RECUANDO NO TEMPO
Neste domingo amanheci com um
pouco de saudade. Daquele tempo de colégio, onde no início dos anos 50 tive a
alegria de conhecer Raimundo Nonato da Silva, professor de Português, que nos
iniciava nos conhecimentos das obras e escritores brasileiros.
O ponto de saudade caiu
sobre o poeta simbolista CRUZ e SOUZA, precisamente naquele livro “Português Ginasial”, de José Batista da Luz, ed. 1952 - CEN, cujos versos me acompanharam por toda a vida.
Reproduzo o poema que me
envolveu, em homenagem ao meu saudoso professor:
Vida obscura Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres, O mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste num silêncio escuro A vida presa a trágicos deveres E chegaste ao saber de altos saberes Tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém Te viu o sentimento inquieto, Magoado, oculto e aterrador, secreto, Que o coração te apunhalou no mundo. Mas eu que sempre te segui os passos Sei que cruz infernal prendeu-te os braços E o teu suspiro como foi profundo! |
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