias de Alex Nascimento e de Nei Leandro e avisou que estava mandando qualquer coisa para a minha bacia das almas. Ontem, me chegou o seu imeio. Vai por inteiro:

- Ainda não me havia dado conta da importância da Copa de 2014 para os des(a)tinos do Brasil, particularmente desta cidade presépio. Eis que a alcaidessa Micarla de Souza declara solenemente que a história de Natal passará a ser contada depois da Copa. AC/DC. Se antes era o caos – para o qual ela, humildemente, deu sua parcela de contribuição – dali por diante viveremos no Jardim do Éden. Nada será como antes, repetindo Milton Nascimento.

- O Hospital Walfredo Gurgel, por falta de pacientes, será demolido. As policias civil e militar, como no Japão (antes do terremoto) – dedicar-se-ão a ensinar etiqueta e jardinagem aos felizes moradores desta urbe natalina. Crack, só nos gramados. Buracos, nem pensar. Nem mesmo o metrô, que trafegará em trilhos elevados acima das vias públicas, onde de descortinam as mais belas paisagens, desde a Fortaleza dos Reis Magos até o pórtico da Cidade (projeto de Moacir Gomes), ali pertinho da cratera que, a cada dois anos, se abre ao lado da antiga Ponte Velha. Nas escolas públicas os professores serão saudados, a cada manhã, com cânticos de louvor e maçãs reluzentes, trazidas pelos amáveis e felizes alunos, como nos bons filmes de Pat Boone e Dóris Day, nas sessões vespertinas de domingo no Rio Grande.

- E a história recomeçará em Junho de 2014, quando soar o apito do árbitro tailandês iniciando a sensacional partida entre Botswana e Burkina Faso, na Arena das Dunas, recém concluída e inaugurada. Bom, faltam ainda os banheiros, mas isto é o de menos. A bola vai rolar. Aliás, já está rolando: redonda, gorda. Muita grana; quer dizer, muita grama. Quem se mete neste jogo, cara, tem que ser bom de bola. Como diz o hino do ABC:

“(…) é bola praqui

É bola pra lá…”

- Não é preciso ser mineiro para saber que os verbos mudam de tempo. O que não se faria em oito anos, tem que ser feito em três. E Jesus, quem diria, perdeu o cartaz justo na cidade que, pelo nome, homenageia o seu nascimento, há dois milênios. Os apóstolos, que já não são doze, passam de vinte e reúnem-se em volta da nossa nova líder espiritual que, sabiamente, não conclamou os justos a atirarem a primeira pedra. Do jeito que estão as nossas ruas é só abaixar e apanhar o paralelepípedo, dos muitos (milhares) que estão soltos. Não creio que haja algum Judas, mas se houver, não será por trinta moedas que trairá a condutora de rebanhos. Com a inflação que se avizinha, será necessário um bom depósito de euros em algum paraíso fiscal.

- De quebra, apagada a história pré-copa 2014, muitas polêmicas inócuas deixarão de existir. Não se falará mais da castanhola de Cascudo, do baobá de Exupéry, dos planos de Polidrelli e Palumbo. É só futebol, carnatal, vaquejada, forró e cachaça.

- Sei não, mas se a história se repete, fico pensando em como o Brasil mudou com a Copa de 50. Depois do gol de Ghiggia que adiou o sonho brasileiro, o país mergulhou numa crise político-institucional cujos lances mais dramáticos foram o suicídio de Getúlio, a renúncia de Jânio, a deposição de Jango e os governos militares que nos deixaram nas mãos de Sarney, Collor et caterva. Portanto, é fundamental que não percamos esta segunda copa dentro de casa, pois não poderemos suportar tantas desgraças novamente.

- E, como disse a alcaidessa: Bola pra frente!!!

Em tempo: Já estou em Mateiros, aceiros do Jalapão. Chove muito no Tocantins. Dê um beijo em Clotilde Tavares que anda estudando as craibeiras dos cariris paraibanos. FV.

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PALAVRAS INICIAIS DO V FESTIVAL INTERNACIONAL PALABRA EN EL MUNDO DE 19 A 24 DE 2011 - SPVA/RN E SBDE SÃO PARCEIRAS, PARTICIPEM ! A PAZ QUER MORADA


Palabras iniciales a un Festival en marcha
A las y los poetas que son también organizadores y promotores,
a las profesoras, a los profesores, maestros en el arte de pasar el conocimiento y sembrar valores de humanidad,
a todas y todos, que con un simple gesto le dan al mundo una oportunidad de paz.
Ya estamos en pleno desarrollo de un Festival que acontece en muchos lugares, no todos los que pudieran, pero si una cantidad apreciable como para sorprendernos. El objetivo que nos ha unido este año ha sido darle una oportunidad a la Paz. El objetivo sigue vigente como meta a cumplir; como aporte nuestro quedará una huella de lo hecho en cada lugar donde hemos encontrado eco. Eco que no logra apagar todavía el estruendo de los bombardeos y la metralla. Persisten en sus guerras de rapiña, despojo y atropellos los dueños de las verdades acomodadas a sus intereses. Son los que aparecen como los dueños del mundo, sólo que la vida va por otro lado.
Estamos en el arte de poner palabras con sentido profundo para que digan mucho más, para que muevan, fortalezcan la humanidad, para que sea posible sobre la tierra un día, una semana, un mes, un año, un siglo y todo el tiempo por delante, aquello que nos une y moviliza: la Paz.
Si vemos cuanto hemos avanzado como género humano en el uso de la ciencia y la técnica podemos decir que bastante, el detalle es que no sabemos lo que pudiéramos haber avanzado sin guerras y con justicia social. Solamente nos queda imaginar lo que pudiéramos lograr sin las artimañanas del poder: la mentira, la corrupción, el narcotráfico, el hambre, las guerras y ahora las impuestas crisis que no son otra cosa que reacomodamientos para el usufructo aun más abusivo de la riqueza por parte de los grupos selectos del poder hegemónico. Nos asombran los desastres naturales... más debiera asombrarnos el que, teniendo ciencia y técnica a nuestro alcance, no emprendamos la tarea de trabajar con la naturaleza en pro de la vida. Se produce una paradoja: los seres inteligentes actúan sin ninguna inteligencia contra la naturaleza, contra la vida. La solución está tan cerca nuestro que no la vemos.Es en este mundo que vivimos. Vivamos entonces como un desafío: nos cruz amos de brazos o escribimos, organizamos, aprendemos, comunicamos y entablamos la comunión de la diversidad como un canto de vida que va más allá de las palabras. Más que poesía de palabras, procuremos y escribamos poesía de gestos concretos. Esta es la luz que se necesita para alumbrar el más grande sueño humano: vivir en paz.
Este sueño está más cerca. Y más cerca aún si logramos desacostumbrarnos a aceptar como natural lo inhumano del mercado y la guerra. Poesía no estás hecha sólo de palabras, ahora comienzas a estar hecha de respuestas tangibles en la acción, de soluciones compartidas, de gestos puros, de imaginación.
A fuerza de canto y poesía, hagamos que el sol alumbre para todos.
Desde cinco lugares converge hacia ustedes el mismo pensamiento: desde ahora y siempre una oportunidad para la paz.

Equipo Festival Palabra en el mundo
15 de mayo 2011
ENVIADO POR TITO ALVARADO
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Maiores detalhes no Blog "JANIA SOUZA, www.janiasouzaspvarncultural.blogspot.com"

Um comentário:

  1. Dr. Carlos Gomes, muito obrigada pela gentileza sempre presente em vossa pessoa. Agradeço sua enorme atenção, bem como a SPVA/RN e a organização do V FESTIVAL INTERNACIONAL PALABRA EN EL MUNDO. Estou enviando para eles o link da publicação. É um momento de reflexão que tende a crescer a cada ano que passa em todos os continentes, começou timidamente, porém, para felicidade, está avolumando-se a cada nova edição do evento. Meu abraço e admiração inconteste. Jania Souza

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