Um fio de esperança
Augusto Coelho Leal,
do IHGRN
Este
artigo, não é sobre o filme, nem tão pouco sobre o livro que tem o mesmo título
deste. Embora esteja eu em uma nave chamada Brasil, pilotada por vários pilotos
e com uma tripulação enorme, voando a deriva e causando pânico entre seus
passageiros, o que parece um pouco como filme.
Lendo os últimos jornais do começo deste ano,
fiquei surpreso com as declarações do Governador do Estado e do Desembargador
Claudio Santos, Presidente do Tribunal de Justiça. Vi nascer um fio de
esperança em um homem descrente das palavras dos homens, em especial, homens
públicos.
Mas
porque falo isto? Então vamos por parte. O Governador Robinson Faria em
entrevistas dadas aos jornais e emissoras de televisão, diz que seu governo vai
ser um governo prioritariamente técnico, e que dentre estas prioridades estarão
nos primeiros lugares à saúde, segurança e educação. Até aí nada demais, pois
todos que assumiram os governos passados também falaram a mesma coisa, ou as
mesmas coisas, e nada ou quase nada fizeram.
Mas,
senti um pouco de humildade e sinceridade nas palavras do Governador, e passei
ha ter, até um pouco de esperança de haver dias melhores. Principalmente na
esperança que os mais humildes tenham uma saúde e uma educação mais dignas.
Quanto à segurança, todos nós precisamos, seja pobre, classe média ou rica, a
violência continua muito grande e o policiamento muito falho.
Mas
em particular, eu quero fazer um pedido ao governador. Não sei dos
conhecimentos técnicos e administrativos do colega Eduardo Pagnoncelli
principalmente em estradas, indicado para o comando do Departamento de Estradas
de Rodagem. Já fui engenheiro do DER e nunca vi nenhum órgão sofrer um desmonte
tão violento como esse vem sofrendo. Acabaram com quase todo seu patrimônio
físico, diminuindo as instalações administrativas e técnicas, pois até o
laboratório de ensaio e estudos deram sumiço, acabaram com todos os equipamentos
técnicos ou quase todos, com toda frota de manutenção, com a usina de asfalto,
inclusive o prédio das Oficinas Centrais, pasmem até a Diretoria de Planejamento
sumiu. Os funcionários desmotivados, com salários baixíssimos, sem
especialização ou atualização nas suas funções. Os Distritos Rodoviários (escritórios
no interior) fazem vergonha. É muito triste ver o DER do meu tempo e comparar
com o DER de hoje. É muito triste andar por lá e ver os corredores vazios, os
colegas fogem de lá. É muito triste ver as obras construídas hoje pelo DER.
Tenhamos como exemplos os acessos ao novo aeroporto, ou o prolongamento da
Avenida Prudente de Morais, sem dúvida nenhuma, uma vergonha para a nossa
população.
Peço
ao Governador e ao Diretor Geral, que
façam um esforço grande de incentivar os funcionários, qualificar
melhor, atender o apelo de melhores salários, luta de mais de vinte anos sem
sucesso.
Quando
fui funcionário de lá, todos tinham orgulho da nossa repartição. Havia sim, as
lutas por melhorias salariais, pela melhoria de trabalho. Isto sempre houve e
haverá.
Lamentavelmente
vejo hoje o DER como um Golias doente, moribundo, atingido por uma doença que
se chama incompetência, descaso e irresponsabilidade.
Na
nossa época, as nossas estradas estaduais, eram. quase todas pavimentadas Era
um dos maiores ou o maior patrimônio em termos de valores financeiros, do Rio
Grande do Norte, e nos cuidávamos razoavelmente bem e com certo carinho desse
patrimônio.
Hoje
faz pena andar pelos poucos corredores vazios que ainda restam. Digo sem dúvida
de errar. Qualquer colega que voltar a andar por esses corredores vai sentir a
mesma coisa que seu sinto. Tristeza, vergonha, a sensação de está em uma repartição
que um dia foi grande, mas que está prestes a desaparecer.
Quanto ao Dr. Claudio Santos, só tenho elogios
às suas palavras. Não conheço as teias que envolvem a nossa justiça, mas
conheço e vejo o clamor popular por uma justiça mais ágil, por uma justiça mais
digna. Todos nós queremos uma justiça mais justa, muito mais honesta. Uma
justiça que veja unicamente a verdade, que trabalhe para o povo, não para as
luzes dos holofotes da vida.
Senhores
governantes, não deixem morrer a esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário