domingo, 24 de maio de 2015

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RECUANDO NO TEMPO
            Neste domingo amanheci com um pouco de saudade. Daquele tempo de colégio, onde no início dos anos 50 tive a alegria de conhecer Raimundo Nonato da Silva, professor de Português, que nos iniciava nos conhecimentos das obras e escritores brasileiros.
            O ponto de saudade caiu sobre o poeta simbolista CRUZ e SOUZA, precisamente naquele livro “Português Ginasial”, de José Batista da Luz, ed. 1952 - CEN, cujos versos me acompanharam por toda a vida.
             Reproduzo o poema que me envolveu, em homenagem ao meu saudoso professor:
Vida obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, 
Ó ser humilde entre os humildes seres. 
Embriagado, tonto dos prazeres, 
O mundo para ti foi negro e duro. 

Atravessaste num silêncio escuro 
A vida presa a trágicos deveres 
E chegaste ao saber de altos saberes 
Tornando-te mais simples e mais puro. 

Ninguém Te viu o sentimento inquieto, 
Magoado, oculto e aterrador, secreto, 
Que o coração te apunhalou no mundo. 

Mas eu que sempre te segui os passos 
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços 
E o teu suspiro como foi profundo! 

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