Amigo Marcos Aurélio de Sá
Por Augusto Coelho
Leal, sócio efetivo do IHGRN
Meu bom amigo
Marcos. Amigos não só são aqueles que vivemos em contato diariamente, mas para
mim, aqueles que guardamos dentro do peito, que os poetas dizem, dentro do
coração.
A nossa
amizade Marcos, começou no Colégio Nossa Senhora de Fátima, quando nossos pais
fizeram a nossa matricula para o curso de preparação da primeira comunhão, hoje
conhecido como primeira eucaristia. Na época o Instituto era apenas de
matriculas femininas -alunas- e lá restávamos, eu, você e nosso poeta e
escritor João Gualberto Melo, de roupas brancas, e velas bancas, “pareciam três
anjinhos” entre belas meninas.
Éramos
crianças, mas dali surgiu um sentimento muito sincero entre nós dois.
Passou-se o tempo,
cada um de nós fomos tomando o nosso destino. Mas, novamente fomos de uma
maneira ou de outra ficando perto.
Você casou-se
com uma moça de uma família onde fiz bons amigos, Humberto, Eudes e Lino, foram
meus amigos de infância, pois morei na Rua Seridó e joguei basquete pelo Santa
Cruz Futebol Clube. Quando criança ia muito na casa de seu sogro, onde
principalmente com Eudes e Lino planejamos as nossas traquinices de infância.
Pois bem
amigo, o tempo foi passando, e quando tinha quarenta e sete anos de idade, tive
e tenho uma doença que me impediu de andar por muito tempo. Fiquei de cadeira
de rodas e aquilo bulia – sou nordestino- muito comigo, ficava muito inquieto,
já não podia me locomover com facilidade, e com sou muito buliçoso, aquela
situação me incomodava muito, não sabia o que fazer. Mas, minha esposa, minhas filhas,
genros, netos e alguns amigos, entre eles Dr. Rogério Santos, me davam forças
para continuar. O que fazer? Era a pergunta.
Passava meu tempo dentro de casa. Não trabalhava e não ia as ruas para
fazer minhas “traquinices.” Aprendi depois de “velho” dedilhar um teclado
musical, mas não era o bastante.
Você teve a idéia de lançar um jornal
vespertino, fui um dos primeiros assinantes, depois a brilhante idéia de abri
uma pagina para articulistas, fui um dos primeiros. Aí eu dei o “pulo gato” e
você, com sua equipe me acolheram com muito carinho. Novamente o destino nos
colocava um perto do outro. Você não sabe amigo, como me ajudou, pois novamente
comecei a fazer contato com as pessoas que gostavam dos meus escritos,
telefonavam para mim, ou comentavam comigo nas raras vezes que saia às ruas.
Lancei o livro
Rosinha dos Limões, logo nas primeiras páginas o meu agradecimento a você e a
sua esposa e também para toda sua equipe, em particular a Roberto Canuto. O
lançamento do livro foi um sucesso, mas, esse sucesso ocorreu em particular ao
seu apoio, a nossa amizade, e amizade de muitos amigos que fiz durante minha
vida.
Ainda no
lançamento de meu livro, o destino nos tornou mais perto novamente. Recebi
carinhosamente o abraço de um filho de um grande amigo, irmão - Carlos Alberto
Liberato-, e neste momento ele me comunicou cheio de alegria - pois sabe do
carinho que tenho por você – que é casado com uma sua filha. Fiquei muito
feliz, pois de uma maneira ou de outra, mesmo sem os contatos diários o destino
nos tornava próximos.
Eu sempre
disse Marcos, que amigos não são para balançar a cabeça concordando com que o
outro diz, mas para aceitar e discordar –quando achar que necessário- respeitando
um ao outro.
Discordamos
apenas uma vez aqui neste Jornal, e você teve a dignidade de me responder e de
publicar as minhas ponderações, pois para mim você é um homem digno e que faz
parte com muito orgulho da História do nosso Rio Grande do Norte, que tanto
gosto de escrever.
Vou sentir
saudades de O Jornal de Hoje, pois sou saudosista e gosto da leitura no papel,
mas saiba que todo esse tempo valeu, pois ficará eternamente nas nossas
memórias e em nossos corações.
Um até breve
amigo, e queira Deus que permaneçamos unidos. Um grande abraço.
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