sábado, 15 de junho de 2019

PRESENTE DE AMIGO

Meu caro amigo,
Lembrei-me muito de você nestes últimos dias. E ao lado desta lembrança um poema recorrente, escrito no século XIX por uma 
poetisa inglesa de origem italiana, Christina Rossetti. E ocorreu-me como se sua amada pedisse para levá-lo até você. Aqui está, na bela tradução de nosso Manuel Bandeira: 

Remember

Recorda-te de mim quando eu embora
For para o chão silente e desolado;
Quando não te tiver mais ao meu lado
E sombra vã chorar por quem me chora.

Quando não mais puderes, hora a hora,
Falar-me no futuro que hás sonhado,
Ah! de mim te recorda e do passado,
Delícia do presente por agora.

No entanto, se algum dia me olvidares
E depois te lembrares novamente,
Não chores: que se em meio aos meus pesares

Um resto houver do afeto que em mim viste,
– Melhor é me esqueceres, mas contente,
Que me lembrares e ficares triste.


...................

AMOR SEM FIM

                        (À amada imortal)

Já me deste provas
Que me amas sempre
E que nosso amor
Não pertence ao tempo

Não pertence ao tempo
Mas à eternidade
Desconhece falta
Ou necessidade

Nasce e renasce
E perfeito assim
Em qualquer das vidas
Não conhece fim


(Horácio Paiva)

É profundo o ensinamento. Mas está claro que a alguém incomoda a tristeza e quer vê-lo longe desse sentimento.

Com a solidariedade e o abraço fraterno de seu amigo, 
Horácio Paiva. (No anexo, há um poema meu, AMOR SEM FIM) 

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