sexta-feira, 25 de novembro de 2016

DSESABAFO


UM SENTIMENTO DE DESESPERANÇA
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

Desculpem os meus poucos leitores, mas tenho me retraído em postar comentários sobre as coisas boas do cotidiano, porquanto não sinto mais inspiração para uma boa qualidade de vida, em seu sentido largo ou transcendental.
As notícias dos acontecimentos diários, pari passu, retiram qualquer possibilidade de crença num amanhã próximo com melhor perspectiva. Tomo por exemplo, aleatoriamente, os jornais locais de hoje e registro fatos desalentadores: tirante o arrombamento de bancos – manchete permanente na mídia - temos que logo mais haverá protesto contra a PEC 55 e promete parar Natal. A notícia é forte, pois vai disputar espaço com o movimento “Black Friday”. Possivelmente, este sairá vencedor (apesar de o Presidente dos Dirigentes Lojistas, afirmar: “Infelizmente tanto as lojas online quanto algumas varejistas aumentam os preços na véspera e criam falsas promoções no dia”), porque o primeiro movimento não tem inspiração na verdade haja vista que as pessoas, em sua maioria, vão engrossar os protestos sem terem o menor conhecimento do assunto, que deveria ser tema para as discussões nas academias, universidades, entidades de classe, públicas e privadas e nas casas legislativas!
Em outro espaço de jornal a informação já conhecida por todos: a previdência estadual é “bomba” diz o TCU. Já é tarde e atrasado, pois quando a Governadora Rosalba deu início ao furo do Fundo Financeiro e Fundo Previdenciário, era bastante evidente que o efeito viria em seguida – houve o grito do assessor jurídico Nereu. O atual governador sabia disso e nada fez para modificar o quadro e continuou sacando os recursos até chegar ao ponto mais crítico das finanças do Estado que eu tenho conhecimento na minha já alongada existência. Estamos no caos em todos os seus sentidos – econômico, financeiro, administrativo e cultural. Como vão agir os órgãos fiscalizadores???
A imprensa encolheu muito, estamos resumidos a dois jornais que ocupam muito espaço com o trivial das notícias sociais para gáudio de um pequeno grupo de “novos ricos” e “velhos” também, que só enxergam seus egos, luxo e besteirol.
Enquanto o povo “inocente” vai às ruas em nome da moralização, o Parlamento Nacional trama para eliminar o único movimento que pretende derrubar a corrupção, com sessões feitas à sorrelfa, às caladas da noite, num festival de falta de caráter. Nossos representantes não estão excepcionados!
É intragável ouvir tantos discursos viciados, em particular dos membros dos derrotados na política, que não precisaram de mais de uma década para cavar um buraco incomensurável na vida brasileira, sugando a sua economia e suas finanças (do Brasil, não deles), engrossando a dívida e ainda mantendo o cinismo de culpar um governo de poucos meses, mas também corrompido pois oriundo do mesmo sentimento dos derrotados.
Os hospitais, as escolas, os servidores, a polícia, o sistema carcerário clamam por socorro. O povo está morrendo de sede, os açudes e adutoras estão secando e não sai a famosa transposição de águas do Rio São Francisco, cuja vazão não é da água, mas de recursos aplicados em obras inacabadas – algumas já destruídas.
Estatísticas “esquisitas” são apresentadas como: “mortes violentas têm redução no RN”!!!!!! Será resultado da ação do paraibano Virgulino Ferreira, que se deixa fotografar com o chapéu de “Lampião”?
Cerveró anuncia novos protagonistas da corrupção nacional e o Brasil (políticos e seus satélites) ficam em polvorosa, pois agora estão sendo envolvidos - os do governo e da oposição - que procuram a solução sepultando a "Lavajato" e processando o Juiz Moro. E o Supremo ainda está na coluna do meio. 
O garoto propaganda do País aparece sorrindo com um cartão proclamando: “Governo não é infalível, mas, acho que não erramos muito”. É hilariante, mas só podemos chorar porque lágrimas são o que nos restam.
O desemprego chega ao recorde, mas ainda são os trabalhadores remanescentes que pagam a conta da crise, sujeitos aos aumentos das alíquotas da previdência, retirada de algumas conquistas, enquanto os servidores das categorias mais elevadas continuam com os seus auxílios “moradia, transporte, paletó, educação, saúde e pqp”. Continuam os Secretários e Ministros amigos do Rei e não da Lei, verdadeiros membros do cordão dos puxas-sacos, soberbos e falastrões.
Só nos resta aplaudir o trabalho solitário dos intelectuais – escritores, pintores, atores, cantores e compositores que continuam doando ao Brasil as suas inteligências, ainda que mal pagos e esquecidos. Destes eu espero o exemplo para a redenção do nosso País – “Ad lucem versus”.
Em tempo: Os que se incomodarem com os meus comentários apenas me esqueçam, não me joguem pedras. Para isso invoco o direito dos idosos! Mas se jogarem as receberei para tentar fazer o alicerce de uma nova construção.


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