Terminado o tempo da Quaresma, entramos nos rumos da Paixão de Cristo e surge o tempo da tolerância da compreensão. Reproduzo reportagem no caminho do Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: Rumos – Jovens são esperança!
O investimento numa educação das jovens gerações que promova o respeito pela diferença e que realce tantas igualdades mesmo entre pessoas e culturas diferentes deverá ser o caminho a seguir pela sociedade e pela Igreja nos tempos que correm. Foi esta uma das conclusões do debate sobre “Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: Rumos” organizado pela Diocese de Aveiro, que contou a presença de Jorge Sampaio e D. António Couto, e que teve moderação do jornalista da RTP, Carlos Daniel.
O segundo debate da Missão Jubilar dos 75 anos da Restauração da Diocese de Aveiro, decorreu no Cine-Teatro de Estarreja, e cerca de 400 pessoas receberam o antigo presidente da República, na qualidade de Alto Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e o actual bispo de Lamego e presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização.
Jorge Sampaio começou por recordar um curso de férias, no âmbito da Aliança das Civilizações, realizado na cidade de Aveiro e que reuniu, durante vários dias, jovens de diversos países e culturas.
Para o antigo presidente da República “as religiões estão a voltar à ordem do dia e o factor religioso tanto pode ser de afastamento como de aproximação entre as pessoas”. Depois de apresentar acções que desenvolveu nos últimos seis anos, na ONU, disse que é preciso “despir-nos de arrogância”, pedindo que o respeito pela diferença e pelo pluralismo permaneça inserido nas agendas políticas.
D. António Couto afirmou que “quem passa pelo mundo, como eu tive oportunidade, aprende pouco a pouco, que é aproximando-se de um muçulmano, de um judeu, ou de um moçambicano do interior, que aprende que qualquer um destes tem um coração como o meu, um estômago como o meu, mãos como as minhas, sonhos como os meus”.
Recordando um ano de estudos bíblicos em Jerusalém e dando conta dos laços de amizade que estabeleceu com palestinianos e com judeus, disse: “Entre mim e qualquer um deles as diferenças são muito poucas, ao passo que as semelhanças são tantas”.
Na sua intervenção, apelou ao estabelecimento de laços e ao não levantamento de muros e barreiras e confidenciou que confia nas jovens gerações portuguesas e no grande contributo que trarão ao diálogo inter-religioso e à unidade dos cristãos.
Depois de um alargado debate com a plateia, facilitado pelo jornalista da RTP, D. António Francisco desafiou os presentes a serem “mensageiros das bem-aventuranças e obreiros de um mundo onde a dignidade humana se afirme e o direito à verdade da fé e a experiência pelo sentido religioso da vida se respeite”.
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