quarta-feira, 22 de junho de 2016

ESQUECIMENTO E OUTRAS COISAS

Ainda sob o efeito da reclusão forçada em minha casa, por questões de saúde, tenho como distração a leitura de livros e jornais, filmes e televisão os quais, em sua maioria, me aumentam a tensão e a indignação pelas coisas nocivas do cotidiano, em particular da politicagem brasileira.
Alguns amigos pararam de se corresponder comigo pela rede social por fanatismo ideológico, uma vez que não comungo da bandidagem que assola o País (governo e oposição) de ontem e de hoje. Isso não me causa desdouro - é muito bom ter amigos; muitos amigos, nem tanto, principalmente aqueles que arrotam democracia mas evacuam fundamentalismo inconsequente.
Deixa prá lá.
Nas minhas leituras diárias dos jornais da cidade (NOVO e TN), e a um só tempo, quatro notícias me envolveram: uma a do esquecimento da grande cantora Terezinha de Jesus, hoje hóspede de um quartinho de um pensionato porque a sua casa destruída no período da Copa do Mundo, ficou como legado da falta de cumprimento das promessas governamentais, cujos comentários deixo de fazer porque o vocabulário de impropérios ficaria empobrecido. Outra notícia é do esquecimento  de mim próprio, quando o noticiário da posse e novos auditores do Tribunal de Contas do Estado do RN aponta "O concurso para auditor do TCE foi o primeiro realizado na história da Corte para este cargo". NÃO É VERDADE. Se houvesse interesse em cultivar a história, veriam que o primeiro auditor concursado da história do TCE do RN foi exatamente este blogueiro, no ano de 1971 e que participou em inúmeras auditagens - Ceará-Mirim, São Miguel, Extremoz, Natal, Mossoró, Caicó, Santa Cruz, Currais Novos, Angicos e outros lugares onde a memória não alcança. Fiz dessa minha vitória registro no meu currículo. Mas a própria entidade me esqueceu, como o fizera há algum tempo atrás quando já aposentado e sendo o introdutor da Escola de Contas Professor Severino Lopes de Oliveira, sem qualquer conversa ou aviso me deparei com a exoneração no Diário Oficial. Arrumei as gavetas e fui para casa. O fato repetiu-se com um filho meu, sumariamente exonerado de um cargo comissionado após quase 17 anos de atividade, embora servidores reconhecidos como de valor e competência. Essa história não é nada agradável. Deixa prá lá, também!
Findei acostumado com o esquecimento, inclusive da UFRN onde dediquei 35 anos da minha vida e da qual, ao proferir a última aula, não encontrei uma única pessoa que me apertasse as mãos, nem lembraram de me considerar "emérito", apesar de outros que tiveram mera passagem ou nem isso!
Vamos agora para as notícias boas: por iniciativa do comerciante Marcelo Barbosa, dois refrigeradores sem uso ganham utilidade para oferecer uma biblioteca livre - "Geladeirotecas". Grande pedida. Vou até mandar alguns livros meus, inclusive um contando a história da OAB/RN que boiou pelo desinteresse dos advogados e, finalmente elogio o gesto de acolhimento da gatinha de rua parida, com apelo para a adoção. Eu só não fico porque já tenho uns 10 felinos, entre os quais animais velhos enjeitados, um mutilado e outro deficiente físico, além dos muitos sadios, todos "operados". Eu pelo menos não os esqueço!

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