Universidades de todo o País serão
palco da segunda edição da Mostra Cinema pela Verdade
Filmes sobre a Ditadura Civil-Militar
no Brasil, Argentina e Chile terão
mais de 200 sessões seguidas de
debates
Começaram na segunda quinzena de maio as exibições de filmes da Mostra Cinema pela Verdade. Criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul, a mostra, que está em sua segunda edição, acontecerá simultaneamente em universidades das 27 unidades da federação entre os meses de maio e agosto. Realizado pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), em parceria com o Ministério da Justiça, o projeto foi contemplado pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia, que visa à promoção de eventos e projetos com foco neste período marcante da história brasileira.
Este
ano, foram selecionados para a mostra dois documentários sobre a ditadura no
Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no
Chile. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz
Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz. Já a ficção Infância
Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de
Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena.
Cada estado do país terá pelo menos oito sessões de filmes, totalizando 216
exibições.
“O
projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em todo o país.
Especialmente junto à juventude, em favor da memória, em favor da construção da
verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e
possa enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais. E,
ao mesmo tempo, possa gerar consciência crítica na juventude para que ela
assuma para si um legado de resistência, de lutas e de conquistas dos nossos
direitos”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
O
ponto de partida da mostra foi um encontro de uma semana no Rio de Janeiro para
a capacitação dos “agentes mobilizadores”. Entre os dias 30 de abril e 3 de
maio, 27 universitários das áreas de Cinema, Letras, Comunicação Social,
Ciências Sociais, História, Sociologia e Direito assistiram aos quatro filmes
selecionados para a mostra, participaram de palestras com membros da Comissão
de Anistia e de dinâmicas promovidas por pedagogos e professores de teatro. O
objetivo foi que saíssem aptos a articular localmente as exibições dos filmes
em suas regiões. Caberá a cada um deles participar da produção e da divulgação
do festival, ajudar na pesquisa de debatedores, além de escrever relatório
sobre cada sessão.
“Por
vivermos em um país em que 92% dos municípios não possuem salas de cinema, nós
do ICEM acreditamos que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais
para dar mais acesso à produção nacional. E ter as universidades como palco
dessas sessões é investir na formação de um público crítico e articulado. Nada
melhor do que trabalhar com os próprios universitários para estimular o contato
com o cinema nacional e para que possam compreender localmente como é possível
produzir um festival, além de formarem uma rede de agentes culturais”, comenta
Luciana Boal Marinho, vice-presidente ICEM
Sobre
os Filmes Selecionados:
Eu me lembro, de Luiz Fernando Lobo: exibido
no Festival Internacional do Rio de Janeiro. O documentário acompanhou cinco
anos das caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por
reparação, memória, verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e de
entrevistas.
Infância Clandestina, de Benjamín Ávila:
representante argentino ao Oscar 2013, categoria melhor filme estrangeiro.
Argentina, 1979. Juan, assim como seus pais e seu tio leva uma vida
clandestina. Fora do berço familiar ele precisa manter as aparências pelo bem
da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país.
Mariguella, de Isa Grinspum Ferraz, ganhador do
Prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América
do Sul em 2012. Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar
no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e
tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.
NO, de Pablo Larraín, concorreu ao
Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro. Pressionado pela
comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um
plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Os líderes
do governo contratam René Saavedra para coordenar a campanha contra a
manutenção de Pinochet.
Sobre
o Instituto Cultura em Movimento: O ICEM é uma organização da
Sociedade Civil de interesse Público (OSCIP), fundada em 2002. Nascido da bem
sucedida experiência do projeto “Cinema em Movimento”, rede nacional de agentes
culturais, organizada em torno da distribuição gratuita de filmes brasileiros,
o ICEM atua em todas as 27 unidades da federação.
AGORA É A VEZ DO RIO GRANDE DO NORTE ! ATENÇÃO PARA AS DATAS DAS SESSÕES: 18 DE JUNHO UFRN- AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA CENTRAL Exibição do filme: NO (1h e 58 min), Direção: Pablo Larraín, 2013 Debate com: LUCIANO CAPISTRANO, Historiador e autor do livro "Ditadura Militar no RN"; GABRIEL EDUARDO VITULLO, Professor Doutor do Departamento de Ciências Políticas da UFRN, Coordenador do projeto de extensão “América Latina no Cinema”. Mediador: MAGNUS, Militante do Levante Popular, movimento estudantil RN. Entrada gratuita com direito a certificado via Sigaa |
59078-970
Natal (Rio Grande do Norte)
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