Presidente dos
Correios defende ampliação de serviços
Outros países encontraram
soluções como a oferta de serviços financeiros e a atuação em logística
Por Agência Brasil
O
presidente dos Correios, Guilherme Campos, disse hoje (29) que a empresa
precisa encontrar uma nova fórmula de sobrevivência para além dos serviços
postais. Na avaliação de Campos, a estatal demorou a se preparar para as
mudanças no mercado geradas pelo avanço tecnológico.
“No
passado a comunicação entre as empresas, pessoas, instituições, era feita
através da correspondência. É uma época que não existe mais. Hoje passamos por
uma revolução tecnológica e esse impacto vem diretamente às empresas postais,
no Brasil e no mundo. A grande diferença entre os correios brasileiro e os de
outros países é que a percepção e a atuação para encarar essa nova realidade lá
fora começou há muito mais tempo, há pelo menos dez anos. Aqui, esse movimento
não acorreu”, disse Campos em audiência pública na Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
Segundo
Campos, outros países encontraram soluções como a oferta de serviços
financeiros e a atuação em logística. Para o presidente da estatal brasileira,
o caminho natural para os Correios é a migração para a logística de encomendas,
em função do comércio eletrônico. “Os Correios estão focados firmemente nesse
mercado.”
Sobre as
contas da instituição, Campos disse que o atual modelo de plano de saúde dos
funcionários, que atende aos servidores, pais, cônjuges e dependentes, é
inviável e não cabe no orçamento da estatal. Segundo ele, os Correios arcam com
93% do custo e os trabalhadores, com 7%. Em 2015, a empresa fechou o ano com
prejuízo de R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão causado, segundo Campos, pelo
plano de saúde dos empregados.
“É
impossível manter isso no orçamento da empresa. A direção não quer acabar com o
plano, mas é preciso mudar. O plano de saúde dos funcionários dos Correios está
matando dos Correios”. Segundo o presidente da estatal, mudanças no sistema de
saúde dos servidores estão sendo negociadas com sindicatos da categoria.
Ontem
(29), o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto
Kassab, disse que a será preciso fazer “cortes radicais” de gastos nos Correios
para evitar a privatização.
Em dezembro do ano passado, o presidente da estatal já havia anunciado um plano
de demissão voluntária para aliviar os cofres da empresa.
Banda
larga
Na
audiência pública desta quarta-feira, Kassab confirmou que o primeiro satélite
geoestacionário brasileiro será lançado até o fim da primeira quinzena de
abril, o que permitirá a cobertura de banda larga em 100% do território
nacional.
“A banda
larga vai alcançar qualquer distrito ou cidade do país, levando inclusão social
e digital aos brasileiros. Além disso, o Ministério da Defesa terá banda larga
para monitorar nossas fronteiras, além de haver disponibilidade para oferecer
melhorias da qualidade dos serviços nos setores de educação e saúde”, disse o
ministro.
O
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) deveria
ter sido enviado ao espaço na semana passada, mas uma greve geral na Guiana
Francesa, de onde partiria o foguete, levou ao adiamento da operação.
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