sexta-feira, 9 de janeiro de 2015


        Um fio de esperança

Augusto Coelho Leal, do IHGRN

                Este artigo, não é sobre o filme, nem tão pouco sobre o livro que tem o mesmo título deste. Embora esteja eu em uma nave chamada Brasil, pilotada por vários pilotos e com uma tripulação enorme, voando a deriva e causando pânico entre seus passageiros, o que parece um pouco como filme.

 Lendo os últimos jornais do começo deste ano, fiquei surpreso com as declarações do Governador do Estado e do Desembargador Claudio Santos, Presidente do Tribunal de Justiça. Vi nascer um fio de esperança em um homem descrente das palavras dos homens, em especial, homens públicos.

                Mas porque falo isto? Então vamos por parte. O Governador Robinson Faria em entrevistas dadas aos jornais e emissoras de televisão, diz que seu governo vai ser um governo prioritariamente técnico, e que dentre estas prioridades estarão nos primeiros lugares à saúde, segurança e educação. Até aí nada demais, pois todos que assumiram os governos passados também falaram a mesma coisa, ou as mesmas coisas, e nada ou quase nada fizeram.

                Mas, senti um pouco de humildade e sinceridade nas palavras do Governador, e passei ha ter, até um pouco de esperança de haver dias melhores. Principalmente na esperança que os mais humildes tenham uma saúde e uma educação mais dignas. Quanto à segurança, todos nós precisamos, seja pobre, classe média ou rica, a violência continua muito grande e o policiamento muito falho.

                Mas em particular, eu quero fazer um pedido ao governador. Não sei dos conhecimentos técnicos e administrativos do colega Eduardo Pagnoncelli principalmente em estradas, indicado para o comando do Departamento de Estradas de Rodagem. Já fui engenheiro do DER e nunca vi nenhum órgão sofrer um desmonte tão violento como esse vem sofrendo. Acabaram com quase todo seu patrimônio físico, diminuindo as instalações administrativas e técnicas, pois até o laboratório de ensaio e estudos deram sumiço, acabaram com todos os equipamentos técnicos ou quase todos, com toda frota de manutenção, com a usina de asfalto, inclusive o prédio das Oficinas Centrais, pasmem até a Diretoria de Planejamento sumiu. Os funcionários desmotivados, com salários baixíssimos, sem especialização ou atualização nas suas funções. Os Distritos Rodoviários (escritórios no interior) fazem vergonha. É muito triste ver o DER do meu tempo e comparar com o DER de hoje. É muito triste andar por lá e ver os corredores vazios, os colegas fogem de lá. É muito triste ver as obras construídas hoje pelo DER. Tenhamos como exemplos os acessos ao novo aeroporto, ou o prolongamento da Avenida Prudente de Morais, sem dúvida nenhuma, uma vergonha para a nossa população.

                Peço ao Governador e ao  Diretor Geral, que façam um esforço grande   de incentivar os funcionários, qualificar melhor, atender o apelo de melhores salários, luta de mais de vinte anos sem sucesso.

                Quando fui funcionário de lá, todos tinham orgulho da nossa repartição. Havia sim, as lutas por melhorias salariais, pela melhoria de trabalho. Isto sempre houve e haverá.

                Lamentavelmente vejo hoje o DER como um Golias doente, moribundo, atingido por uma doença que se chama incompetência, descaso e irresponsabilidade.

                Na nossa época, as nossas estradas estaduais, eram. quase todas pavimentadas Era um dos maiores ou o maior patrimônio em termos de valores financeiros, do Rio Grande do Norte, e nos cuidávamos razoavelmente bem e com certo carinho desse patrimônio.

                Hoje faz pena andar pelos poucos corredores vazios que ainda restam. Digo sem dúvida de errar. Qualquer colega que voltar a andar por esses corredores vai sentir a mesma coisa que seu sinto. Tristeza, vergonha, a sensação de está em uma repartição que um dia foi grande, mas que está prestes a desaparecer.

                 Quanto ao Dr. Claudio Santos, só tenho elogios às suas palavras. Não conheço as teias que envolvem a nossa justiça, mas conheço e vejo o clamor popular por uma justiça mais ágil, por uma justiça mais digna. Todos nós queremos uma justiça mais justa, muito mais honesta. Uma justiça que veja unicamente a verdade, que trabalhe para o povo, não para as luzes dos holofotes da vida.

                Senhores governantes, não deixem morrer a esperança.

               

 

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