DE VOLTA AO PASSADO VII – 
ANTIGOS BLOCOS CARNAVALESCOS
– Parte III
 
  
ANTIGOS BLOCOS CARNAVALESCOS
– Parte III
Ormuz Barbalho Simonetti
“Hoje eu lembro com saudade
o tempo que passou...”
“Hoje eu lembro com saudade
o tempo que passou...”
Participei nos anos 60 de dois blocos 
carnavalescos: Penetras e Lord’s.
Os Penetras foi fundado no distante
ano de 1964, na Rua Princesa Isabel, pela
carnavalescos: Penetras e Lord’s.
Os Penetras foi fundado no distante
ano de 1964, na Rua Princesa Isabel, pela
turma que diariamente se reunia em frente à 
casa do engenheiro Roberto Freire, que
empresta seu nome a uma das principais
avenidas de nossa cidade.
casa do engenheiro Roberto Freire, que
empresta seu nome a uma das principais
avenidas de nossa cidade.
Recordo-me de alguns de seus 
componentes: Eudes de Freitas Aquino, 
médico nefrologista que alcançou projeção 
profissional no sul do país, tendo inclusive
em 2009 assumido a presidência
profissional no sul do país, tendo inclusive
em 2009 assumido a presidência
nacional da UNIMED; Paulinho Freire, filho 
de Roberto Freire, Amancinho, filho do
conhecido agrimensor Amâncio Leite
Cavalcanti da copiadora ALEICA; os irmãos
Júlinho e Heráclio, filhos de Wilson Ramalho,
renomado médico pediatra que cuidou de
crianças de várias gerações em nossa capital
nas décadas de 50 e 60;
de Roberto Freire, Amancinho, filho do
conhecido agrimensor Amâncio Leite
Cavalcanti da copiadora ALEICA; os irmãos
Júlinho e Heráclio, filhos de Wilson Ramalho,
renomado médico pediatra que cuidou de
crianças de várias gerações em nossa capital
nas décadas de 50 e 60;
o saudoso Everaldo carinhosamente chamado 
de Veca; Ferreirinha - o pai dele era
proprietário de um antigo posto de gasolina
que se situava ao lado do cemitério do
Alecrim. Ferreirnha teve morte trágica.
Após uma discussão sem maior
importância, foi assassinado no interior da
antiga Sorveteria Oásis, vizinho ao Cine
Nordeste. Marinardo Dantas, José Bezerra
de Veca; Ferreirinha - o pai dele era
proprietário de um antigo posto de gasolina
que se situava ao lado do cemitério do
Alecrim. Ferreirnha teve morte trágica.
Após uma discussão sem maior
importância, foi assassinado no interior da
antiga Sorveteria Oásis, vizinho ao Cine
Nordeste. Marinardo Dantas, José Bezerra
Marinho, Newman Figueiredo, médico e 
filho do conhecido professor de matemática 
Josino Macedo. Eudes Aquino, em suas 
constantes brincadeiras com Newman, 
costumava dizer com voz impostada como 
quem transmitia uma importante notícia: 
“A biblioteca do Professor Josino, vale 
milhões! ...”
milhões! ...”
A ala feminina era composta por: Vilma,
que morava na mesma rua próximo à casa de
Paulinho, Ana Lúcia, na época namorada e 
posteriormente esposa de Veca, as irmães
gaúchas Soraia e Nadja namoradas de 
Ferrerinha e Julinho Vilar, respectivamente, 
Gracinha, filha do poeta e compositor Oscar 
Homem de Siqueira Sobrinho, e outras que 
no momento me fogem à memória, pois lá se
vão quase 50 anos de saudosas lembranças e
o “Dr. Alzheimer” já começa a se fazer presente.
Os Penetras tinham uma característica bastante 
inusitada que o deferia dos demais blocos da 
época. A alegoria era montada e desmontada 
todos os dias. O motivo é que o bloco saía no 
caminhão da Cerâmica Potengy, de propriedade 
do saudoso Roberto Freire. Como o caminhão 
só poderia ser liberado após as entregas matinais, 
o “kit alegoria” era então montado entre 12 e 13 
horas, e desmontado por volta das 20 horas, após
o famoso “corso” da Avenida Deodoro, quando a 
alegoria era estacionada na Rua Princesa
alegoria era estacionada na Rua Princesa
Isabel para executar a operação desmonte.
Imaginem a trabalheira no dia seguinte para
localizar e repregar nos locais corretos, as peças
retiradas na noite anterior, já que o desmonte 
era feito por alguns abnegados e embriagados 
componentes, que heroicamente se 
voluntariavam para o serviço. Fui algumas 
vezes um desses voluntários para a penosa
operação do desmonte, como também na
montagem do quebra-cabeça. No dia 
seguinte, tudo se repetia. Somente no
seguinte, tudo se repetia. Somente no
domingo, como não havia entregas, 
estávamos livres do sacrifício. 
Tínhamos inclusive, um hino, que fora 
composto pelo compositor Oscar Siqueira,
na época residente em frente à casa de 
Roberto Freire.
Penetras, no carnaval, vai dar o que 
fazer, Essa turma infernal faz a vida
acontecer.
Nós penetramos, no mundo da folia, já 
esquentamos, com tanta alegria.
Agora gritos de alerta: penetras, 
penetras, penetras.
Após receber a letra do hino e cantarolar 
com alguns componentes, Paulo Freire 
modificou o 5° e o 6° versos, que também 
passou a ser cantado da seguinte forma: 
“Nos penetramos na casa do amigo, já 
esquentamos com wiske e abrigo...”
Ao que me recordo, o bloco saiu nos anos 
de 1964 e 1965. Não lembro quem foi ou 
foram seus presidentes. Entretanto, 
lembro-me com saudade daquele tempo, 
quando sem sombra de dúvidas, vivi 
momentos felizes de minha adolescência. 
Entristeço-me em saber que nossos filhos
e netos não tiveram a sorte de terem 
nascido numa época tão benfazeja de uma 
cidade menina que desabrochava de sua 
inocência quase interiorana, para dias tão
 difíceis como os que atualmente 
vivenciamos.
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