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- VOCALISTAS VOCACIONADOS
T R
I O M A R A Y A
1 – Behring de Campos Leiros;
2 – Marconi Campos;
3 – Hilton Acioli
O trio MARAYÁ foi formado em 1954, contando com
Behring Leiros no tantã, Marconi Campos, no violão e Hilton Acioli, no afoché.
Inicialmente o Trio adotou o nome de Marajá e apresentou-se
no programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti, em Natal..
Em 1956, durante a realização de um congresso da
União Nacional dos Estudantes, UNE, em Natal, o conjunto foi convidado a ir ao
Rio de Janeiro, onde alguns estudantes pretendiam criar um programa nos moldes
do SAE.
Pouco antes de viajar para o Rio de Janeiro,o
grupo adotou, por sugestão do professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, o
nome de Trio Marayá.
No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas
conseguiram participar de diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais,
"Grande Show Brahma", "César de Alencar" e "Paulo
Gracindo".
O grupo atuou, ainda, em diversas casas noturnas,
sendo contratado, com exclusividade, para apresentar-se no Restaurante
"Cabeça Chata", de propriedade do conhecido cantor de emboladas
Manezinho Araújo.
Pouco depois, passou a atuar na Rádio e na TV
Tupi. Por essa época, o conjunto foi convidado pelo cantor e compositor Luiz Vieira, que assistiu à
participação do Trio Marayá na gravação de um disco de um cantor cearense na
gravadora Copacabana, acabando por convidar o trio a apresentar-se em seu programa de rádio, em São Paulo.
No programa de Luiz Vieira, na Rádio Record,
interpretou o corridinho "Maria Fulô", de Luiz Vieira e João do Vale,
e posteriormente gravado em LP pelo trio.
Aprovado em teste, o Trio foi contratado pela
Rádio e TV Record. Na Rádio Record, o grupo foi contratado com o Trio
Marayá",para o programa produzido
por Luiz Vieira, além de participar de outros programas da emissora.
Na TV Record, os vocalistas ganharam também um
programa semanal, "Trio Marayá e
você", com produção de Nilton Travesso e Eduardo Moreira.
O Trio apresentou-se, ainda, nos programas
"Sucesso Arno", de Blota Jr., "Astros do disco", de Rendal
Juliano, e "O fino da bossa", apresentado por Elis Regina, entre
outros.
Nesse período, ainda muito jovens, enfrentaram
problemas com o Juizado de Menores nas apresentações contratadas em boates como
"Boite Oásis", "Star Dust", "Nick Bar",
"African" e "A Baiuca", nas quais seus componentes cantavam
e tinham que ficar do lado de fora, na calçada, durante os intervalos.
Em 1958, eles gravaram pela Odeon o primeiro
disco, interpretando o samba "O rei do samba", de Hervê Cordovil e
Vicente Leporace e o mambo "Patrícia", de P. Prado e A . Bourget.
Nesse período, o grupo realizou excursões a
diversas capitais do país. Em 1959,o trio gravou o segundo disco, cantando as composições
"Meu tio" ,de F. Barcellini, H. Contet e J. C. Carrière, com versão
de Fred Jorge, e "Onde estará minha vida", de Segovia, Naranjo e
Roman, em versão também de Fred Jorge.
No mesmo ano,o Trio recebeu o convite para
representar o Brasil no "Festival da Juventude", em Viena, na
Áustria, recebendo as passagens, a hospedagem e a comida. O tempo previsto de
permanência na Europa era de apenas dez dias, mas o trio acabou ficando um ano.
Durante este período na Europa, os componentes viajaram
para a Espanha, apresentando-se na cidade de Barcelona, na boate El Cortijo.
Em seguida ,o grupo seguiu rumando para a realização de programas da TV húngara.
Em seguida, o conjunto foi contratado pela
filarmônica de Budapeste e apresentaram-se com a orquestra húngara em quase
todas as cidades daquele pais.
Pouco depois o Trio retornou à Áustria onde obtiveram sucesso interpretando
a "Polca de Liechtensteiner".
O Trio apresentou-se em diversas casas de espetáculo de renome como
"Éden Bar", "Lido", "Maxim's", "Moulin
Rouge" e "Baden Cassino". De volta ao Brasil em 1960, gravaram
mais um disco pela Odeon, no qual cantaram o samba "Prova de carinho",
de Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil, e o fox "Um telegrama", de H.
G. Segura e Nadir Perez.
Em 1961, os componentes foram contratados pela
RCA Victor, gravando em seu primeiro disco o bolero "Por pecadora" e
a canção "O matador", de J. Bowers e I. Burgess, com versão de Fred
Jorge. No mesmo ano gravaram o bolero "Descansa, coração", de
Arquimedes Messima, e o samba "Sambinha quadrado", de Marconi Campos
e Hilton Acioli.
Ainda em 1961, o Trio fez excursão ao Uruguai
apresentando-se no Cassino Migues em Punta Del Este e na TV Canal 4 de
Montevidéu.
Ali, o grupo foi contratado por três meses pela
TV Canal 9 de Buenos Aires na Argentina, onde participou do programa
"Festival 62", produzido e apresentado por Paloma Black.
No mesmo ano o Trio gravou rock balada "Nena
Nenita", de Joaquin Pietro e Juvenal Fernandes e o bolero
"Pede", de A . Algueró, A . Guijarro e Teixeira Filho.Em 1966,
obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira apresentado na
TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair Rodrigues, a composição
"Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com arranjos de Hilton
Acioli, tirou o primeiro lugar.
Nos festivais internacionais apresentaram-se com
Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella Fitzgerald, Rita Pavone, Sérgio Endrigo e
Catherine Valente.
Em 1968, retornaram à Europa, defendendo o Brasil
no Festival Internacional de Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia,
onde o trio recebeu Medalha de
Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi
Campos e Geraldo Vandré. A composição "Che", vencedora do festival
originalmente não tinha letra e havia sido proibida pela censura durante o
regime militar, pois os censores entenderam que se tratava de uma homenagem ao
guerrilheiro cubano Che Guevara, morto naquele ano. Geraldo Vandré pediu a
Marconi Campos para colocar a letra, o que foi recusado pelo autor, que a
considerava de característica puramente instrumental. Fez, porém, outra música
inspirada na primeira e Vandré colocou a letra.
Após o festival, permaneceram um tempo em Sófia,
apresentando-se em concorridos shows na capital búlgara. Visitaram também a
Itália e a França. Em Paris, gravaram um disco pelo selo Barclay. Nesse
período, participaram da revista musical "Tio samba", produzido pela
diretora norte-americana Sonia Shaw e pelo maestro Bill Hithcock. Ao longo de
sua carreira, o Trio Marayá participou dos filmes "Uma certa
Lucrécia", com Dercy Gonçalves, "O circo chegou à cidade" com
Walter Stuart, e "Quelé do Pajeú", dirigido por Anselmo Duarte, com
orquestração de Marconi Campos.
Estiveram sob contrato das gravadoras Sinter,
RGE, RCA Victor, Odeon, Philips, Chantecler e Som Maior, gravando diversos
discos em 45 e 78 rotações, além de compactos e LPs. Alguns de seus discos
produzidos no Brasil foram divulgados em países da Europa, como Portugal,
França e Itália, e em países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e
Chile. Um de seus maiores sucessos foi "Gauchinha bem querer", de Tito
Madi, onde os vocalistas potiguares interpretaram de tal modo que muitos os
confundiram com gaúchos. Ao longo de sua vitoriosa carreira o Trio Marayá
recebeu diversos prêmios.
Em 1958, 1960, 1961, 1962 e 1963 receberam o
Prêmio Roquette-Pinto como Melhor Conjunto Vocal. Receberam oito troféus de
Melhores da Semana, a Taça de Honra ao Mérito do programa César de Alencar, o
troféu Campeões da Popularidade da TV Tupi, no programa Ayrton Rodrigues,
diploma de Melhor Conjunto Vocal do Festival da Música Internacional na
Bulgária, o troféu Índio de Prata como personalidade musical de 1967, além de
receber diversas medalhas de honra ao mérito como grupo vocal/instrumental.
A partir de 1975, o trio foi diminuindo cada vez
mais as atividades, embora ainda se tenha apresentado em diversos festivais de
música universitária na época em que o componente Behring Leirois cursava a
faculdade de Direito da Universidade Mackenzie em São Paulo.
Após esse período foram-se dedicando à produção
de jingles comerciais e trilhas sonoras
para filmes, quando obtiveram muito êxito, com poucos concorrentes na área dos
conjuntos.
Marconi Campos fez formação superior em música e
em 1985; formou o quinteto "Sombra", do qual faziam parte Faud
Salomão, Beto Carrera, Vânia Bastos e Suely Gondim.
Em 1996, Marconi Campos juntou-se a Behring
Leiros, Hilton Acioli, Flávio Augusto, Sandra Marina, Vera Campos e Cintia
Scola - para gravar o CD independente "Ação dos tempos",
interpretando músicas nordestinas, entre as quais "Asa branca", de
Luiz Gonzaga, e algumas especialmente de compositores norte-rio-grandenses,
como "Moinho d'água", de Chico Elion, e "Capricho", de
Carlos Lyra e Behring Leiros. Behring Leiros, por sua vez, trabalhou como
relações-públicas na área de divulgação da Rádio e Estúdio Ômega e também
enveredou pela produção de jingles.
Hilton Acioli diplomou-se bacharel em Geografia
pela Universidade Estadual de São Paulo e foi parceiro de Geraldo Vandré em
diversas composições.
Behring Leiros, pai de José Armando Vannucci,
bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais e seguiu no compo das composições
de
Jingles,
para o que instituiu uma empresa especifica.
Hilton Acioli e Behring continuaram a compor em
parceria centenas de jingles, sendo os dois mais conhecidos, um de propaganda
da Varig, e o histórico "Lula lá", utilizado pelo candidato à
Presidência da República pelo PT, Luís Inácio Lula da Silva quando de sua
primeira candidatura a presidência.
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