O que desejo em
2015
Augusto Coelho Leal, do IHGRN
O meu desejo para 2015 e um desejo que talvez se realize
em 2035. O que desejo é um povo ordeiro, decidido, corajoso, valente. Não um
povo indolente, omisso, subserviente, covarde, sem educação, despolitizado. É
assim que vejo o povo brasileiro hoje em sua maioria.
Na verdade a ausência de lideres honestos neste país nos
leva a essa situação de descrença, de desânimo, e o povo vai se acomodando a
esta situação, não reage, aceita calado. Faltam pessoas que guiem o povo, que
motivem o povo, faltam conhecimentos para que o povo siga o caminho correto.
A falta de lideres no Brasil é tão grande, que basta um
cidadão honesto fazer unicamente a sua obrigação que vira notícias do dia para noite,
sai em capas de revistas e são manchetes de jornais. Como exemplo, cito os de
Joaquim Barbosa e do tenente Estyvenson que não fizeram ou fazem nada menos, do
que suas obrigações. Ser honestos e respeitar a ética e a moral no serviço
público, coisas que muito pouca gente faz hoje, por isso são tidos como heróis.
Em um país onde todos querem levar vantagens sobre todos, até em um simples
estacionamento de shoppings ou supermercados, convivemos com a imoralidade. Faltam
educação e respeito, coisas que muitos poucos brasileiros conhecem. Este é o
país de imorais e da falta de ética. Até a nossa polícia militar –RN- que devia
dar exemplo, não faz.
Temos uma Associação em Cotovelo, um prédio construído
pelos veranistas. Pois bem, A Associação fez um convênio com a polícia, para
reforçar o policiamento naquela região. Resultado a polícia depois de certo
tempo, abandonou o prédio, não comunicou a Associação e o prédio ficou
abandonado. Foi depredado e invadido por pessoas sem moradia. Vejam a falta de
responsabilidade, de onde? De uma instituição que deveria primar pela ética,
pela responsabilidade.
Aos sábados e domingos a policia faz uma blitz gigantesca
do posto policial de Pium. Quem por lá passa tem a impressão que estamos
seguros, que podemos pelo menos dormir tranquilos, pois tem mais policial do
que mosquito da dengue, o que não é verdade, não existe policiamento pelo menos
em Cotovelo. Estou há quatro dias lá e neste espaço de tempo, houve um assalto
e roubo de um carro, e um assassinato. O que eu acho esquisito nisto tudo é que
o policiamento fica numa vitrine dia de sábado e domingo, justamente os dias
que a população flutuante das praias aumenta muito, depois tchau, e os
veranistas e moradores aceitam tudo calados, ninguém reage, ninguém pelo menos fala,
denuncia este estado de coisas.
A Prefeitura de Parnamirim também faz parte deste contexto
de imoralidade e desrespeito ao povo. Pagamos o IPTU mais caro da região, mas
as ruas são esburacadas, poucas pavimentadas. A iluminação pública precaríssima,
a sujeira (o lixo) é de fazer vergonha. Tive contato com uma turista do Paraná
que me disse – Como os senhores permitem que aconteça isto?
Esta Praia é muito bonita, mas a sujeira envergonha qualquer turista. E vocês
vivem aqui sem pelo menos um policial?
Esta é a nossa verdade. Aceitamos tudo calado, perdemos a
capacidade de reação, de se indignar com as bandalheiras deste país. Lembro-me
de uma música cantada por Zé Ramalho que em uma parte diz. “Tô vendo tudo, tô
vendo tudo, mas fico calado faz de conta que sou mudo.” Triste realidade, mas é
a pura verdade. Somos um país de mudos e surdos, e isto me envergonha. Já disse
em meus escritos e vou repetir. Acho que todos nós nascemos com tendências
homossexuais, pois, vivemos levando “pau nas costas” e achando bom, nada se
leva a sério neste país. Embora saiba que todos nós nascemos de uma gozada,
acho que vivemos gozando demais e vivemos fugindo das nossas responsabilidades
cívicas e morais. Vivemos de festas,
isso sabemos fazer muito bem. Gozar é a nossa matéria prima, somos gozadores
natos e assim vamos deixando a vida nos levar.
Disse Rui Barbosa em sua ORAÇÃO AOS MOÇOS. “Ora, senhores
bacharelandos, pesai bem que vos ides consagrar à lei, num país onde a lei
absolutamente não exprime o consentimento da maioria, onde são as minorias, as
oligarquias mais acanhadas, mais impopulares e menos respeitáveis, as que põem,
e dispõem as que mandam, e desmandam em tudo; a saber: num país, onde,
verdadeiramente, não há lei, não há moral, política ou juridicamente falando.”
Isto em 1920. Nada mudou em termos de moral, talvez tenha piorado Vivemos em um
país sem leis, ou em que as leis são brandas demais ou não cumpridas, talvez
sejam comprimas demais. Vivemos ao “Deus dará.”
De quem é a culpa? Nossa. Culpamos os políticos, a
justiça, a polícia, mas não fazemos nada para mudarmos esta situação. Talvez educando
as crianças de hoje, vejamos um Brasil melhor.
“Este ano que paz
no meu coração, quem quiser ter um amigo que me dê a mão.”
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