UM SENTIMENTO DE DESESPERANÇA
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Desculpem os meus poucos leitores, mas tenho me retraído em
postar comentários sobre as coisas boas do cotidiano, porquanto não sinto mais
inspiração para uma boa qualidade de vida, em seu sentido largo ou
transcendental.
As notícias dos acontecimentos diários, pari passu, retiram
qualquer possibilidade de crença num amanhã próximo com melhor perspectiva.
Tomo por exemplo, aleatoriamente, os jornais locais de hoje e registro fatos
desalentadores: tirante o arrombamento de bancos – manchete permanente na mídia
- temos que logo mais haverá protesto contra a PEC 55 e promete parar Natal. A
notícia é forte, pois vai disputar espaço com o movimento “Black Friday”.
Possivelmente, este sairá vencedor (apesar de o Presidente dos Dirigentes
Lojistas, afirmar: “Infelizmente tanto as lojas online quanto algumas
varejistas aumentam os preços na véspera e criam falsas promoções no dia”),
porque o primeiro movimento não tem inspiração na verdade haja vista que as
pessoas, em sua maioria, vão engrossar os protestos sem terem o menor
conhecimento do assunto, que deveria ser tema para as discussões nas academias,
universidades, entidades de classe, públicas e privadas e nas casas
legislativas!
Em outro espaço de jornal a informação já conhecida por
todos: a previdência estadual é “bomba” diz o TCU. Já é tarde e atrasado, pois
quando a Governadora Rosalba deu início ao furo do Fundo Financeiro e Fundo
Previdenciário, era bastante evidente que o efeito viria em seguida – houve o grito
do assessor jurídico Nereu. O atual governador sabia disso e nada fez para modificar o quadro e
continuou sacando os recursos até chegar ao ponto mais crítico das finanças do
Estado que eu tenho conhecimento na minha já alongada existência. Estamos no caos em todos os seus sentidos –
econômico, financeiro, administrativo e cultural. Como vão agir os órgãos
fiscalizadores???
A imprensa encolheu muito, estamos resumidos a dois jornais
que ocupam muito espaço com o trivial das notícias sociais para gáudio de um
pequeno grupo de “novos ricos” e “velhos” também, que só enxergam seus egos,
luxo e besteirol.
Enquanto o povo “inocente” vai às ruas em nome da
moralização, o Parlamento Nacional trama para eliminar o único movimento que
pretende derrubar a corrupção, com sessões feitas à sorrelfa, às caladas da
noite, num festival de falta de caráter. Nossos representantes não estão
excepcionados!
É intragável ouvir tantos discursos viciados, em particular
dos membros dos derrotados na política, que não precisaram de mais de uma década
para cavar um buraco incomensurável na vida brasileira, sugando a sua economia
e suas finanças (do Brasil, não deles), engrossando a dívida e ainda mantendo o cinismo de culpar um
governo de poucos meses, mas também corrompido pois oriundo do mesmo sentimento
dos derrotados.
Os hospitais, as escolas, os servidores, a polícia, o
sistema carcerário clamam por socorro. O povo está morrendo de sede, os açudes
e adutoras estão secando e não sai a famosa transposição de águas do Rio São
Francisco, cuja vazão não é da água, mas de recursos aplicados em obras
inacabadas – algumas já destruídas.
Estatísticas “esquisitas” são apresentadas como: “mortes
violentas têm redução no RN”!!!!!! Será resultado da ação do paraibano
Virgulino Ferreira, que se deixa fotografar com o chapéu de “Lampião”?
Cerveró anuncia novos protagonistas da corrupção nacional e
o Brasil (políticos e seus satélites) ficam em polvorosa, pois agora estão sendo envolvidos - os do governo e
da oposição - que procuram a solução sepultando a "Lavajato" e processando o Juiz
Moro. E o Supremo ainda está na coluna do meio.
O garoto propaganda do País aparece sorrindo com um cartão proclamando: “Governo não é infalível, mas, acho que não erramos muito”. É hilariante, mas só podemos chorar porque lágrimas são o que nos restam.
O garoto propaganda do País aparece sorrindo com um cartão proclamando: “Governo não é infalível, mas, acho que não erramos muito”. É hilariante, mas só podemos chorar porque lágrimas são o que nos restam.
O desemprego chega ao recorde, mas ainda são os
trabalhadores remanescentes que pagam a conta da crise, sujeitos aos aumentos
das alíquotas da previdência, retirada de algumas conquistas, enquanto os
servidores das categorias mais elevadas continuam com os seus auxílios “moradia,
transporte, paletó, educação, saúde e pqp”. Continuam os Secretários e Ministros amigos do
Rei e não da Lei, verdadeiros membros do cordão dos puxas-sacos, soberbos e
falastrões.
Só nos resta aplaudir o trabalho solitário dos intelectuais –
escritores, pintores, atores, cantores e compositores que continuam doando ao Brasil as suas
inteligências, ainda que mal pagos e esquecidos. Destes eu espero o exemplo para a
redenção do nosso País – “Ad lucem versus”.
Em tempo: Os que se incomodarem com os meus comentários
apenas me esqueçam, não me joguem pedras. Para isso invoco o direito dos idosos! Mas se jogarem as receberei para tentar fazer o alicerce de uma nova construção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário